20 - PLENITUDO

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PLENITUDO (s.f.) do latim significa Plenitude. Estado do que é inteiro, completo; Totalidade, integridade.


Carolana

Preciso confessar que ficar esse tempo todo sem a Rosa no jornal não tem sido fácil, tivemos que reorganizar a equipe de trabalho para que cada um pudesse dar conta, pelo menos um pouco, das demandas dela. Apesar de não estar sendo fácil, tampouco está complicado, o que pega mesmo é a saudade dos cafés com fofoca diários e a alegria que ela sempre traz para a redação. O que me faz pensar em como vai ser a sua volta, acho que só não estou mais ansiosa que ela. Estamos organizando alguma coisa, nem que seja um cartaz de boas-vindas, embora sua volta ainda não esteja de fato com data e hora confirmadas, ela merece qualquer que seja a comemoração.

Lembro exatamente de como foi  sua reação no dia em que ela voltou para casa e acho que aqui a surpresa será muito especial também. Fran deu a ideia de comprarmos um presente pra ela, alguma coisa que ela goste e que seja útil, acho que pode ser uma boa ideia, além de decorar a sua estação de trabalho também!

— E se a gente encher uns balões também? Aí coloca na mesa dela? — Fran comentou empolgada.

— Podemos fazer tudo isso, só temos que saber quando ela volta. — Respondi enquanto intercalava o olhar entre ela e a tela do meu computador. — Agora eu preciso voltar ao trabalho, talvez eu fique sabendo ainda essa semana quando ela vai voltar e te aviso.

Fran assentiu e saiu da sala me deixando focar no texto sobre arte e educação que eu estava fazendo para a edição impressa do dia seguinte. O dia passou voando por conta de tanto trabalho e eu agradeci por que significa ir para casa logo, tem dias que eu sinto muita saudade da Estela, mais do que o normal. Voltar para casa é ótimo.

Como o esperado Rosamaria vai voltar na próxima segunda-feira, então decidimos mesmo pela comemoração com balões e um cartaz, Naiane deu a ideia de comprar uma torta e eu achei bom. Agora só falta ela voltar, estamos todos ansiosos.


Rosamaria

Dizer que quase não consegui dormir essa noite seria pouco pro tão agitada que eu estava. Por diversas vezes me peguei fazendo as respirações que aprendi no hospital para poder me acalmar. Sabia que não deveria deixar a ansiedade tomar conta de mim, mas eu não estava me aguentando, afinal, finalmente voltaria a rotina de trabalho, voltaria a me sentir útil fazendo o que amo.

Quando o despertador tocou eu já estava de pé, completamente arrumada e com a mesa do café da manhã pronta para os meus filhos. Tomamos café em meio a histórias que eles me contavam de momentos que eles tiveram enquanto eu estava longe, mas que agora eles conseguiam falar sem que aquilo fosse uma coisa ruim. Meus filhos estavam evoluindo assim como eu.

Hoje seria meus pais a levar eles na escola, já que Naiane levaria eu e Carolana ao trabalho.

— Bom dia minha filha, — Meu pai falou quando abri a porta — Olá crianças, como estão? — Disse enquanto entrava em meu apartamento.

— Vovô – Júlia gritou, e correu até ele, enquanto João se levantava e pegava suas mochilas para ir de encontro aos dois.

— Oi Vô — Meu filho disse enquanto o abraçava.

— Vamos lá, que ainda temos que buscar Estela na casa dela, e a avó de vocês está esperando lá no carro. — Meu pai falou já abrindo a porta para sair, eu apaguei as luzes e deixei tudo como estava, depois eu arrumava tudo.

Tranquei a porta da minha casa e fomos até o apartamento das meninas, assim que tocamos a campainha a porta foi aberta e uma Estela muito animada saiu por ela. Me despedi das crianças e do meu pai, e logo entrei para esperar minhas amigas para ir ao trabalho. Não demoramos nem dez minutos para também sair.

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