PRÓLOGO

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Skyline, na tradução literal significa linha do horizonte, e remete a uma imagem linda, colorida e solar. Alguns também podem chamar de reta de água, na altura dos olhos de quem vê se torna um verdadeiro deleite para o observador. Pois bem, trazendo para a nossa história, essa linha pode ser representada por muitos significados, em sua maioria bons, solares, felizes. Entretanto, quando essa linha do horizonte se torna turva, sem brilho do sol, confusa como um mar revolto ou um avião em meio a uma turbulência de 20 mil pés de altura, tudo parece não ter mais graça. A linha do horizonte deixa de ser uma imagem feliz e passa a ser um borrão diante dos olhos, e um gosto amargo de frustração na boca. É um pouco isso que acontece, a linha imaginária se torna palpável e intragável, até que uma dessas pessoas atingidas pelas ondas e ventos fortes, vê a necessidade de dar um basta. Entende que precisa trocar de lente para enxergar o bonito de novo, e descer daquele avião turbulento o mais rápido possível, senão é bem capaz de sufocar ali dentro. Afinal, a sua linha do horizonte precisa voltar a ter sentido, independente de como isso vai prosseguir.

Muitas coisas precisam acontecer no pré, para que o pós tenha algum tipo de significado. E é com essa frase de certo efeito, que eu os convido para emergir nessa história, que começou há muitos anos atrás, para ser exata há mais de 14 anos. Quando através de um casal de amigas, outro casal se conheceu e a partir disso se uniu, tornando-se o que são hoje, e o que já foram ontem. Quando as convido para uma imersão, eu quero dizer no sentido literal da palavra, quero que relaxe, que respire fundo e que se sinta imersa nessa estória que vamos contar, peço também que apertem os cintos, turbulência não derruba avião, mas assusta e alarma tanto quanto.

Belo Horizonte, agosto de 2005.

Nervos à flor da pele, disposição que só quem é jovem universitário tem, Rosamaria estava em um dos bancos de concreto do campus, com suas duas melhores amigas Naiane e Ana Carolina, elas tentavam convencer a catarinense de ir a uma calourada unificada com alunos de outros cursos no Campus Pampulha, de primeira a loira estudiosa e seria negou, dizendo que não teria tempo para tais comemorações, e que iria aproveitar o feriado para voltar a sua cidade natal, Nova Trento em Santa Catarina. Contrariadas por ela não aceitar, se contentaram com uma simples saída naquela noite para beber.

Naquela noite, elas se encontraram e foram a um barzinho próximo a faculdade, barzinho esse bem conhecido e frequentado por todos os estudantes. Acharam uma mesa e foram logo sentar e fazer seus pedidos, mas antes que pudessem começar uma conversa descontraída uma bela mulher se junta a elas.

— Me chamar para beber, ninguém quer né? — A bela mulher disse

— Amiga, que bom te ver por aqui. —  Carolana começou — A gente não ia vir hoje, mas essa chata, — apontou para a Rosamaria — não vai estar aqui na calourada, aí decidimos vir beber com ela hoje.

— Olá — Rosamaria responde sem graça — Me chamo Rosamaria.

— Me chamo Caroline, prazer em te conhecer — Caroline pega em sua mão, deixa um beijo.

— Você está com outras companhias? – Naiane pergunta – Adoraríamos que sentasse aqui com a gente.

— Minhas companhias estão bem ali – Caroline disse entre risos – Tenho certeza que vou estar melhor acompanhada aqui e nem vão sentir minha falta.

Todas caem na risada, e a noite é repleta de conversa boa, e criação de laços.

Belo Horizonte, Fevereiro de 2006

Era chegado o carnaval, e elas tinham se programado para uma viagem a ouro preto. Elas tinham reservado dois quartos de hotel por lá, para terem mais conforto e menos preocupação e iriam no carro da Caroline.

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