💙 Vinte e Dois 💙

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Evelyn

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Evelyn

Quinta-feira

Eu estava me sentindo péssima, sem motivação alguma. Não queria saber de Tiago, nem de ninguém, apenas queria me deitar e dormir até que esse dias fossem apenas um pesadelo horrível e que quando eu acordasse, meu pai estaria vivo.

Sei que é ilusão pensar assim, mas eu perdi parte de mim quando meu pai morreu. Tirei a sutura da mão ontem e hoje já tenho mais mobilidade pra usar as duas, mas não quero me arrumar. Não quero sair de casa, muito menos deixar que outras pessoas saibam dos meus problemas, mas não posso quebrar a promessa à Tiago. Estou tão cansada e esgotada, não quero que mais nenhuma pessoa próxima de mim morra.

Na frente do espelho, encarei meu reflexo sem ânimo algum. Eu não queria ir, não acho que a terapia vai me ajudar em algum sentido. Ouço uma batida na porta e logo Tiago entra no quarto.
  
— Amor, você já está pronta? — Ele pergunta.
  
— Acho que sim. — respondi.
  
— Então vamos, depois quero te levar num lugar. — Ele vem até mim e junta nossas mãos. Fazia tanto tempo que não tínhamos aquele contato que eu sem querer acabei fazendo uma careta.

Tiago não percebeu, e então descemos. Jorge já estava na porta nos esperando e Agatha veio até mim, me abraçando, fazendo com que minha mão e a de Tiago soltassem.
  
— Boa sorte, menina, vai dar tudo certo.
  
— Obrigada. — respondo. Ela me solta e eu saio andando na frente.

Chegando no carro, Tiago tenta ser cavalheiro e abre a porta do carro pra mim, ele parece bem animado, seu semblante é de pura esperança. Decidi não falar nada e seguimos o caminho em silêncio. Por dentro eu estava odiando aquilo tudo.

Assim que descemos do carro, pude olhar o espaço com mais calma, era um prédio alto e no letreiro tinha o nome da médica.

Dr. Regina M. G.
Psicóloga

  
— Eu não vou entrar não. — digo sentindo um medo e meu coração disparado. Tento entrar de volta no carro, mas Tiago não deixa.
  
— Eve, por favor… Você prometeu. — Ele me olha. — Eu não vou te achar maluca ou nada disso, eu sei que algumas pessoas precisam de uma ajuda a mais pra lidar com seus problemas e você sofreu muita coisa.
  
— Tá bom. — respondo depois de dar um longo suspiro.

Entramos no prédio e pegamos elevador até o terceiro andar, assim que saímos, o ambiente frio tomou conta e isso me fez arrepiar. Tiago tomou conta de toda situação e se aproximou da mesa da secretária.
  
— Boa tarde, minha esposa tem uma consulta marcada pra hoje às 14h00.
  
— Boa tarde. Nome, por favor?
  
— Evelyn. — Tiago e eu dissemos em uníssono.
  
— Evelyn Alves Ribeiro? — pergunta a mulher.
  
— Isso. — Tiago confirma e eu fico encolhida.
  
— É só aguardar. — Ela diz sorrindo pra mim.

Tiago me chama e nós dois sentamos e ficamos esperando.
  
— Você vai entrar comigo? — pergunto.
  
— Não será preciso. — Ele diz e eu começo a sentir minhas mãos esfriarem.

E quando eu ia falar algo pra ele, a doutora apareceu na porta.
  
— Evelyn, pode vir. — Ela chamou.
  
— Vai dar tudo certo amor, eu vou ficar aqui te esperando.
  
— Tá bom. — Eu disse baixinho.

Vou até a doutora que me cumprimenta com um sorriso e me dá passagem para entrar na sua sala. Ela fecha a porta e me olha.
  
— Pode se sentar ali. — Ela diz e aponta pra um sofá. Não esperava que tivesse um sofá.

Eu me sento e ela senta de frente pra mim.
  
— Então…Essa é a sua primeira vez aqui, não é? — Ela pergunta e eu assinto. — Eu quero que você saiba que aqui, esse ambiente, é um ambiente seguro pra você se abrir e um ambiente sem julgamentos. Eu sei que é difícil confiar e abrir sua vida pra uma pessoa estranha, mas aqui eu quero te ajudar ser uma pessoa em quem você possa confiar. Você pode me falar o que sentir vontade, mas como hoje é a sua primeira vez, podemos começar fazendo uma pequena apresentação, que tal?

Respiro fundo e assinto.
  
— Meu nome é Evelyn Alves Ribeiro, tenho vinte anos, sou casada, tenho uma meio-irmã que eu tenho a guarda e eu não moro mais aqui, estou apenas de passagem.
  
— E porquê você decidiu adotar sua meio-irmã? — Ela pergunta.
  
— Porque a mãe dela, minha madrasta, faleceu no parto dela.
  
— E como era a relação com essa madrasta? E o seu pai, o que ele achou dessa adoção?
  
— Bom, a minha relação com o meu pai era boa e foi ele quem me sugeriu também a pedir a guarda definitiva mesmo antes dele falecer.
  
— Eu sinto muito. Por isso que você disse estar de passagem? Veio se despedir?
  
— Sim. Agora a relação com a minha madrasta nunca foi boa… — Conto pra ela tudo que a Nicole me fez.

Saí da sala um pouco mais animada, ela realmente me ouviu, sem julgamentos e me passou uma pequena atividade pra incluir na minha rotina. Antes de caminhar até o Tiago, que esperava por mim ansiosamente, eu fui até o balcão da secretária marcar novamente outra sessão porque a psicóloga disse que seria bom eu fazer acompanhamento por um tempo. Mas antes que eu saísse, Tiago chegou por trás de mim perguntando pra moça quanto foi pra ele pagar. Ela deu um boleto pra ele e por ele ter mais intimidade com a Regina, foi na sala dela.
  
— Agora nós podemos ir. — Estendeu a mão pra mim e eu as juntei.

Caminhei com ele em silêncio até lá fora, onde Jorge ainda nos esperava. Assim que entramos, ele deu partida.
  
— Então como se sente agora? — Tiago pergunta.
  
— Foi melhor do que imaginei que seria. Ela me deixou à vontade pra falar o que quisesse e ainda não me julgou. Ela disse pra mim fazer caminhadas todos os dias ou arrumar uma nova distração, estava pensando em tirar minha carteira de motorista.
  
— Isso seria ótimo meu amor! — Ele diz em apoio e toca meu ombro. Nossos olhares se cruzam, mas logo o peguei encarando meus lábios.

Já fazia uma semana que eu não deixava ele se aproximar de mim de forma nenhuma, e Stefany estava sempre lá em casa.
  
— Eu queria muito te dar um beijo. — aussurra baixinho em meu ouvido.
   
— Tiago, eu não…não estou totalmente recuperada e pensar nisso é a última das minhas preocupações! — Digo firme.
  
— Desculpa. — Ele recolhe o braço que estava ao redor do meu pescoço e eu me sinto mal.

Fico em silêncio o resto do caminho também, respeitando o espaço dele.

Quem nunca teve medo da primeira sessão de terapia, não é? Gostaram do capítulo?Não esqueça de deixar seu voto pra me ajudar 🌟Beijinhos da Miih 😘

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A Intocável: Futuro Abalado 💙 Livro 2 da Trilogia Ilusões 💙Onde as histórias ganham vida. Descobre agora