Capítulo 16

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Como eu pude fazer isso comigo mesma? Não sei, mas não conseguia me arrepender de estar beijando Attor. E quanto mais tempo permanecíamos com nossos lábios unidos, mais aproximação eu desejava, mais contato físico meu corpo pedia. Seu braço forte, com circuitos negros e grossos, estava ao redor da minha cintura, enquanto me mantinha perto, como se temesse que eu fugisse a qualquer momento. 

Quando se passou cerca de dois minutos, o android pareceu lembrar que humanos precisavam respirar e decidiu me dar uma curta distância de seu forte abraço. Os olhos em neons nunca estiveram tão vivos ou eletrizantes. Os lábios de Attor também continham certo brilho devido aos meus, o que parecia deixa-lo ainda mais humano e...apetitoso.

— Attor, precisamos parar...

— Essa é a primeira vez que me sinto tentado a desobedece-la. - Seu tom estava tão grave que pensei estar conversando com uma pantera ao invés de um robô.

— Você pelo menos sabe o que acabou de fazer?

— É claro, minha Cassi. Estou degustando o que é meu. — E com isso ele passou a linguá vermelha pelos lábios brilhantes, graças a mim.

— Não sou um prato! Nem um objeto! Não sabe o que isso pode fazer comigo e com meus sentimentos!

— Oh minha Cassi...sinto vontade de fazer isso contigo desde que você despertou minhas emoções. Então sim, sei sim o que isso faz com os sentimentos humanos. E amo o que estou sentindo. — Como confirmação, seus dedos apertaram a curva da minha cintura e eu suspirei, sem me lembrar quando havia recebido um contato tão intimo.

— Attor...— Minha atenção estava em seus lábios novamente, depois nos olhos e por ultimo no peito, admirando a minha bela criação. Que homem msravilhoso! Mas percebi alguns detalhes que conforme se encaixavam, me deixaram abismada.

— O que foi, minha Cassi?

— O sr. Lakúsvy....

— Não chame aquele homem de senhor! Ele não vale seu respeito.

— Sabe o que Henry queria ao me contratar, Attor?

— Ele te contratou para fazer minha fisonomia de acordo com uma pesquisa que seu "pessoal" havia feito na sociedade, com o público feminino.

— Isso mesmo. Ele queria torna-lo atrativo para todas as mulheres. Uma imagem masculina perfeita!

— E o que tem isso, minha Cassi? Se estiver preocupada, saiba que sou apenas  seu. — A revelação me deixou quase muda, me sentindo mais quente do que queria naquele momento. Já estávamos tão próximos, mais um pouco de estimulo e talvez pararíamos em outro lugar e não no chão. Tente manter a concentração Cassiane!

— Amei te ouvir afirmar isso, mas não estava me referindo a ciúmes. — Ele sorriu para minha confissão.

— Amou? — Seu rosto se aproximou e tive de mover minhas mãos para seu peito, na tentativa de para-lo. MZ130 era uma maquina e minha força não era nada para impedi-lo, mas por respeito a mim, ele ficou no lugar.

— Attor! Deixa eu terminar de falar! — Tentei mudar meu tom para algum raivoso, mas minha voz saiu fraca, mostrando o quanto duas atitudes mexiam comigo. — Henry até mesmo me entregou um desenho de base para te montar. Mas...

— Você não seguiu a forma.

— Não. Com o passar do tempo em que conversávamos, me apeguei demais a você e não percebi antes, mas agora, te olhando assim, eu percebo. — Os cabelos bagunçados e curtos nas laterais, volumosos em cima. Olhos com cílios longos como cortinas, e um nariz fino, com lábios grossos. — Eu te fiz com uma aparência completamente perfeita...só que para mim. Com meus gostos. Estava te moldando para ser o homem ideal, mas não para as outras mulheres e sim para o que seria ideal a mim! Como não percebi isso antes? — Murmurei para mim mesma, ao observar como Attor era um encanto que só. Até o tamanho de seus músculos me agradavam.

Minha Bela Criação - Trilogia Androids Que AmamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora