Capítulo 11.

2 0 0
                                    

Não sei ao certo como, mas alguém me trouxe para algum cômodo, pois sinto que estou deitada em algo macio, meus músculos estão pesados demais para conseguir mexer algo estou paralisada mesmo que consciente, mas felizmente ainda tinha um pouco dos meus sentidos — se ainda os tenho quer dizer que o veneno não está agindo tão rápido, assim minhas Valkyries terão mais tempo de achar um antídoto. No entanto, eu ainda tenho chance de morrer hoje.

Vozes. Vozes soam ao meu redor, distantes a cada minuto que se passava, podia estar assim há horas ou minutos a verdade é que não tinha mais noção do tempo, a preocupação na voz de minha imediata, os passos apressados de uma das sentinelas para lá e para cá buscando o que Murien pede — posso afirmar com toda a certeza que ela é a melhor quando o assunto é venenos e antídotos, então não estou muito preocupada, confio na sua competência.

— É um milagre ela ainda respirar depois de perder tanto sangue... —Escuto a voz de Weynna. — Foi esperto ter feito essas bandagens ou não chegaria a tempo.

— Ewyslenn é muito especial. —A imediata responde. — Vai demorar muito? —Sua voz preocupada chegou lenta aos meus ouvidos.

— Se continuar me apressando, vai. —Murien retrucou séria, mas também preocupada. — O veneno foi magicamente contido até ela chegar aqui, isso ajudou bastante, se ele chegar ao coração...

— Não!

— O que mais precisa para terminar logo o antídoto? —Aradyia perguntou mantendo a calma.

— Não muito. Aradyia busque água morna e uma seringa, Nemain tire o suficiente de veneno das veias dela e mantenha o sangramento estancado e Weynna pesquise o que puder sobre Acromântulas.

— Certo! —Disseram as três em uníssono se dividindo para realizar as respectivas tarefas, sempre me orgulho de vê-las trabalhando unidas sem meu comando.

— Tyellawn ajude Nemain, preciso ir ao laboratório fabricar o antídoto.

A espiã tampouco responde tendo seu jeito silencioso, porém mesmo sem conseguir enxergá-la sei que assentiu em confirmação. Não consigo me mexer, falar ou ver alguém, mas me dou conta da aproximação delas. Uma das duas Valkyries presentes troca meus curativos e limpa as feridas espalhadas por meu corpo, que com toda certeza me darão novas cicatrizes para a coleção, logo, sinto a picada parecida com a de um mosquito, assim que aquela agulha perfura minha pele, minha consciência se fecha e eu adormeço.

Um líquido azedo preenche minha boca, sinto um pouco de minhas forças voltarem assim como minha visão, meio turva de início, a luz do cômodo me faz piscar algumas vezes até se acostumas para encontrar Nemain, Aradyia, Murien, Weynna e Tyellawn ao meu redor, a falta de Hadassa não é surpresa, com certeza, está ocupada com suas tarefas. Acomodo-me na cama sabendo que elas estão se coçando para saber o que, de fato, aconteceu comigo, mas também não querem questionar sua líder. Como estou me sentindo benevolente hoje, começo contando tudo o que houve em um sussurro, deixando de lado a ligação misteriosa com um dragão selvagem e raro da Classe Sharp que me fez lutar com quatro Acromântulas, não é por não confiar nelas, mas se não capturaram o animal quer dizer que nem mesmo sabem de sua existência, e os melhores segredos são aqueles que nunca contamos.

— Da próxima vez que quiser gastar energia pode fazer isso aqui mesmo, não precisa ir para Petrah. —Murien fala brincando levando as outras a rir junto.

— Nunca vi alguém com um processo de cura como o seu, mesmo com as bandagens você perdeu muito sangue. —Aradyia comentou.

— Poderia estar morta agora, como chegou tão rápido? —Nemain questionou.

Sangue ObscuroHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin