Capítulo 18

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Mavis

Quando o dia amanheceu, eu só pude gritar.

Azriel escancarou a porta do quarto quando a arrombou, Cassian surgindo atrás dele.

— O que??! -os illyrianos perguntam.

Eu me viro para eles e eles travaram.

— Aquele maldito me jogou uma macumba! -grito.

— Seu cabelo... -Cassian murmura.

— Está... BRANCO!! -exclamo.

Eu me olho no espelho, os cachos brancos como a neve.

— Vou matá-lo. -respiro fundo.

— Vai ser difícil me acostumar. -murmura Azriel me encarando.

— Eu quem o diga. -Cassian disse ainda boquiaberto.

— Aquele peixe baiacu de quinta, tá na cara que foi praga! -choramingo mexendo em meus cabelos.

Eu amava tanto o meu pretinho...

— Não está feio... Só.. diferente. -disse Cassian.

— Eu pareço uma velha!

— Não... O.. a aparência estival combinou com você, acho que é a única de cabelos cacheados que já vi. -Azriel intervém.

Eu respiro fundo e olho para a prateleira.

— Cadê o ovo? -olho para eles.

— Não faço a mínima idéia, não estava com você? -Cassian olha pelo quarto.

— Se Amren tiver vindo aqui sorrateiramente e o levado... Eu vou picar ela em pedacinhos com as garras. -rosno.

Ouço um som estranho, como se quebrassem algo, algo como... Folhas secas sendo pisadas.

— Ouviram isso?

Eu olho para o chão e vejo uma pequena trilha de... Pequenas cascas, cascas azuladas.

Iam até a penteadeira...

Eu segui devagar, ouvindo aquele barulho se tomar mais alto.

— Mas que diabo....

Eu me agachei e olhei por baixo do móvel, me deparando ali com o ovo, ou uma parte dele, e ele sacudia.

Foi quando ele explodiu e as cascas voaram para todos os lados, fumaça saía delas, um odor de enxofre e queimado.

Eu ouço um guincho e direciono o meu olhar a criatura pequena, de aparência réptil... Com asas.

— Carai de asa.. -murmuro me afastando rapidamente.

Ela caiu desajeitada no chão, se arrastando de seu esconderijo.

Cassian abriu a boca mas logo a fechou quando viu a criatura surgir. Suas escamas são de um azul pálido que olhando de outro ângulo e a luz batia... Parecia um reflexo opala. Seus olhos.. um dourado como poças de ouro ferventes.

Suas minúsculas asas se abriram e ele guinchou.

— Nunca vai eclodir? -olho irônica para os illyrianos.

— O que pelas tetas da mãe é isso? -Cassian xinga.

— Animal curioso e estranho, parece...

— É um dragão. —engulo em seco— um filhote de dragão.

A criatura chegou perto de mim de forma cautelosa, me estudando curiosa.

— A estival tinha dragões.

Eu ergui a mão temerosa, esticando um dedo, seu fucinho se aproximou, quando então sinto suas escamas frias.

Um choque, senti um calafrio percorrer o meu corpo e o animal fechou os olhos, sinto um gancho em meu corpo, me puxando. Forte demais.

— Zaleríon. —murmuro— serpente marinha.

A criatura guinchou e eu me afastei.

— Dêem um jeito de trazerem aquele bacalhau platinado até aqui. —olho para os illyrianos— agora.

.

— Decidiu finalmente vir comigo para a...

Tarquin parou na porta, olhando para aquele mini capeta que sambava em minha cama, destruindo os lençóis.

— Não vai eclodir? -olho de forma sinistra em direção ao grão-senhor.

Ele olha assombrado e fascinado para a criatura.

— Não acredito nisso... —ele sussurra— o último.

— Como eclodiu? -pergunto.

— Não faço ideia. —ele disse observando o animal— um milagre da mãe.

— Ele não larga de mim. -digo quando o bicho pulou em cima dos meus cabelos.

— Sentiu algo?

Eu assenti, tentando tirar aquilo da minha cabeça.

— Você se conectou. —ele disse— caramba... Porra, isso é...

— Diz logo! Homi, coisa chata de ficar prolongando. -exclamo.

— Há milhares de anos atrás, essas criaturas cruzavam os céus. —ele olha para o pequeno réptil— minha família, nossa família, possuía estes animais assim como Helion possui Pegasus, éramos os únicos a tê-los e... Tínhamos conexões com essas feras, podendo ouvir suas vozes em nossas cabeças, uma ligação mental.

Eu o olho.

— Viviam nas ilhas da estival, selvagens, até que você deu início. —ele continua— Você criou uma conexão com um daqueles monstros e então, montou.

— Os Targaryens estão diferentes, essa versão nordeste está de matar um preá. -eu disse.

— Você subiu aos céus naquela criatura com quinze anos de idade, o batizou de Zaleríon, o serpente marinha, era o maior daquela ilha e continuou crescendo, sendo o maior de todos, atingindo seu último estágio de crescimento, sete anos após você o reivindicar. Se tornando o que chamávamos de asa de titã.

Eu solo um grunhido quando aquilo puxou os meus cabelos.

— Ai de você, cão miúdo, se você arrancar um cacho. -rosno para cima.

— Você conquistou a corte e venceu guerras em cima desse dragão, o ancestral que controlava a estival era imbatível e havia matado seus irmãos mais novos para deixar claro de que não queria que houvesse resistência de você e sua família, Donavam é o nome dele... Vocês viviam no lado afastado do estival, você os caçou, matou a esposa e filhos dele, incendiou cidades, você deixou ele por último para ele saber que você estava chegando.... Então quando você sobrevoou a corte e seu dragão cobriu tudo com sua sombra, ele sabia que você havia chegado e esperou.. as portas explodiram com o seu poder e aquela fera conteve os soldados do lado de fora.

Eu o olhei.

— Ele não teve escolhas se não se ajoelhar e se render, mas você o torturou por dias, para suprir a dor que sentiu pela morte de cada irmão, até que o seu dragão o queimou vivo e devorou seus restos mortais.

Ele olha para a criatura em minha cabeça.

— Você renasceu e seu dragão também. —ele disse— isso significa ..

— Que Donavam também renasceu. -eu digo.

— Donavam já está aqui antes de você chegar... —ele disse— está do lado das rainhas... Está junto com Koschei.

*Até o próximo capítulo, deixem seu comentário e seu voto pfvr ❤️❤️💋*.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora