Capítulo 37

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Mavis

Eu observo do meu trono, observo a festa, a música, o povo que dança e comemora.

Eu suspiro.

(Anime-se, isso tudo é para você) -disse Zaleríon.

Meu dedo desliza no cabo do tridente.

(O que você deseja?)

— Forró. —suspiro— esse povo nem de longe conhece Luiz Gonzaga. -digo desanimada.

Um riso.

(Realmente).

Ouço um sussurrar de sombras.

— Está entendiada. -não foi uma pergunta.

— O que vocês gostam. —abano a mão— é diferente do que eu gosto, sabe?

— E do que gosta?

— Não está disponível nesse mundo, infelizmente. -suspiro.

— Entendo.

Vejo uma mão de cicatrizes coberta por bandagens ser estendida para mim.

— Essa é mais animada. —ele balança as sobrancelhas escuras para mim— acho que vai gostar.

— Não sei dançar isso..

— Eu a ensino, como ontem.

— Com todos olhando? Teria coragem?

— Aprendi com o tempo que eles estão preocupados demais com os próprios erros para notarem alguns dos nossos. —sua mão segurou a minha— e creio que as sombras irão escondê-la.

As sombras assentiram.

Eu suspiro, deixando o trindete em pé ao lado do trono.

Ao me erguer, os olhares foram pra mim, eu abano a cabeça.

— Não ligue. -instruiu Azriel.

Ele me puxou para o salão.

Então, Azriel se curvou, vi de rabo de olho o grão-senhor da corte noturna apertar o cálice o qual tomava seu vinho.

Olho para Azriel, então, fiz uma reverência.

Vou fazer aquela galinha violeta passar mal sim.

Nos erguemos.

— Uma mão na saia do vestido, o cavalheiro com uma mão nas costas, sua mão livre acima com a palma junto a minha. -ele disse.

Eu repeti.

— Girando eu para a esquerda e você a  direita.

E as flautas começaram.

— Isso. -ele me girou.

Uma corrente de feéricos se formou se unindo a nós, todos demos as mãos em um círculo.

O que faziam eu repetia, até que fazia somente por sentir os passos.

O círculo se fechou até ficar minúsculo e então se abriu como uma rosa.

Outro feérico me pegou no lugar de Azriel, me girando até que uma feérica me roubou dele, me fazendo dar pequenos pulos com ela no ritmo da dança.

Passando por baixo de uma ponte de pessoas com braços erguidos.

Palmas foram batidas para cima e a música se tornou mais rápida.

Uma mão me puxou para seguir seus passos e encarei o general illyriano.

— Está indo bem. -ele disse.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora