Cap IV - Deslize

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🏳️‍🌈

~{...}~

— Caramba, você me cansa. Jungkook, eu não vou repetir.

— Ah, você que tá cansado? Imagina ter que suportar suas paranóias todo dia. Escuta só, é um inferno!

— Tá, faz o que você quiser então.

— Porra Jie, são meus amigos. Você não pode agir assim toda vez que eu sair com eles.

— Vai embora. — Gritei, batendo a porta na sua cara quando finalmente entrei no quarto. Ouvi ele gritar do outro lado e me encolhi um pouco pelo susto.

— Porra Jimin. Abre essa merda. — Continuou gritando mas ignorei, até que pude ouvir a voz da minha mãe soar também.

— Querido, acho melhor você voltar uma outra hora.

— Senhora Park, ele faz isso toda semana, toda semana!

— Eu sei meu bem, eu sei. Mas se você continuar gritando, ele não vai abrir a porta.

— Aish! A senhora me desculpe, mas eu só saio daqui depois que falar com seu filho. — Ouvi um barulho na porta e percebi que havia sombra no chão. Ele se sentou.

Revirei os olhos e fui tomar banho, se ele queria me testar, ia passar a noite inteira no chão, eu não dava a mínima!

Me preparei pra estudar após me trocar, e de cinco em cinco minutos, era inevitável, acabava olhando na direção da porta e percebia que Jungkook ainda estava lá. Ele não ia mesmo passar a noite inteira ali, ia? Comecei a me perguntar. Com talvez duas horas ou três, fechei o livro e abri o email para checar se minha carta para a faculdade já havia sido respondida. Porém continuava apenas com inúmeros spams.

Suspirei e olhei mais uma vez para a porta, percebendo que tinha algo sendo passado por debaixo. Chequei o relógio para constatar o quão tarde já era e arregalei um pouco os olhos ao ver que passava das onze. Desliguei o notebook e me levantei, apaguei a luz do quarto e fiz menção de ir até a cama. Contudo, quando estava prestes a me sentar, não aguentei a curiosidade e voltei até a porta para pegar o papel do chão.

A luz que vinha do banheiro me permitiu ler o que estava escrito ali.

"Vamos fazer assim, eu não saio mais com eles sem você. E se você não for, eu não vou. Mas por favor, abre a droga da porta antes que eu tente abrir com um clipe. Porque eu to cagando se você precisa de espaço. Você é meu espaço e eu preciso de você!"

Estranhamente achei aquilo fofo, mas perceber que ele não entendia o motivo da minha chateação me irritava muito. Suspirei, me sentindo derrotado, e destranquei a porta. Girei a maçaneta e olhei pra ele escorado na parede da frente com uma cara de cachorro abandonado. Puxei os lábios de canto e dei passagem para que entrasse. E confirmando a impressão que passava, ele literalmente engatinhou até entrar, o que me fez rir. Curvei as sobrancelhas ao ver o travesseiro no chão e imaginei que minha mãe tivesse dado a ele.

Fechei a porta quando terminou de passar, e estendi a mão para ajuda-lo a levantar. Pelas suas expressões de incômodo, percebi que não se levantou antes por dor nas articulações, o que sugeria que ele passou realmente todas aquelas horas sentado, sem levantar nenhuma vez sequer para estirar as pernas.

— Jungkook — Ele alcançou minha mão e usou a palma como travesseiro para a bochecha, me olhando com um semblante carregado que me fez sentir culpado. Respirei fundo e o puxei para um abraço.

— Leu o papel? — Indagou baixinho.

— É, eu li... e não é isso o que eu quero.

— O que você quer então? — Suspirou ao se afastar um pouco e intercalou meus olhos na espera de uma resposta.

Promíscuo |YoonKookMinWhere stories live. Discover now