Seja meu Medo (part1)

515 41 23
                                    


200 anos atrás



Cidade Nórdica

Chegando na sua casa ele abre a porta tirando o chapéu que estava usando.

Quando olha para baixo Aziraphale nota que preso na porta tinha um envelope branco.

Ele pega e olha. Era endereçada a ele.

Ele leva até a escrivaninha tirando as luvas. Ele abre com uma faca de abrir cartas e dá uma olhada no conteúdo.

Ela uma convocação do céu.

Seu rosto já pálido suspira de alívio quando vê que ainda seria para amanhã.

- Seria um problema se nós pegássemos, príncipe. – Ele fala para o abajur em cima da sua escrivaninha. – Sinto ter lhe deixado esses dias. – A luz fraca e amarela do abajur mostrava a impureza que ainda era a alma corrompida. - Acho que terá que se acostumar com minha companhia novamente.

O anjo bem-humorado se senta na mesa, pega a pena preta e transforma sua ponta em uma base de caneta, pega um pouco de tinta preta e a mergulha nela. Ele achava essas invenções humanas tão interessantes. Ele pega uma folha e começa a escrever relatórios e em seguida algumas coisas em seu diário, desta vez com atrevimento ele escreveu sobre Crowley.





No dia seguinte ele colocou a pena por segurança dentro de um livro e o guardou na prateleira com os outros livros.

O anjo sorrio achando que estava bom assim, ninguém ia perceber em um livro dos irmãos Grimm.
- A energia maligna é a mesma. – Ele rir como se tivesse orgulhoso da sua ideia.


Ele vai para a porta e antes de ir da uma olhada no seu relógio de bolso.

- Certo. – Ele sai pela porta que se converteu em um portal para o céu.

Quando ele entra, percebe que estava em uma sala branca pequena. Ele anda até a próxima porta se perguntando se o local estava em reforma.

Ele olha em volta tendo certeza que mesmo todas as salas sendo iguais, nunca entrou naquela.

Quando ele abriu a porta viu uma mesa de vidro que normalmente se ver no céu. Gabriel estava sentado na cadeira em frente a mesa enquanto Miguel e Uriel estavam ao lado dele de pé. Uriel olhava o horizonte da grande janela atrás dele. Miguel era a que parecia mais preparado como se esperasse pelo anjo. Gabriel apenas estava com uma mão na testa parecendo chateado.

- Venha Aziraphale. – Miguel sorrio. – Estávamos esperando por você.

- Oh, mil perdões pelo atraso. – O anjo se aproxima com as mãos nas costas.

Seu sorriso simpático muda quando ele olha melhor para a mesa.
Um óculo escuro estava na frente do Gabriel. O óculo escuro de Crowley, aquele que o anjo guardou em sua gaveta em vez de devolver. Seu pequeno tesouro.

Ele olhava bem para os óculos enquanto o Miguel continuou.

- A dois dias fui à sua casa, Aziraphale. Entregar umas papeladas, não te vi lá, mas... Bom até aí tudo bem. – O Arcanjo pega sua caneta dourada em formato de pena e anda até onde estava o óculo – Mas daí senti uma energia maligna e veja o que encontrei. – Ele cutuca os óculos com a pluma como se tivesse nojo de tocar ou apenas medo. – Um óculo de demônio. – Ele olha de uma forma arrogante para o Aziraphale.

- Oh... Entenda, tem uma boa explicação para isso. – O anjo sorrir de nervoso colocando as mãos na frente.

- Foi o que o Gabriel, o arcanjo supremo misericordioso... – Ele fala bajulando o seu chefe com um pequeno tom de deboche. – ...Disse. Disse que você teria uma boa explicação. – Ele estrala os dedos e faz aparecer um documento chamado prova "A". Ele entrega ao Aziraphale que abre. Ele se assusta vendo desenhos conhecidos.

Crowley de túnica rindo era o primeiro desenho. O anjo ainda lembra daquele dia. Ele passa a folha e olha para um desenho onde o demônio estava usando roupas do grande império egípcio, ele era lindo com aquela gargantilha e cabelo até o pescoço. Com o desenho a memória do dia também voltou para o anjo. Era o seu tesouro, o seu pequeno tesouro, era o que fazia lembrar de coisas que não podiam ser ditas em voz alta.
Ele engole em seco já sabendo que teria desenhos ousados entre aqueles então ele fecha a pasta com força como se tentasse apagar a vergonha.

Ele olha para os 3 arcanjos, mas apenas um olhava para ele.

- Diga Aziraphale. – Miguel o arcanjo guerreiro fala suspirando. – Você caiu em tentação?
- O que?
- Só diga que esse demônio te tentou. – O Gabriel fala agora suspirando. – São o que os demônios fazem. – Gabriel sente sua cabeça latejar. – Até mesmo os anjos podem ficar atentados, mas o caminho do perdão é o que nos separa de animais.

- N-Não fui enfeitiçado se é o que estão tentando falar.
- Está trabalhando para o inferno? – Uriel pergunta falando pela primeira vez ainda não olhando para ele.
- O que? Não! Eu nunca trabalharia para o inferno.

- Mentiroso. Demônios mentem! – O Miguel gesticula colocando a mão na mesa e olhando para o Gabriel como se tivesse o convencendo. – Ele obviamente virou um demônio. Não sente o cheiro de enxofre empregado nele?

- Enxofre? – O anjo se assusta colocando as mãos na roupa. Ele não sentia nada. Ele se purificou antes de sair, estão falando que sente a presença do Crowley nele? – Eu posso garantir. – O anjo fala se aproximando. – Eu não sou um demônio. Sou um anjo. Como sempre fui.

- O problema... Aziraphale... – Uriel fala finalmente olhando para ele. – É que ninguém mais acreditaria em você.

- O que?
- Por isso vai passar por uma pequena prova... – Uriel olha para o Gabriel que o tempo todo se manteve sentado na cadeira.
- Prova?
- Nada arriscado para os anjos eu posso garantir. – Miguel diz e vai até o outro lado da sala onde tinha um serafim. Ele estava lá o tempo todo? O anjo não percebeu. Ele estava segurando um arco dourado. A arma celestial do arcanjo. – Mas para os demônios, é uma coisa mortal. – Ele segura o arco e o admira por um tempo até que puxa a sua corda dourada fazendo aparecer uma flecha que era inteiramente de fogo.

- Fogo sagrado?
- Sim, deve conhecer por sua espada. – Uriel fala com as mãos nas costas.
- Isso é mesmo necessário? – O anjo fala nervoso dando um passo para trás.


- Acredito que seja. – O Gabriel fala suspirando. Ele fica de pé. – Não me entenda mal, Aziraphale. – Seu sorriso mostra simpatia, coisa que ele não tinha. – Eu também acredito que ainda é um anjo. – Ele anda até o anjo. – Mas também acredito que está enfeitiçado e precisa de purificação...
- Eu nã-
- Se prepare – O Miguel avisa assustando o anjo que fecha os olhos colocando a mão no rosto tentando se proteger. Quando uma flecha como uma fênix foi lançado até ele sem aviso prévio.

A flecha que não podia ser parada vai até o seu alvo, mas pelo susto de Uriel e de Miguel apenas passa por dentro do anjo e atravessa a janela como se ainda estivesse procurando o seu alvo.

O fogo não fez efeito ao puro anjo.

- Eu falei. – Gabriel fala rindo alto batendo no ombro do Aziraphale que ainda estava assustado.

Miguel ficou desconcertado, mas Uriel vai até o Miguel.

- Deve ser um truque. – Ele fala desconfiado. – O corpo dele pode ser uma ilusão ou algo assim.... Ou apenas errou o alvo... você mirou bem?
- É claro que eu mir- Miguel bufa irritado e vai até um balde preto que estava atrás dele. Ele coloca uma luva que parecia com uma luva de couro e pega uma flecha negra com fogo em sua ponta.

- Miguel, já basta! – Gabriel fala indo até o arcanjo.

O Aziraphale se assusta com suas vozes altas. O que estava acontecendo? Ele não entendia.

- O que é isso? – Aziraphale perguntou tentando se manter calmo.

- Isso é fogo infernal.
- Fogo-fogo infernal? Mas isso vai me destruir!

- Se você for um anjo. – O Miguel aponta com mais cuidado desta vez como se estivesse mostrando ao Uriel. – Se for um demônio não vai fazer efeito.
- Mas e se eu for um anjo? Miguel, você vai acabar com minha existência. – Aziraphale fala incrédulo.
- Se for vai ser só um traidor a menos. – Ele puxa a corda.

Gabriel gritou alguma coisa, mas ele estava tão em pânico que não conseguia entender.
Aziraphale olha ao redor como se estivesse desesperado.





Atualmente





O anjo abre os olhos assustado sentindo seu coração pular por conta do pesadelo.
Ele se senta fazendo o demônio que estava do seu lado se assustar junto.

Ele olha ao redor e suspira de alívio.
- O que foi? – O demônio estava sentado do colchão bebendo algo em uma taça. – Pesadelo?
Ele coloca uma mão nas costas do anjo acariciando suas costas.
- Está tudo bem?
- Está... oh... me desculpe. – Ele sorrir e olha para o anjo caído. – ...Pesadelo... Sim.. Acho que sim.
- Está tudo bem. – O demônio o abraça colocando a taça no chão. – Foi só um pesadelo.

O anjo suspira sentindo o abraço do demônio. Aquele era seu conforto.

Mas a paz logo se foi quando ele percebeu que dormiu.

- E-eu dormi muito?
- Oh? Hm – O demônio pensa suspirando e depois estrala a língua soltando o anjo. – Eu diria que não? Para os meus padrões foi um cochilo, então...
- ... Que dia é hoje?
- Hm... vejamos, o baile foi no domingo... acho que hoje é quinta?

O anjo se levanta com tudo e corre até a porta saindo do quarto.

- Eu tenho que ir.
- Ir? – O demônio se levanta junto e corre atrás. – Ir aonde?

- Eu tenho, tinha, um encontro com o Gabriel na quarta. – Era sempre quando o arcanjo o visitava. O demônio paralisa por um tempo não sabendo o que falar. – Oh, céus. – O anjo estrala os dedos mudando de roupa.

Ele teria que se purificar antes de ir para o céu implorar perdão ao arcanjo. Ele vai até a porta e a abre, um barulho de um milagre foi feito ecoa no ar quando ele sai, ao sair ele estava novamente no quarto de Crowley.
- Crowley – Ele grita para o demônio que estava no quarto ao lado dele. Ele se irrita e vai até a porta de novo, quando abre sai no mesmo quarto. Era como um labirinto infinito.

Ele vai até o demônio e segura seus ombros.

- Crowley, eu tenho que ir!

O anjo olha para os olhos do demônio que parecia de mal humor.
- Não. – O demônio fala finalmente.
- Não? Mas isso não é uma opção.

- Claro que é, Aziraphale. – O demônio tira as mãos dos seus ombros e segura os braços do anjo. – Esse é o ponto.

O anjo não entendia como se não enxergasse o que o demônio ver.

- Do que está falando?
- Estou falando de você ficar aqui! – O demônio aproximava o rosto falando alto para o anjo entender. – Comigo! – Suas mãos agarravam com força o braço do anjo. – Seu idiota.

Ouvir o nome do Gabriel saindo são casualmente da boca do anjo o irritou.
O anjo o olha como se tivesse apavorado, mas logo fica nervoso também fazendo uma briga começar.

- E depois disso Crowley? Acha que é fácil? Acha que não ficaria com você se eu pudesse? Que eu quero ficar do seu lado sempre?
- Então fique. – O demônio fala como se fosse obvio.
- Seu demônio idiota! – O anjo nunca tinha o insultado antes. – E depois? Você quer ter sua existência sendo destruída? Você não entende, e-
- Claro que entendo – O demônio corta o anjo gritando mais alto. – Ser destruído? - A mão do demônio se torna tremula, mas o aperto continuava forte.

Ser destruído? Ele era destruído quase todos os dias. Obedecia a cada ordem e vivia "fora da lei" em cada comando, conseguiu ser um dos demônios mais conhecidos e diabólicos do inferno, mesmo que não fosse verdade, afinal ele nunca faria nada que o seu anjo não gostasse.
Mas para que servia tudo isso?

Ele fazia isso para que no futuro pudesse ver o seu anjo e ficar com ele, mas isso não é só uma ilusão de um imortal medroso?

- Crowley! – O anjo gritou o chamando.

Vamos viver até quando assim? Houve um dia que seu coração estava fechado, achou mesmo que se passasse mais 6 mil anos sem se ver ficaria tudo bem, os seus sentimentos não mudariam, mas sempre algo mudava dentro dele.

Sempre algo mudava.

Mudou de uma simples curiosidade para uma descoberta interessante.

Mudou novamente para respeito.
Para entendimento.

Para carinho.

Até que o anjo se tornou cada sentimento que ele teria.

Ele achava mesmo que o anjo, seu inocente anjo que odiava mudanças, o esperaria e continuaria como sempre foi, mas aquilo também era uma ilusão.

Até a imortalidade tem suas mudanças.

Ele sentiu raiva de cada pequena mudança.

Sentiu raiva quando o anjo o falou uma vez que experimentou vinho pela primeira vez. Ele queria ter sido a pessoa que estaria ao lado do anjo o vendo sair de sua cara de nojo para encanto.

Sentiu raiva quando Aziraphale mudou a porcaria de uma gravata. Uma simples gravata borboleta o irritou.

O demônio era o que mais mudava, mas o anjo simplesmente não parecia se importar ou se irritar com isso.

Ele muitas vezes fazia mudanças querendo chamar a atenção do anjo, mas o anjo apenas o olhava como se nada o incomodasse. Crowley parecia uma criança de 2 anos querendo atenção.

É isso que os humanos chamam de obsessão?

Ele tinha raiva, inveja... ele sentia ciúmes de cada história contada pelo anjo que aconteceu sem ele.

Até quando tem que viver assim?

- Crowley!

Isso era vida? Não, era um castigo, ainda o maldito castigo de Deus.

- Ser destruído? Yep, tá. Pode ser então. – O demônio fala finalmente e isso assusta o anjo sentindo seu coração latejar de dor.

O anjo se afasta levantando os braços para que o demônio não o tocasse mais.

- Isso... não é brincadeira, Crowley.

O rosto do demônio mostrava que ele estava sério.

- Não! – O anjo grita. – Obsoletamente que não. – Ele repete como se só o pensamento o matasse por dentro. Ele corre até a porta, mas se assusta quando algo o impede, ele olha para baixo e ver uma corrente agarrada na sua perna.

Ele fica reto para olhar melhor. A corrente ia até o chão perto do colchão.

Ele olha para o demônio.

- É sério isso, Crowley? – Sua voz parecia de uma mãe querendo brigar com a criança malcriada.

Ele estrala os dedos mais nada acontece....

Ele estrala de novo e mais uma vez.

Ele de agacha e puxa a corrente sem entender.

- Crowley?

Crowley mostra um cartão anti-milagres que estava em sua mão.

Ele mostra segurando-o com dois dedos como se fosse um A's na manga.

- Não vai funcionar por um tempo. – Ele olha para o cartão e o anjo anda até ele. – É um cartão que anula os milagres, engenhoso, certo? Bem. Eu só não pensei que usaria com você...

- Está louco? – O anjo puxa a corrente. – Me tire daqui imediatamente!

- Desculpe anjo... mas se eu fizer isso, você vai embora certo?

- Obviamente!

Ele vai até o anjo, chegando bem perto ao ponto de sentir a respiração irritada do anjo.

- Então eu não vou. – Ele finalmente diz.

O anjo não sabia o que falar.

- Crowley você está sendo ridículo. – O anjo coloca as mãos no peitoral do demônio. – Se eu ficar aqui, vai ser um problema! Tanto para você como para mim!


- Eu sei.

- Crowley!

O demônio suspira olhando para o lado.

- Crowley se continuar fazendo isso, eu... Eu nunca mais falo com você.

O demônio o olha pelo susto, mas depois seu rosto fica mais suave.

- .... Eu te falei... eu te falei da última vez, eu tenho certeza de que falei, anjo. – O demônio coloca a mão em um dos braços do anjo. Enquanto a mão que segurava o cartão se mantinha nas suas costas. – Mesmo que me odiasse eu iria atrás de você e te faria ser meu... Eu falei. – Ele olha para baixo triste. – Você vê o meu melhor anjo, mas a verdade é que eu sou só um demônio.

- Crowley...
- Não leve muito a sério... você só está sendo atentado por mi-
- Isso não é verdade! - Anjo grita e o demônio o olha novamente. – Isso não é verdade Crowley!! Crowley, você é tudo para mim. Tudo! – Lagrimas caíram nos olhos do anjo, mas ele não deixou de olhar para o demônio. – Eu quero... – O anjo agarra com força as roupas do demônio. – Seu cretino, idiota você não entende? Eu te amo!

O demônio sente seu coração se aquecer.

- Eu te amo mais do que todo, Crowley. Eu só quero te proteger, querido. Se você desaparecer para sempre... Eu... – O anjo sente dor sabendo que provavelmente desapareceria junto. Já viu muitos humanos morrendo de tristeza, seria isso que aconteceria com ele. – Eu só existo por você Crowley.




- Então... por que, por que quer me abandonar?

- Eu não quero, e-eu preciso!
- Não é o bastante. – O demônio solta o anjo. Aziraphale sente seu coração quebrar quando os olhos amarelos param de olhar para o seu.

Ele se afasta do anjo e isso faz Aziraphale esticar o braço para tentar puxar o demônio para ele, mas a corrente o impede.

- Crowley!
- Até você me falar o que está acontecendo, eu não tenho mais nada para falar.
- Sou eu que não vou mais falar com você!

- Tá, tá, tanto faz.

Ele anda até a porta sem olhar para o anjo vai embora.

- Crowley!










Na noite fria da quinta Gabriel estava olhando uma estatua dele em um cemitério terreno local.

Com suas mãos nas costas, ele olhava como se admirasse orgulhoso.

- Eu gosto de cemitério e coisa e tal. – Ele olha para trás vendo o dono da voz aparecer. – Mas já ficando um saco te encontrar aqui.

Belzebu bufa cansando enquanto andava para o lado do Arcanjo. Os representantes da administração do céu e do inferno estavam lado a lado.

- Bom, vejo que continua com o mal-humorado de sempre. – O arcanjo fala olhando para a estatua novamente. – Não que isso me assuste, demônios e seu mal humor são um clássico. – Ele rir orgulhoso da própria piada.
- Fala logo, para com essa falação. – O belzebu chuta uma pedra longe para se distrair já sabendo o que ele ia falar.
O arcanjo revira os olhos, só Belzebu para falar daquele jeito malcriado com ele...

- Tínhamos um trato. – O Arcanjo se manteve ereto olhando para estatua com as mãos nas costas. – De manter o demônio "Crowley" ocupado.

- Bom, ele ficou... bem ocupado.

- Então porque Deus – Belzebu faz um barulho de nojo com a língua quando escuta a palavra "Deus" – Ele apareceu esta semana em Londres? Como ele sabia onde Aziraphale estava?

- Isso não é problema meu, você que fez um trato com o demônio achando que era algo justo, só mantive ele ocupado, não é? Me dá logo o que eu quero. – O demônio mostra a sua pequena mão para o arcanjo.

O arcanjo suspira estralando o dedo.

Uma pasta escrita "Coreia no Sul" bem na capa.

- Pode ficar com esse território como combinado.

- Oh.. isso vai ser divertido. – O demônio sorri se mostrando satisfeito. – O show de entretenimento livre vai atrair muitos seguidores.

- Toma isso de brinde também. – O anjo estrala o dedo aparecendo outra pasta. A anos o anjo tenta se livrar daquele terreno. Na pasta estava escrito "Correia do norte".

- Boa tentativa. – O demônio empurra de volta para ele que é obrigado a segurar. – Muita burocracia desnecessária e papelada. Talvez no próximo milênio "anjinho".

O anjo estrala a língua discretamente e faz o papel sumir.

- Agora me diz. – O demônio anda começando a rodear a estatua olhando-a em todos os ângulos. – Foi só para chorar que me chamou?

- Aziraphale sumiu, provavelmente o seu demônio está envolvido.

- Eu te falei, anjinho bobo. Se o meu demônio atenta o seu anjo... Isso é ponto para ele. – Ele da de ombros colocando as mãos nas costas. – Ele é um dos meus "piores" funcionários. Sabe como é difícil encontrar alguém tão detestável hoje em dia? Bom, pode acontecer também – Belzebu se aproxima do arcanjo mostrando seus olhos profundos de cansaço e um sorriso sádico. – Que seu anjo pet goste.

- Bom. – O Arcanjo inabalável sorrir confiante. Ele olha para o Belzebu em deboche. - Ele não gosta. Apenas está confuso eu posso garantir. Você, Belzebu, fala que o demônio é o seu pior funcionário? – Ele se agacha para falar mais cara a cara com o demônio. Suas mãos ainda estavam nas suas costas mostrando etiqueta. - O Aziraphale é o meu mais obediente funcionário.
- Ah não. – O demônio supremo coloca as mãos no ouvido como se não aguentasse mais.

- Quando fui criado. – Ele fecha os olhos e depois abre novamente olhando para cima. – Eu era o anjo mensageiro.






Gabriel andava no vazio. Quando encontrou Aziraphale entre outros anjos criados. Ele tinha que cuidar de alguns serafins.

Aziraphale foi criado como um anjo guerreiro, mas Miguel desistiu dele e o jogou com Gabriel.

Ele olhava para o Gabriel com muita atenção e o arcanjo gostava disso.

Quando ele falava como funcionava o seu setor o anjo apenas obedecia a cada ordem e o ficava admirando com seus vários pares de olhos adoráveis.


Ele perguntava cada pequena coisa com curiosidade e o arcanjo, o mensageiro de Deus o respondia com total sabedoria.


Para Gabriel o Aziraphale o enxergava como sua luz.

Gabriel era um líder nato e o Aziraphale um dos seus primeiros seguidores fiéis.

- Como eu ia dizendo... – O Belzebu suspira tirando o arcanjo do transe. – Me chamou aqui para chorar. Alguém já falou que você fala demais? Por Satã.

O Belzebu vai embora farto.


Gabriel o vê indo embora e novamente olha para a estátua.


Seu passatempo favorito naquela época... Sim, quando o anjo aprendeu a desenhar para desenhar as criaturas que o Arcanjo descrevia para ele fazer. Ele fez vários animais e plantas com a pequena ajuda do anjo.


Ele era obediente, gentil e muitas vezes engraçado também.
Adorava ler toda a papelada e era muito útil.




Mas depois que o universo foi sendo criado e a terra estava em seus detalhes finais.

O arcanjo enquanto fazia suas caminhadas matinais no parque do céu...
Acabou se deparando muitas vezes com o Aziraphale.

Eles se esbarravam, mas o anjo não o cumprimentava mais como antes.


Certo dia o arcanjo o pegou olhando de longe para um anjo estelar enquanto o desenhava.


Depois disso as coisas foram mudando.


O anjo se limitava em mostrar apenas dois olhos em vez de seus doze.

Ele estava sempre para baixo e cansado, ele sabia que era culpa do traidor estelar.


Gabriel mesmo com seu esplendor e grandeza, se sentiu pequeno.

E isso levou ele aficar mais irritado facilmente. A rotina dos dois continuou, mas não era mais como antes.




Depois que a terra foi criada tudo piorou. Gabriel confiava no anjo para cuidar da terra como seus olhos.

Mas quando se deparou com a pintura do traidor na sua escrivaninha ele enlouqueceu. Uma desobediência clara.

Ele mandou o anjo parar de desenhar o demônio, mas durante esses séculos ele sempre encontrava escondido os desenhos do demônio.



Decidiu não falar nada para a administração, nem para ninguém, isso o mancharia. Sua reputação era sagrada. Novamente Aziraphale lhe deu uma sensação de ser pequeno.



Mas quando os dois arcanjos descobriram não havia nada a ser feito.




Ele ainda lembra do anjo apavorando enquanto Miguel apontava a flecha com fogo do inferno em sua direção.

Good Omens - Obcecado por vocêOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz