Seja minha Força

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- Aziraphale - Gabriel corta a discussão com seu tom severo. - O que está fazendo com essa espada? - Gabriel sente uma ligação maligna naquela espada. - Isso é uma espada demoníaca?

- Talvez - Aziraphale fala ficando alerta. - É uma espada venenosa. Então se não quiser ficar paralisado pelo veneno, apenas abra a cela imediatamente.

Ele coloca as duas mãos na espada a levantando ficando em posição de ataque.

- Veneno? E isso não está te afetando?

-.... Não me subestime, meu "velho conhecido" é mais venenoso que isso.
- Qual é!! - Crowley grita na sua cela sentindo uma facada no "velho conhecido". - Eu já me desculpei!
Aziraphale só o olha de canto de olho irritado.

- Veja para você, todo ferido.
- Ei bastardo! - Crowley grita entre os dentes. - Não fique preocupado com ele! Só eu posso fazer isso!
- Cale a boca demonio. - Gabriel fala sem paciência.
- É querido... Sua voz ainda está me irritando um pouco agora. - Aziraphale fala irritado.
- Ma- - Crowley abaixa os ombros obediente. - Lembre que eu sou a donzela em perigo aqui....

- Acha mesmo que pode lutar comigo?
- E-Eu só não me curei porque gastou muita energia para vir para cá - Aziraphale lembra como teve que usar sua força toda para abrir o portal à força e não foi nada fácil lutar com anjos na outra sala também.

Ele acabou abaixando a guarda quando viu Crowley e sentiu que suas forças se esvaziaram. Ele tinha que se concentrar de novo se quisesse derrotar o Gabriel.

- Anjo! - Crowley grita olhando que Aziraphale além de todo machucado também estava descalço. Ele nem mesmo usou os sapatos? Crowley também estava descalço, mas os pés adoráveis do seu anjo estavam todos vermelhos e machucados. Ele veio correndo. - Aziraphale!

O demônio o olhou nervoso, não sabendo o que fazer ou pensar.

Se ele sangrar mais, não importa sua força de vontade, ele vai acabar se descomporando. O ferimento na perna parecia o mais sério, mas até suas lindas asas estavam feridas.



- Veja para você. - Gabriel repete a mesma frase se aproximando fazendo o anjo levantar mais a espada. - Até seu cheiro é de demônio agora, talvez tenha virado um imundo demônio e só eu não vi?

- Você tem razão em algo Gabriel. - Aziraphale fala irritado. - Eu não sou mais um anjo. Não tenho mais nada haver com você, então solte o Crowley!

- Está falando que somos inimigos? - Gabriel pega a espada de Aziraphale bem na lâmina assustando o anjo. A espada brilha sendo purificada. - Ainda segurando a espada Gabriel segurou o Aziraphale pelo colarinho parecendo uma criança ou um boneco quando o lança para longe. O anjo foi lançado para a outra parede a quebrando.

- Aziraphale!!

Gabriel fica ereto de costas para a cela do demônio com seus olhos violeta brilhantes. Aziraphale encara o arcanjo nos olhos enquanto estava trêmulo jogando no chão na parede quebrada do outro lado do corredor.

- Acha mesmo que veneno pode me abalar? - Gabriel pergunta em um tom de que achava graça.

Aziraphale olha a espada vendo que ela estava sendo purificada na sua mão.

- Eu tentei ser cuidadoso, procurei o máximo que podia ser amoroso com você, Aziraphale. - Gabriel fala se aproximando do anjo ferido.


Crowley desesperado começou a colocar fogo nas grades, vendo que não estava funcionando ele ficou olhando ao redor e começou a bater em uma parede como um animal selvagem encurralado.

- Eu curei sua dor, te salvei quando estava prestes a morrer pelo fogo infernal. - Gabriel se ajoelhou colocando a mão no rosto ferido de Aziraphale. - Ou acha que foi parar naquele poço sozinho? Eu te peguei com minhas próprias mãos e te levei lá. Eu devia ser seu salvador. - A mão desce para o pescoço de Aziraphale e os longos dedos frios de Gabriel começam a apertar o anjo ferido. - Devia ser grato a mim!

- Gabriel. - Aziraphale fala largando a espada. Em desespero ele coloca uma mão no braço do arcanjo. Aziraphale não precisava respirar, mas a intenção de Gabriel não era o sufocar, mas sim quebrar o seu pescoço. - Pare agora mesmo.

Aziraphale dá um tapa no rosto do arcanjo com tudo que tem fazendo o arcanjo virar o rosto para o lado.

- Oh.... - Gabriel olha para o anjo. - Agora vai revidar?

- Eu... hn .... eu não te pertenço Gabriel.

- Lógico que pertence. Esse é o ponto. - Gabriel fala como se fosse óbvio. - Me pertence desde sua criação.

Para todo anjo mensageiro tinha que ter o primeiro a observá-lo. Esse era o símbolo da relação de Aziraphale e Gabriel.

Como discutir com um Arcanjo que não entende sobre sentimentos? Era impossível. Aziraphale tosse cuspindo sangue.

Ele olha para frente vendo Crowley desesperado na cela.

Crowley fica olhando Aziraphale e em seguida olha para cima vendo sua pena presa na parede por um alfinete.

Ele faz suas asas negras aparecerem e voa até a pena. O alfinete repeliu o demônio fazendo surgir uma luz purificadora.

Ele não conseguia tocar, mas mesmo assim tentou de novo e mais uma vez até que começou a jogar raios na sua própria pena, mas nada surtia efeito.

Ele olha para o anjo novamente e voa até a grade a agarrando.

Seu olhar era de desespero.



O anjo olhava tudo aquilo fazendo lágrimas aparecerem no seus olhos.

Crowley, eu tenho que salvar Crowley.
O doce olhar de desespero do demônio o estava ferindo bem mais do que as garras de Gabriel.

- Vamos tentar mais uma vez, Aziraphale ...Desta vez tem que me jurar que não vai mais fugir ... E em troca, deixo o demônio ir.

As lágrimas saiam dos olhos de Aziraphale também eram de desespero.

Ele fecha os olhos.

Gabriel sorri percebendo que Aziraphale iria ceder.

Mas o anjo apenas abre os olhos novamente e joga um poder branco bem no rosto de Gabriel o fazendo voar para o lado.

Aziraphale não tinha tempo nem de tossir quando foi finalmente libertado.

Ele se levantou e saiu correndo para a cela onde estava Crowley.

- Querido. - O demônio fica bem em frente ao anjo tocando nas suas mãos pelas grandes. - Querido se afaste.

O demônio obedece e o Aziraphale tenta jogar vários poderes na cela tentando quebrar o feitiço, mas nada fazia efeito.

Uma mão impiedosa aparece nas suas costas enquanto o demônio gritava seu nome. A mão de Gabriel segura o cabelo branco de Aziraphale e joga o seu rosto contra a cela.

A intenção do arcanjo é destruir o corpo de Aziraphale e levar sua alma com ele.

Mas aquele corpo resistente era irritante demais.

Ele segura novamente e faz o rosto ser empurrado novamente contra a grade.

O demônio estica o seu braço fora da grade e joga poder no rosto do Arcanjo fazendo ele dar passos para trás colocando as mãos no rosto que saia fumaça.

- Aziraphale! Por favor! Aziraphale. - O anjo caído chorava.

Assim que o demônio tenta segurar o anjo entre as grades um fogo azul voa em sua direção o jogando para o outro lado da parede.

Aziraphale se assusta com o grito de dor de Crowley dentro da grade.

- Crowley! - Aquilo era fogo sagrado, o mais puro, não tinha como ele sobreviver. - CROWLEY! - O anjo fica jogando vários poderes na grade em desespero.

- Não adianta, Aziraphale. - O grito de Crowley evocava pelo corredor apavorando Aziraphale. - Essa barreira para tanto poder dos céus quanto do inferno.

Aziraphale só conseguia colocar as mãos na boca em pavor olhando a chama dominar a cela.
Seus ombros tremiam e o arcanjo se aproximou colocando uma mão tranquilizadora sobre o seu ombro.

- Apenas esqueça, é inútil.

- Nunca mais.... - Aziraphale fala trêmulo com sua voz chorosa. - Nunca mais fale o que devo fazer. - Ele levanta o braço fazendo a espada purificada que estava no chão voltar para sua mão.

Ele dá meia volta e em um ato impiedoso crava a espada contra o coração do arcanjo.
-uhn!
Para dar impulso, Aziraphale voa até a outra parede e crava a ponta da espada na parede fazendo o Arcanjo ficar preso.

Sangue dourado sai da sua boca. Qualquer um já teria desomcorporado.

Mas Gabriel luta colocando as mãos na espada cravada.


- Crowley. - Aziraphale voa quase que imediatamente para a cela de novo. - Querido, meu amor, querido por favor, eu preciso que seja forte. - Aziraphale falava chorando não suportando ouvir os gritos de dor de Crowley. - Preciso que seja forte, querido. Por favor, vamos fazer isso juntos sim? Eu não vou conseguir sem você. Só mais uma vez querido, só mais uma vez, por favor.





Uma mão tremula se levanta no meio do fogo azul fazendo aparecer um poder negro e vermelho da sua palma, a bola só aumentava.


Aziraphale levanta suas duas mãos trêmulas em direção a grade seu poder crescia em uma cor branca, os dois lançam o poder ao mesmo tempo fazendo uma fumaça grande surgir em todo corredor.







Duas grades se quebraram, isso já bastava.

Aziraphale corre entrando e vai até o Crowley no meio das chamas.

- Querido, meu querido. - Aziraphale abraça o Crowley que negava desaparecer. - Me perdoe querido! Isso tudo é minha culpa. - Aziraphale chorava o abraçando com força. Dava para sentir o cheiro da carne queimando.

- Anjo.. - Crowley chorando deitado e fraco demais coloca a mão no rosto de Aziraphale. - Isso não faz nem cócegas, por isso não chore.

- Oh querido... - O anjo coloca a mão no peito do Crowley e tenta sugar o fogo de seu demônio.

O fogo incontrolável estava sendo domado até desaparecer totalmente,

Eles se olham, cansados demais, feridos demais, mas mesmo assim felizes.

Aziraphale fecha os olhos e beija o seu anjo caído em um beijo de saudade.

Crowley fraco acariciava o rosto de Aziraphale enquanto curava o seu lindo rosto de Gabriel teve coragem de ferir.


Aziraphale começou a curar o corpo queimado de Crowley no meio do beijo.


O demônio suspira começando a se levantar e se ajoelha na frente de Aziraphale. Sua mão vai para a sua cintura e ele aprofunda o beijo.

Aziraphale coloca os braços em volta do seu pescoço o correspondendo.

As lágrimas não paravam de cair. Medo, alívio, saudade, amor, tudo transbordava.

- Impossivel. - Os dois param olhando para o dono da voz. Gabriel saiu da parede arrancando a espada do seu peito como se não fosse nada. - Como um demônio pode sobreviver ao fogo mais puro?

- Não me subestime. - Crowley sarcástico ainda fraco repete o que o anjo falou antes, ele abraça o Aziraphale de lado e Aziraphale apenas encarava o arcanjo. - Meu namorado é mais puro que isso.

Os dois levantam a mão junto e seus poderes se misturam em uma única bola dourada que é lançada contra o arcanjo. 

Good Omens - Obcecado por vocêWhere stories live. Discover now