Sangue Obscuro

Capítulo 13 - Segunda parte.

Jamais havia pensando em entrar em uma situação como essa, logo de manhã cedo sai para caçar para mim e animal raquítico escondido na Enseada, deixei a comida para Nwala antes de voltar para a fortaleza, também havia o problema de uma de suas asas estar ferida e como não sou médica nem curandeira precisava de alguém para cuidar do animal em silêncio, pois pretendo participar do Gladiatrix com ela invés de Hellas. Queria chegar o mais rápido em meu quarto e me limpar sem que ninguém percebesse meu estado, mas deveria ter imaginado que não conseguiria "escapar" de Nemain, mesmo sendo eu sendo Sucessora — o que dá mais um motiva para imediata me vigiar — ela ainda é minha irmã mais velha e mesmo que não fosse uma das Valkyries com certeza continuaria sendo super protetora, a assassina se viu na obrigação de tomar essa atitude quando nossa mãe começou a negar me reconhecer como filha.

— Pelos Deuses! Estava chafurdando no esgoto? Está fedendo como um defunto em decomposição. —Enrugou o nariz.

Faço uma careta, passando por ela para entrar em meu aposento, a imediata se afastada evitando tocar em mim, e entrando no quarto mesmo assim fechando a porta. De fato, a culpa, indiretamente, fora de Nwala por precisar caçar em seu lugar e como não há muitos animais grandes por aqui precisei ir mais longe encontrar algo decente me molhando o dobro com a chuva que agora caia forte. Quando finalmente consegui pegar um veado jovem, rolei por terra lamacenta e raízes mortas e provavelmente pelo banheiro de algum animal da floresta — pensar nisso me dava náuseas e queria muito um banho nesse momento —, acabei caindo em uma ribanceira e batendo a cabeça com força em uma pedra explicando o sangue seco em minha têmpora.

— Vai me contar o que acontece? —Aponta para minhas roupas fétidas e ensopadas.

Responde tirando as roupas imundas e jogando em um cesto.

— Na verdade, não tem a ver com você, então, não.

Ela faz uma expressão de como quiser erguendo as mãos em rendição e deixando o aposento, não era minha intenção ser rude, mas não como contar o que aconteceu sem levantar nenhuma suspeita para que possa encaixar as peças da verdade, Nemain é bastante esperta. Fitei as roupas no cesto torcendo o nariz, talvez fosse melhor queimar invés de tentar lavar, daqui a pouco meu quarto inteiro federia a merda, até mesmo as roupas de baixo não ficaram ilesas. O banheiro conectado ao meu quarto é amplo com o piso em cerâmica azul-celeste e as paredes azul bebê alisada, porém o box é forrado com lajotas de diferentes tons de azul e branco, ele tem espaço o suficiente para um chuveiro e uma banheira retangular.

Adoraria relaxar em minha banheira, mas como até meu cabelo foi contaminado só emporcalharia a água, então decido por uma ducha rápida, pois ainda preciso planejar como vou colocar Nwala novamente nos ares e achar alguém para me ajudar que mantenha segredo. No momento em que a água quente toca meu corpo levo um pequeno choque térmico que, por causa do pequeno diluvio de Primavera que cai lá fora, minha pele está gelada tanto que a ponta dos meus dedos estão arroxeadas. Depois de alguns minutos já estava vestida confortável com uma túnica laranja de mangas que cobriam apenas o antebraço e uma calça de tonalidade marrom escura maleável, as matriarcas ordenam que os treinamentos corpo a corpo, luta, fosse feito no ginásio coberto, porém treinamentos alados e outros tipos realizados para o equilíbrio ou de mira continuavam sendo permitidos, e eu não teria escapatória a não ser treinar, com essa chuva não poderia ver Nwala de todo modo.

Peguei meu arco saindo do quarto, meu ânimo não estava a fim de ficar com o corpo grudando novamente, então arco e flecha é uma ótima pedida, e quero aperfeiçoar o atiramento triplo para quando for necessário. Os equipamentos não são tão modernos e automotivos como os de Ômega — sendo somente alvos redondos de madeira — mas ainda dá para praticar, espero não ficarmos muito tempo em Montgomery.