Capítulo 04

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—...a senhora alega que encontrou o android machucando seu cachorro tarde demais e foi assim que tudo começou. Muitos androids no mundo todo estão intimidando seus donos e atacando as forças policiais acionadas para impedi-los. Seria isso uma revolta mundial das maquinas que nos seguiram por tantos anos? Fiquem com Henry Lakusvy, o criador de uma das maiores empresas de tecnologia, responsável pela criação de androids ultra realista. Logo depois, fiquem para ouvir os alertas governamentais de nossa segurança nacional. 

— Os robos deram defeito, estão descontrolados, e você acha que me manter trancada em uma sala, dentro de uma empresa cercada por androids, vai me proteger?!  — Foi a primeira coisa que passou pela minha mente para discutir com o sistema e tentar convence-lo a me liberar.

As ruas estão tomadas por confrontos de policiais civis e estaduais contra androids de todos os tipos, não posso permitir que saia. Dadas as circunstancias, essa sala apresenta menos riscos a sua saúde e bem estar.  

—  Bem estar?! Estou prestes a ter uma crise de pânico aqui! Se um dos androids...decidir...quebrar essa porta e me matar?! — Minha respiração começou a ficar acelerada, conforme o medo e as ideia mirabolantes da minha cabeça muito criativa, invadiam minha mente. As hipóteses do que poderia acontecer comigo apenas pioravam a sensação. Eu estava sozinha!

As portas são de metal prozzano, um dos materiais mais resistentes criados pela empresa Renovull, capaz de conter a força de qualquer maquina já inventada. Você estará em total segurança.

— Sim, a porta pode aguentar, mas e as paredes? As janelas de vidro?! 

As circunstancias me mostram que permanecer aqui é a melhor opção para sua segurança. As demais salas estão trancadas, contendo o avanço dos androids infetados. 

— Isso é ridiculo! Se eles se juntarem...eles possuem armas?! 

— A não ser os androids para uso militar, os demais protótipos criados não possuem contato com nenhum mecanismo perigoso. 

— Essa empresa cria androids para uso militar? 

 — Não. A Renovull é especialista em androids para usos domésticos.  — Uma boa noticia. A informação me trouxe um pouco de alivio, ao saber que não haveriam androids com armas embutidas, presos em algum compartimento daquela empresa.  

— E se eu sentir fome? Ou sede?!

 — Nosso sistema foi preparado com um estoque de alimentos para emergências. Quando seus níveis de glicose estiverem baixos, enviarei através do quadro cinza no fundo da sala, uma porção de comida nutritiva. 

— Ah, que ótimo! Estou ansiosa e só quero comer alguma coisa para me acalmar, mas só poderei me alimentar quando estiver com fome. Isso que é pesadelo!  

Pedimos desculpas pelo incomodo, senhorita Cassiane. Tenha paciência. O governo e a empresa está se esforçando para resolver este problema.

Era engraçado pensar que eu estava debatendo com um robô, que possuía uma determinada programação e não iria acatar outras ordens. Ele seguiria as normas que foi feito para seguir. Deveria ter aproveitado quando vi a movimentação e corrido para fora da empresa. Me perguntei se mais alguém tivera a má sorte de ficar preso.

—...é nítido que isso foi um virus criado e colocado nas programações dos androids. Não sabemos como e nem quem é o responsável por tal feito, mas tomaremos atitudes cabíveis quando o encontrarmos. Atualmente estamos tentando descobrir como esse virus se espalha de sistema para sistema, mas temos tido problemas em conseguir sua codificação.   — A voz que saia da TV era familiar e muito conhecida por mim, Cinthia. A mulher estava com a mesma roupa, acompanhando o sr. Lakusvy, enquanto o mesmo era entrevistado por vários repórteres de canais de noticia. Engraçado que pela paisagem de fundo, o CEO havia saído a tempo dali e se encontrava em algum lugar ao ar livre. Talvez em sua casa ou em algum edifício de segurança. Será que ele tinha ideia de que haviam pessoas presas em sua empresa? 

Minha Bela Criação - Trilogia Androids Que AmamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora