Capítulo 33 - Habilidade

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— Ayra —

— Você sabe?! — os dois perguntaram ao mesmo tempo.

— Eu sei, eu entendi agora, mas tive que voltar para o dia que a usei pela primeira vez... — percebi que continuava a lembrar perfeitamente da memória. — Eu ainda lembro.

— O que? — os dois perguntaram juntos.

— A memória de quando eu era criança, ela ainda está aqui na minha mente — eu disse pensando na habilidade. — Talvez...

— Ok, a Ester já vai chegar para você ter esse momento de conversa sobre a habilidade dela. O que a gente quer saber mesmo é sobre a sua habilidade — disse Lina entrando no quarto.

— Como você?

— Se esqueceu, eu leio mentes, os dois podem não querer te interromper, mas a única coisa que pensam é que querem saber o que é a sua habilidade, ahh, o Eyder está preocupado com o fato que você não comeu. Enquanto você conta para eles, eu vou ali pegar alguma coisa para você comer.

E ela saiu do quarto mais uma vez.

— E então? — mais uma vez os dois falaram em uníssono.

— Então, ah sim, a habilidade.

— Exato.

— Como eu estava dizendo, eu tive que mergulhar muito fundo, cheguei a encontrar várias coisas, e algumas muito desagradáveis, mas encontrei um dia feliz. O dia em que usei minha habilidade pela primeira vez — contei como aconteceu.

— Mas qual é a sua habilidade?

— A minha habilidade é a habilidade da criação e imaginação, desde que eu imagine alguma coisa eu posso fazer.

— Pode demonstrar? — pediu Reid.

— Posso.

Imaginei algo e então criei algo diferente, imaginei várias pequenas luzes, como as dos vagalumes que vimos na floresta, mas só as luzes e fiz piscarem pelo meu quarto.

— Que lindo — disse Eyder.

— Realmente — disse meu irmão.

E então Lina entrou no quarto e disse:

— Ester chegou. — E as luzes que pareciam vagalume cessaram.

Ester entrou.

— Não acredito! Você realmente acordou.

— Eu acordei.

— Me desculpa eu devia ter te dito antes como funcionava o mar de memórias, esse lugar tem suas próprias regras. Como conseguiu voltar?

— Eu deixei meu corpo ir sozinho, toda vez que eu tentava nadar meu corpo ficava tão pesado que descia com toda a força.

— Muito bem. Minha habilidade é de nadar nas mais profundas memórias que existem, e mesmo que a memória esteja borrada, ou qualquer fato desse, por exemplo quando alguém sai para beber todas e não lembra nada do que fez no dia seguinte, mesmo assim minha habilidade consegue ver essa memória como se ela estivesse intacta, como se você tivesse acabado de fazer a memória.

— Agora faz sentido o porquê que vi tão perfeitamente memórias que não devia.

— Você entrou nas memórias?

— Só em algumas, na descida eu não conseguia não cair em algumas.

— Isso acontece, afinal era sua primeira vez. Mas me surpreende você ter conseguido voltar, na minha primeira vez eu só consegui voltar depois de meses, isso que eu só tinha descido semanas da minha memória. Como descobriu como voltar? E como conseguiu não ceder à tentação?

Olhos BrancosWhere stories live. Discover now