Seja o meu Segredo

497 55 44
                                    


- Então anjo. – Crowley olhava para frente sabendo que não se controlaria se olha-se para o anjo. – Como será sua missão?

O anjo suspira tentando voltar a ficar calmo lembrando do seu objetivo.
- Be-
- Em vez disso, não irá me convidar para uma dança?

- Uma dança... – O anjo fala como se algo flutuasse na sua cabeça. O mal humor dele desaparece como se nunca tivesse estado lá. Ele parece gostar da ideia, mas logo olha para o champanhe que estava segurando vendo seu próprio reflexo. Olha para o lindo demônio ao seu lado... – Anjos não dançam.

- Não estou falando de um anjo qualquer, anjo. Estou perguntando se vai me chamar para dançar.

- Por que dançaria comigo, Crowley?
- Bem, porque eu só quero dançar com você. – O demônio fala ainda olhando para o salão quando o anjo olha para ele com mais atenção. Crowley olha de relance para o anjo e se suspende por perceber o rosto do anjo mais sério do que achou que estaria.

"Eu falei algo errado?" O demônio pensa.

- Não seria o mesmo para você? – O demônio fala com confiança, como se fosse algo obvio que ele nunca, nem uma vez, desacreditou. Ele só não entendia o clima, o anjo estava mesmo sério. Ele achava mesmo que Crowley não dançaria com ele?

Ele pega a taça do anjo e coloca em uma mesa vazia atrás dele junto com a sua taça.

O anjo seguia o seu olhar para o demônio que agora estendia sua mão enluvada para ele.

- Então?
- Oh, Crowley... – O anjo não demora muito para segurar a mão do lindo demônio na sua frente. – É claro que é o mesmo para mim. – O anjo parecia de coração partido quando beija a mão de Crowley. A quanto tempo queria beijá-lo de novo? Ele desejaria está sem luvas agora e tirar a luva de Crowley. Mas ele conseguiu sentir a mão quente do demônio de baixo do pano.

Quando olha novamente para o demônio seu rosto angelical se iluminou em um bom humor e ele puxa o demônio para o salão.

Por um tempo ele esqueceu dos últimos 200 anos, ele esqueceu de Gabriel, esqueceu sua missão.

Nada mais importava para ele além do presente. O anjo não se sentia assim desde a guerra nórdica onde ficou dias na casa do demônio e apenas aceitou o presente.

Eles foram para o grande salão onde o anjo se curvou iniciando a dança. Uma mão no seu peito e a outra nas costas mostrava sua etiqueta perfeita.
O demônio retribuiu com uma mão no peito e a outra erguida ao lado.
O anjo deu uma boa olhada em Crowley antes de continuar.
Crowley era lindo, se destacava entre todos os vestidos vitorianos com o seu estilo moderno e ousado. Era como uma "mulher" a frente do seu tempo.


O demônio raramente levava algo a sério, mas parecia importante para o anjo então ele se dedicou.

O anjo segurou em sua cintura e suas mãos se juntaram uma na outra iniciando a dança.

Crowley só conseguia olhar para o rosto de Aziraphale.

O sorriso inocente do anjo dava vestígios do anjo esquisito e ingênuo que ele já foi um dia. Quando ainda não sabia nada do mundo. Tudo era brilhante diante dos seus olhos, mas Crowley sempre foi a coisa mais brilhante, e isso não mudou. Seus olhos curvados mostravam bom humor. Parecia que sem perceber com sua aura angelical iluminou mais o salão deixando todos a sua volta de bom humor.

Todos giravam e davam passos elegantes como uma dança ensaiada, e a música se tornou mais animada.

Os olhos de Crowley se abriram mais como se ele tivesse, como um humano, caído nos encantos do anjo e aceitado sua magia.
Qual foi a última vez que viu seu anjo tão feliz?

Eles giravam no salão em passos longos.



O demônio segurou firme o ombro do seu anjo que o conduzia sem falta.

- Você dança muito bem para alguém que nunca dançou. – O demônio decidiu o bajular ainda com seu tom de brincadeira.
- Ora, muito obrigado – O anjo sorria parecendo orgulhoso. – Isso foram anos de observação sem falta e gostava de praticar sozinho também.

O demônio sorrio imaginando o anjo todo feliz dançando sozinho por aquela livraria.

- Sempre achei a dança uma arte fascinante desde aquela opera que assistimos juntos no século 16. Sabe, aquela ousada com as bailarinas.

- Nos assistimos algo assim?

O anjo olha para o demônio por um tempo e fica pensativo.

- Ou assistir sozinho? Eu me divertir tanto que achei que estava do meu lado. – Ele fala sorridente como se tivesse cometido um erro bobo.

- E todas as suas memorias boas tem que ser comigo, anjo? – O anjo caído dançava com a mesma excelência que o anjo. Sua altura que agora era uns centímetros a mais do anjo não o intimidava em nada enquanto o conduzia sem falhas o fazendo girar com suas mãos ágeis.

- Bem, eu adoraria que fosse pelo menos. Essa por exemplo. – O anjo parecia mais sério. – Vou guardar para sempre em meu coração.

Crowley fica em transe olhando o seu anjo falar isso como se não fosse nada, mesmo sendo um obvio cortejo. Era o que ele sempre fazia, seduzia o demônio em uma armadilha carinhosa.

Crowley sorrio em um suspiro e decidiu o abraçar para mais perto.
O anjo confuso acabou fazendo os passos ficarem mais lentos.

Good Omens - Obcecado por vocêWhere stories live. Discover now