Capítulo 38 - Terceiro

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— Eyder —

Eu sentia que a nossa missão estava cada vez mais próxima, o que não tinha problema já que agora eu e Ayra além de estarmos em perfeita sintonia, também havia o fator que tínhamos treinado muito, então estávamos bem afiados para qual fosse a missão. E eu achava que Reid logo nos mandaria já que tinha grandes chances de o governo saber a nossa localização, e o pior era que não dava para disfarçar muito a culpa do Reid nessa situação, já que foi ele quem quis se livrar de mim sem nem dar uma boa olhada na missão. Mas eu não iria jogar na cara dele.

Eu estava perdido em pensamentos quando uma garota de cabelos cor níveo e olhos que pareciam de diamante saiu do elevador, o que me fez sair imediatamente de meu estado de inerte. Um sorriso se formou em meus lábios, não consegui conter. Ela me viu e caminhou em minha direção.

— Conseguiu falar com ele? — eu perguntei.

— Consegui — ela respondeu abrindo um sorriso.

— Quer ir a algum lugar?

— O que acha de darmos uma volta? Pelo que vejo das movimentações logo iremos naquela missão.

— Eu também percebi isso, você acha que vai ser mais que nós dois?

— Não acho necessário, nós dois sem dúvidas somos os mais fortes daqui.

— Isso pode ser verdade...

— É verdade — eu a interrompi.

Ela colocou um dedo nos meus lábios.

— Me ouça, podemos ser os mais fortes do mundo, ainda assim não se pode se defender só disso. Se cairmos em uma armadilha podemos ficar presos mais uma vez, podem se preparar para nós. Eu não sei se serve de algo tudo o que eles estudaram em mim, mas eles têm muitas informações sobre mim, e sabem minha fraqueza. Você acha que vivi boa parte da minha vida de venda, só tirando nos momentos dos estudos, só porque eles tinham repulsa dos meus olhos?

— Existe alguém nesse mundo que tem repulsa dos seus olhos? — eu perguntei com um sorriso galanteador.

— Tem, e mais do que você imagina. Mas entendeu o que eu quero dizer? A habilidade que temos não é tudo.

— Eu entendi.

Peguei a mão dela e a puxei para fora da prefeitura. Quando tínhamos chegado na praia eu a puxei para mim, e sem aguentar mais, a peguei pela cintura, senti um leve choque, mas ignorei, e então a beijei. Nossos lábios se encostaram causando uma explosão de sensações.

E ficamos ali até o momento que fomos obrigados a voltar para o Reid não me matar.

Duas semanas se passaram.

— Ayra —

Eu e Eyder estávamos no nosso treino que a cada dia parecia mais desnecessário, mas ainda sim, eu tinha que ter certeza de que eu não falharia em um momento crucial. Eyder olhou para mim, me olhou como se me avaliasse, e eu franzi o cenho.

— O que foi? — eu perguntei.

— Nada, só me pergunto se você percebe que você fica ainda mais maravilhosa concentrada, é como se fosse uma deusa pensando qual seria seu próximo ato.

Eu estava começando a me acostumar com os elogios do Eyder, então eu só sorri, porém ele não parecia satisfeito. Pelo olhar dele me deu vontade de ler a mente dele, mas eu não iria fazer isso.

— Sabe, quando você só sorri, eu até tenho esperanças de que você finalmente entendeu sua beleza. Mas a dúvida sempre permanece. Agora me conte o que você estava pensando tanto.

Olhos BrancosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant