Capítulo 14 Desolado

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Letícia.

Eduardo sempre foi uma pessoa controlada na empresa, tinha até o apelido de homem de gelo, devido a frieza com que lidava com tudo, e com todos.
Nesses anos em que trabalhamos juntos nunca vi Edu se exaltar, e depois do que aconteceu entre nós, ele está muito mudado.

Apesar de eu já estar acostumada com se jeito prepotente, nunca tinha visto uma crise de ciúmes tão explícita assim, e isso tanto me assustou, quanto me excitou.

Por mais que tenha sido uma surpresa para todos, eu me sentia bem com o ciúmes dele por mim.
E com toda sua explosão.

Em seu rosto demonstra que ele ainda estava se segurando para não fazer besteira.

Ele ainda me olhava com um olhar de mágoa, de quem está extremamente ferido.

Mas após ter pedido por favor, para que ele parasse com aquilo, ele só quis me proteger e quando ele disse que sentiu minha falta, me deixei levar, era tão bom estar em seus braços, que por um instante tinha me esquecido de tudo que estava acontecendo, logo me afastei dele quando percebo que estamos sendo alvejados por flashes de câmeras.

Edu me abraça tentando me proteger até que o carro chega.
Quando vou entrar no carro vejo do outro lado da avenida, dois carros pretos, muito suspeitos, sempre fui muito observadora e depois de tantas fugas já estou acostumada.

Ele abre a porta pra mim e quando ele entra percebe que estou apreensiva.

__Está tudo bem com você? - ele pergunta preocupado.

Digo que quero sair dali, ele concorda e passa uma mensagem para o Eron avisar Carol, que estamos indo embora.

Fico olhando pra ele que está tão comestível, e sorrio.

Ele me encara e ficamos assim hipnotizados um pelo outro, até que nos assustamos com todos aqueles flashes novamente.

Edu começa a dirigir e percebe que estamos sendo seguidos.

Ouço ele falando com sua equipe de segurança e fico apavorada.

Não é possível que esses demônios do meu passado voltaram para me atormentar. Tudo o que eu mais temia está começando a acontecer, eu só queria que ele não se envolvesse nessa merda. Olho pra trás e lá estão eles.

__Não pode ser! – digo em voz alta sem perceber.

__Não pode ser o que? – ele pergunta confuso.

Somos surpreendidos quando o carro de trás bate no nosso.

Peço para que ele acelere e ele corre o máximo que pode, ouço disparos de tiros, tento manter Calma, mas percebo que fui atingida. Não posso deixar que ele veja.

Fiquei calada e o tempo pareceu parar, não conseguia ouvi-lo direito, os segundos viraram minutos, comecei a sentir um frio profundo.

Edu começou a gritar e sem perceber o que ele dizia direito, me virei para ele e minhas mãos estavam cobertas de sangue.

__Merda! – foi a única coisa que ouvi ele dizer.

Ele ficou apavorado, logo sua equipe de segurança fez sinal de Luz, e Edu falou no celular.

Fechei meus olhos, e como num passe de mágica já estávamos em outro carro.

__Pro hospital mais perto, agora! – ele grita descontroladamente.

Eu estava me sentindo tonta, e não conseguia puxar ar para os meus pulmões, olhei para o Edu, que parecia estar se apagando, e tudo em volta foi ficando escuro. Comecei a sentir gosto de sangue em minha boca quando falei algo para ele.

APENAS UM RECOMEÇO - vol 1 - série Marcas do passado.Where stories live. Discover now