Capítulo 14

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Eu realmente pensei que o primeiro dia na escola seria tranquilo, pensei... Beeeem lá no fundo, mas não foi nem um pouco.

[Os dias na escola são piores]

Depois das aulas da manhã, o sinal tocou de novo e o garoto ao meu lado falou que era a hora do almoço e que me acompanharia, mas tinha uma reunião com os representantes de classe e professores... Ouvir aquilo sair daquele garoto no primeiro ano do ensino médio, me fazia sentir como se fosse uma criança, eles são tão maduros assim? Gente... Até ano passado, eu e meus amigos ficávamos rindo de piadas idiotas de duplo sentido como a piada da impressora e o papel. Aquela que fala "O que uma impressora falou para a outra?" e a resposta era "esse papel é seu ou é impressão minha?". Isso se até agora não estarem fazendo a do tiozão do pavê.

De qualquer forma... Eu tô com fome, a comida já é paga na mensalidade, mas falaram que só pode pegar uma vez, então eu vou colocar beeem muito, quer dizer... Isso se tiver coisa gostosa, as comidas coreanas são meio... Estranhas.

Sai da sala depois que a maioria já havia saído, os corredores ficaram lotados de olhinhos puxados em todas as direções. Acho que nunca vou me acostumar com isso.

- Você tá com fome? - Senti um sussurro nas minhas costas enquanto fechava a porta.

- Misericórdia, nem que fosse uma alma penada eu teria tanta vontade de correr como tive agora. - meu coração batia tão rápido que pensei que ia ter um treco. Quando virei, era ninguém menos que a peste - Por que está aqui cara de batata?

- De novo a história da batata? - O Alface ergueu a cabeça e arfou. - vai parar de me humilhar não?

- Não, o que você quer? - Continuei a andar na direção das escadas... Eu acho.

- Comer.

- E eu com isso? Vai comer, você não come com a minha boca.

- Mas não quero comer sozinho, o Yu-jun está com os professores e outros representantes. - Tive que parar porque uma garota passou pela minha frente e ele aproveitou essa chance para sussurrar no meu ouvido - Você não vai deixar seu oppa comer sozinho vai?

- Se eu pudesse deixava você sozinho por outros motivos. - Voltei a descer as escadas.

- O quê? Você tem que parar de falar na sua língua, eu não entendo nada.

- Esse é o objetivo!

Quando finalmente cheguei no térreo fui na direção que todos estavam indo e cheguei no refeitório. Enooorme, com filas enormes, barulho e uma variedade de comidas emitindo seus cheirinhos que parecia até gostoso. Me posicionei na fila enquanto tentava encontrar um bom lugar para sentar.

- Ali tem dois lugares certinho! - Ele apontou para um lugar.

- Não quero sentar com mais gente, já vai ser estranho o bastante comer com você.

- Ah... Então, vamos comer fora, a diretora não tá aqui mesmo.

- Quê? Não, o tio Chul e a mamãe estão pagando pelo almoço.

- Ahh, então, vamos comer ali. - ele apontou para um canto mais reservado do lugar, tinham só duas ou três pessoas que pareciam estar terminando.

- Pode ser.

- Até onde lembro, poucas pessoas sentam ali... Vai ser nosso lugarzinho então. - ele falou e sorriu. Revirei os olhos.

[Parando pra pensar, as escolas coreanas são que nem as escolas dos filmes americanos? Aquela coisa de popular ou coisa assim?]

[Aí, Deus... Eu estou perguntando pra um caderno.]

🌸🌸🌸🌸🌸

Eu não sei o que comi, mas certeza que não tinha nada de frutos do mar, me certifiquei de perguntar para a tia da cantina com todas as palavras. Entre as coisas que peguei tinha uma rodela empanada que, segundo a tia, era abobrinha, e pelo amor de Deus que coisa gostosa.

- Eu pensei... Que coreanos... Não comiam nada... Frito...Além de frango. - falei enquanto mastigava os últimos pedaços.

- Isso faz parte do cardápio de outros países, como essa escola recebe estrangeiros, todo dia tem duas ou três coisas de pratos estrangeiros.

- Dá de brincadeira... Isso é estrangeiro? - finalizei todo o almoço bebendo a garrafa de suco de morango que realmente tinha gosto de morango - Bom, vou indo.

- Espera! O quê? Nem terminei de comer o meu! - Alface estava na metade, comendo arroz com seus pauzinhos de metal e sua colher.

- Por isso mesmo, coloca essa bandeja lá! - está certo que ao menos isso eu deveria fazer, mas quanto menos tempo eu fique com ele, melhor.

Me levantei e peguei meu celular em cima da mesa, talvez o horário de almoço esteja acabando e eu preciso terminar de ler aquelas mensagens antes do sinal tocar.

- Espera um pouco! - ele segurou meu pulso com o corpo esticado quase batendo sua blusa na sua comida - não é assim que se pede algo para o seu oppa, faltou a palavra mágica.

- Por favor!? - confirmei mais como pergunta e ele balançou a cabeça e levantou uma sobrancelha e um canto do lábio de forma malditamente maliciosa, eu devo ter feito algo muito ruim com minha mãe quando pequena pra merecer isso, puta que pariu... - cala a boca, oppa!

Ele continuou segurando meu pulso e me encarando com o mesmo sorriso maligno, eu não fazia ideia do que se passava pela sua cabeça, ou que tipos de atrocidades safadas e ridículas ele estava pensando naquele momento, mas minha vontade era de socar a cara dele.

- Muito bem! - ele soltou - tome cuidado por onde anda, você deve Mantes distância de alguns alunos.

- Tá...

Ele voltou a comer depois de puxar minha bandeja para mais perto e não me olhou mais, vi aquilo como um ato misericordioso me dando oportunidade de fugir e é claro que eu não perdi a oportunidade, corri, ahh mais como eu corri.

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⏰ Last updated: Feb 05 ⏰

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Cala A Boca, Oppa!Where stories live. Discover now