🌸 Capítulo 9 🌸

25 6 37
                                    

Todas aquelas regras ridículas ficaram se acumulando na minha cabeça. Pensei que esqueceria, mas até em meus sonhos as regras continuaram:

"É proibido bebidas alcoólicas e fumar, maquiagem exagerada, piercing, brincos, colares estravagantes, saia muito curta, cabelo pintado, unha pintada..."

Chegou ao ponto de eu ter que vestir minhas lindas meias de macacos melancias para tentar dormir bem. Me arrependi amargamente, porque no dia seguinte, esqueci que estava com essas meias e o Alface acabou as vendo e tirou várias fotos rindo. Eu queria ter batido nele, mas quando me preparei Yu-jun apareceu e eu tive que me segurar, não é que ele não saiba que sou um pouco pavio curto, mas... Eu sempre tento mostrar o meu melhor lado para ele.

Quando fui notar, já era segunda-feira e a volta às aulas, minha barriga começou a se revirar, primeiros dias em escolas novas eram desconfortáveis, sempre foram, toda a pressão de ser carne nova e fofocas sobre primeiras intenções, isso me incomodava.

— Bom dia! Bom dia! Bom dia! Bom diaaa! — Sua voz afastava qualquer pensamento de medo e só trazia raiva.

Argh... Eu mereço... — falei terminando de amarrar o sapato.

— Não, não... Não é isso que se diz! — entrou no meu quarto sem pedir permissão.

— Bom dia, Oppa! — me corrigi irritada.

— Que boa menina! — ele tocou na minha cabeça e eu me afastei — anciosa para o primeiro dia? Não se preocupe eu tenho reforços!

— Que história é essa de reforços?

— Nós vamos te acompanhar, a primeira vez pode ser confuso onde ficam as coisas, então, iremos te ajudar! — Yu-jun apareceu no portal vestindo a mesma farda que o amigo, mas mil vezes mais lindo.

— O uniforme te cai bem... — acabei falando em voz alta.

— Você acha? Obrigado! — ele se arrumou um pouco — será o último ano que vou usar, estou nervoso e triste.

— E eu? — Sangchu arrumou a postura e ficou esperando minha resposta.

— O que tem? — me aproximei querendo passar pela porta — está parecendo um saco de batata!

Respondi e desci as escadas sem olhar para trás, mas escutei o mesmo falando "um saco de batata? Por que um saco de batata?" revoltado. Não é que não lhe caísse bem, mas... Eu só queria que o Yu-jun percebesse que, pra mim, apenas ele ficava bonito em qualquer roupa.

Mana, você ainda não colocou o chip novo? — Marina perguntou assim que coloquei os pés no térreo.

Ah... Verdade... eu esqueci disso....

Quer que eu coloque? Tem que ligar antes e...

Toma, a senha é a mesma. — dei meu celular a ela.

Hoje era um daqueles dias raros onde eu não brigo muito com ela, eu estava nervosa e o meu emocional não... está muito bem hoje, então tudo o que eu puder fazer para não me estressar, eu faço.

— Kurara, o sangchu ficou magoado com o que você disse... — Yu-jun desceu logo em seguida — pode falar para ele que ele também fica bonito?

Ele que se lasque... Por que eu deveria? — me sentei na cadeira, pois agora tínhamos móveis pela casa toda e não precisaria ficar sentada no chão. Graças a Deus!

— Você me chamou de batata! — falou revoltado se sentado na outra cadeira. — meu nome é sangchu! Sangchuuu!

Yu-jun aproveitou a deixa de sua boca em bico e colocou um bolinho a vapor que tio Chul havia feito para o café da manhã. Mas uma vez aquele idiota estava na nossa casa comendo da nossa comida tão cedo e nem adiantava eu falar algo, pois ele logo vinha me ameaçar.

— Come logo isso e vamos pegar o ônibus! — Yu-jun se sentou na mesa.

CLARA! — minha mãe surgiu do quarto já arrumada gritando — Lembre-se dos modos, nada de brigar, responder professores e os mais velhos! Se lembre das aulas de etiquetas que tivemos.

Claro, claro... Aquelas que a minha irmã deu baseada na seus estudos dorâmicos? — aquilo foi realmente ridículo, minha mãe pediu para a Marina falar como era o comportamento dos coreanos, e ela fez até PowerPoint e apresentou como se fosse um trabalho, ATÉ ATIVIDADES PASSOU!

Pare! Vão precisar de dinheiro para o seu ônibus?

— Não, tia Dan, tudo bem! Nós pagamos a passagem dela! — Yu-jun respondeu por mim.

— Bom dia, tia Dan! — Sangchu se curvou ao vê-la — obrigado pela refeição.

— Ora, não me agradeça! Quem fez foi o Chul! Agradeça a ele! — ela deu um beijo no tio Chul orgulhosa.

— Obrigado, tio! Está uma delícia!

Tio Chul pela manhã era um pouco caladão, não dizia muito e sempre que podia apenas balançava a cabeça, Yu-jun disse que ele sempre foi assim porque quando ele falava logo assim que acordava, as palavras saiam emboladas, como se ele estivesse bêbado. Será que o Yu-jun quando ficar mais velho será assim? Não... Tenho certeza que ele será aínda mais bonito pela manhã.

Enquanto comia meu café da manhã, que tinha tanto que dava para escolher entre omelete, bolachas, bolinhos, sopa, cereal, suco e café, sentia meu estômago se revirar, o que sempre acontecia quando estava com ansiedade, ele começava a doer e minha bexiga desaprendia a palavra segurar. Eu não podia passa vergonha sobre isso de novo, já basta o que passei no casamento... Não, eu vou segurar! Vou segurar!

[Deus... Se o senhor me ama, nem que seja um pouquinho... Me permita aguentar todo o caminho até a escola sem ter vontade de mijar! É meu único pedido!]

Cala A Boca, Oppa!Where stories live. Discover now