Seja o meu Auxílio

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Crowley olha sem entender seu anjo entrando na luz divina, que emergiu sob as nuvens de nevasca. Na verdade, ele entendeu, mas não acreditou.O anjo geralmente não se comportaria assim. Ele tentou ver a sua volta, mas o nevoeiro o impedia, o fazendo se sentir perdido. Não por causa do nevoeiro, mas sim pelo anjo ter gritado com ele e ter ido embora com raiva.

– Ele conhecia o humano? Não, impossível. – Ele nunca viria a um país nórdico. Não sem uma boa razão. – Boa razão.... – Ele repetiu sabendo que era impossível, mas não conseguiu deixar de sentir dúvida.

O demônio já era acostumado a ver humanos culpando os demônios pela própria insensatez e desgraça, só não achou que chegaria um dia que se sentiria culpado por alguma. Crowley pensou em sair da ponte, mas não conseguiu, então apenas olhou para cima novamente.

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Aziraphale sai do portal dos céus e entra em um grande salão branco, tendo atrás dele o globo. Luzes vermelhas começaram a piscar por todo o ambiente.

– Aziraphale. – O arcanjo Uriel foi até ele. – Trouxe uma alma corrompida para o céu? – Ela fita o anjo segurando a alma com força, por medo de soltá-la – Não sabe que é contra as regras? – Ela fala sussurrando, um pouco nervosa.

– Somos o céu. S-se não o perdoarmos, quem perdoará?

– Do que, em nome de Deus, está falando? Como perdoaria uma alma que não se sente arrepend- – O alarme estava a incomodando, então ela pegou seu telefone transparente e gritou. – Alguém pare isso!!

O alarme se foi.

– Se o Gabriel descobrir el–

– Tudo bem, Uriel. – Gabriel estava atrás deles com alguns anjos. – Eu cuido daqui.

Uriel se curvou e deixou o arcanjo supremo passar.

– Vejo que não conseguiu cumprir sua missão, Aziraphale. – Gabriel olha para a alma com um tom de decepção. – Nos deixe sozinhos – Ele fala para os anjos em volta, que obedientemente saem.

– M-Me desculpe Gabriel, mas eu nã-

– Está tudo bem, sei que pode fazer um relatório para explicar, mas, bem, isso – Ele aponta para a forma brilhante nos braços do anjo.. – Parece pesado. O que acha de largar?

– Não. – O anjo ainda fala meio nervoso.

– Não?

– Se eu largar ele vai cair até o purgatório, certo? – O anjo olhava para a alma e depois para o arcanjo. – Eu não posso deixar.

– Como... – O Gabriel quase estourou, mas ele suspira tentando reservar sua parte mais agressiva. – Aziraphale. – Gabriel lhe dá seu melhor sorriso forçado enquanto se aproxima do menor, que se afasta, dando passos para trás. – Ele é uma pobre alma, eu concordo, mas também é um pecador, uma alma corrompida. Seu lugar não é aqui. Almas indecisas e perturbadas tem que ficar no purgatório. Veja, o purgatório não é mal nem ruim é um tipo de... Sala de espera, podemos dizer assim. – As costas de Aziraphale batem na parede e ele não tem aonde ir. Gabriel segura os seus ombros. – Sua alma vai ter que escolher por si só. Se ela se arrepender e pedir perdão, ou... bem – Ele sorri, aproximando o rosto do anjo. – Você sabe. Já o tempo só depende dele. – Ele aponta com o queixo para a luz. – Tem almas que são tão teimosas que podem durar a eternidade...

– Não vou soltá-lo.... – O anjo encarava o chão, sentindo o olhar irritado do arcanjo sob ele. – Precisamos ajudá-lo, Gabriel. – O anjo fala como se pedisse não para o seu chefe, mas para um companheiro da luz.

Good Omens - Obcecado por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora