𝗜𝗚𝗨𝗔𝗥𝗜𝗔•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹

DOZE

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GABI

Ajudo a Karol fazer uma barreira com os travesseiros em volta da Cecília que tá dormindo na minha cama.

A Karol trocou ela, deu um banho e depois que tomou o leite da mamadeira, a garotinha capotou.

Agora ela tá na maior paz, toda esparramada e só de fralda.

— Agora é esperar ela decidir acordar pra gente ir embora— ela diz num tom baixo.

— Ela ronca pra caraca.

— Respeita o sono da rainha.

Acho que ela ronca mais do que eu, na verdade nem sei se ronco, dizem que sim, mas não acredito.

— Quer descer?— pergunto.

— Acho que é melhor ficar aqui vigiando, a cama é alta e tenho medo dela acabar caindo.

— Vem cá então— chamo ela e caminho até a varanda, me sentando no pequeno sofá que tem por aqui.

— É tranquilo morar aqui?— se senta do meu lado.

— É tranquilo.

— Aposto que é você que incomoda os vizinhos, né?

— Que nada, pô, sabe quem mora aqui do lado?

— Quem?

— A Jade Picon, por sorte do outro lado não tem casa nenhuma, então fico na paz.

— A Jade mora aqui?

— Mora, pô.

— Já foi lá emprestar uma xícara de açúcar?

— Não— dou risada e observo ela se ajeitando no sofá, colocando os pés em cima do estofado.

Ela tirou os tênis, então eu consigo reparar o quão feio eles são.

— Teus dedos tem vida própria, né?

— Gabriel! Para de olhar pros meus pés.

— Os olhos ardem de tão horrível que são.

— Deixa eu ver os seus.

Levanto meus pés e ela fica em silêncio.

— Admira essa obra de arte.