Chamas Azuis: Entre a Lei e o Desejo

Doze

"Na escuridão, as pequenas faíscas de esperança podem iluminar o caminho para o alívio."

Senti meu corpo dolorido despertar, meus olhos se abriram, e percebi que já tinha amanhecido. Com cuidado, me sentei na cama, a dor latejante em minha cabeça servindo como um lembrete incômodo das experiências da noite. Olhei ao lado, e lá estava Dabi, deitado sobre o colchão com seu peitoral exposto, acompanhado do lençolque traçava seu quadril, ainda mergulhado em um sono profundo, sua pele tatuada banhada pelos primeiros raios do sol. As lembranças daquelas cenas da madrugada vieram correndo de volta, tingindo meu rosto de um calor constrangedor.

Decidi levantar e peguei uma toalha e roupas limpas, me encaminhando em direção ao banheiro. Após trancar a porta, não hesitei e me dirigi diretamente ao chuveiro. Um banho quente era mais do que necessário para acalmar minha mente tumultuada. A água escorria sobre minha pele, proporcionando um alívio bem-vindo para meus músculos tensos e a dor de cabeça insistente. Fechei os olhos e me entreguei à sensação relaxante. No entanto, como se minha mente estivesse determinada a me atormentar, meus pensamentos começaram a se emaranhar, invocando memórias perturbadoras e assustadoras.

Lembrei-me do que vi dentro daquela caixa no freezer, o horror puro que me fez tremer. As imagens assustadoras e perturbadoras ainda ecoavam na minha mente. Era uma lembrança que eu preferiria esquecer, mas que me perseguia implacavelmente.

À medida que a água continuava a acalmar meus músculos, meu pensamento se voltou para a noite anterior, quando Dabi começou a me seguir pelo apartamento. O medo que senti ao vê-lo se aproximando me invadiu como uma onda. Mas, surpreendentemente, em meio ao medo, havia uma chama interior, um desejo incômodo que eu não conseguia ignorar. Era como se a presença de Dabi me atraísse, mesmo contra o meu próprio juízo.

Eu tentava me repreender mentalmente, lembrando-me de todas as razões pelas quais eu deveria manter minha distância dele. Sabia que a moralidade, a ética, o certo e o errado deveriam guiar minhas ações. Mas toda vez que eu me lembrava de como era quando Dabi se aproximava, o que eu sentia com seus toques, tudo isso parecia desmoronar, e eu ficava dividida entre a razão e o desejo que eu não conseguia ignorar.