Cap XIII - Ouro.

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🏳️‍🌈

Tocando incansavelmente, Yoongi tentou alcançar o celular no piso ao lado do sofá, e ainda com os olhos fechados, levou o aparelho até o ouvido.

— Alô...

Do outro lado da linha, uma voz salgada como o oceano e grave como cordas de violão enviou o pegajoso sono do roqueiro para um local perdido na vastidão de sua inconsciência. Em um piscar de olhos, o rapaz se levantou apressado e desligou a chamada enquanto lutava desesperadamente para calçar os tênis. Empurrou seus pés para dentro, amaçando a parte traseira ao ficar de pé, desistindo de tentar fazer aquilo do modo certo. Se certificou de que as chaves da moto estavam no bolso, e praticamente correu até a porta de saída do apartamento...

Tropeçou nos cadarços soltos enquanto abria passadas largas em direção ao elevador; felizmente não caiu, o que seria um bônus pela sua falta de sorte nesta manhã. E esse seria o único ganho, pois estava prestes a descobrir que a lua não se pôs ao seu favor, e nem qualquer outro astro no universo.

Ao passar pela recepção, ignorou os olhares confusos das pessoas que transitavam por ali, e esbarrou em um senhor ao cruzar a porta de entrada do edifício.

Buscou pelo local onde lembrava-se de ter estacionado a sua moto, e semicerrou os olhos confuso quando no lugar dela, encontrou um carro.

— Mas que porra é essa... — Se aproximou mais para checar melhor, e espalmou as mãos contra a janela do carro, quase checando se realmente era de verdade.

Se afastou após constatar que sim, e olhou em volta. A rua estava movimentada, mas não havia sinal algum de sua moto.

— Porra, que porra, mas que porra! — Gritou alto, arranhando as cordas vocais e assustando alguns pedestres quando transferiu sua raiva com um chute no pneu do carro.

O que acionou um alarme.

Passou as mãos pelo cabelo, angustiado, e andou até o canto da parede. O azar estava rindo de sua cara. Encostou-se, e se deixou arriar até o piso; seus pulmões estavam cansados pela pressa, a contenção do fôlego, o medo, e agora, pela ansiedade. Além de tudo, o cansaço também se apresentava como uma resposta natural pela saúde precária a qual submetia tais órgãos vitais para sua respiração.

Tentou controlar a entrada e saída do ar, fechando os olhos e erguendo a cabeça para ajudar sua traqueia. O sol banhou seu rosto, e ele genuinamente não se importou com o que as pessoas pudessem estar pensando. Nunca costumou se importar com opiniões alheias, sobretudo, de pessoas com quem sequer tinha vínculo.

Entretanto, após alguns minutos que não sentiu passarem, o calor do sol no seu rosto se tornou brando, tal como a luz pareceu ser tampada, e curioso, ele abriu lentamente os olhos para checar.

Forçou a saliva pela garganta seca, e sentiu ainda mais sede...

— Esqueceu isso. — Jungkook ergueu um casaco na mão, e intercalou os traços no rosto do roqueiro.

Claro, o casaco. Yoongi voltou a fechar os olhos e sorriu. Achava aquilo tão tragicamente cômico que lhe dava preguiça de comentar.

— Algum problema? — Jungkook se agachou para olha-lo na mesma altura, e além disso, examinou toda sua situação, percebendo os cadarços soltos e metade do coturno sendo amaçado.

Promíscuo |YoonKookMinOnde histórias criam vida. Descubra agora