Mavis
Eu circundo a sala, ouvindo cada uma das testemunhas, meu poder saltando de cabeça em cabeça enquanto Azriel fazia perguntas.
Suas sombras estavam a espreita e a reveladora da verdade em sua mão.
Até que...
— Foi ela.
Eu fixei o meu olhar em uma feérica de pele negra e cabelos cacheados.
— Por favor. -ela choraminga.
Sua mente foi varrida e eu confirmei.
— Fez isso por míseras moedas de ouro? —questiono— o que recebe aqui não é o bastante?
— Ele me obrigou!!
Seu coração acelerado, mentira.
— Você se deitou com ele, eu vi. -declaro.
— C-como...
Meus olhos cintilaram e ela congelou.
— Daemathi.
— Me enganar não é fácil, não mais.
— Punição de morte por traição, é a lei. -Azriel sussurra, puxando a reveladora da verdade.
— Não! Por favor! -ela grita.
(Ela deve morrer) -disse Zaleríon.
(Não há uma outra maneira de punir?) -pergunto.
(Se traiu uma vez, trairá novamente, o corvo engana a raposa) -disse o dragão.
— Não há como poupá-la? -busco o conselho de Azriel.
— Não. -ele disse.
— Mas..
— Você me pediu para poupar o primo dela que veio até aqui, o único parente, ele te insultou e depois tentou avançar contra você. —ele disse sério— poupei e olha o que tentaram fazer contra você.
Eu me calei.
— Não vou cometer o mesmo erro e ceder ao seu pedido, a sua segurança vem em primeiro lugar. -sua lâmina cintilou em seu punho.
Ele olha para mim.
— Vire-se, não quero que me veja fazendo isso. -ele disse baixo.
— Eu aguento.
— Vire-se.
— Não.
— Não quero que veja a crueldade e a frieza que há em mim para executar o meu trabalho. —ele murmurou— então, por favor, dê as costas.
Eu hesitei e suas sombras me viraram, foi rápido, tão rápido, o grito não foi completo e as sombras abafaram o som da lâmina cortando a carne em um assobio. Cheiro de ferro do sangue preencheu minhas narinas.
Quando eu me virei a cadeira com o corpo da feérica havia sumido, apenas umas pequenas gotas de sangue no chão, Azriel ainda estava de costas para mim, limpando a lâmina da adaga.
Ele se virou, ao olhar para mim, com um piscar de olhos aquela máscara de frieza sombria sumiu.
— O próximo será o primo dela, mas não poderá assistir, farei isso longe de você. —ele declara— não vou arriscar que ele venha por vingança até você.
Eu nego.
— Como Cassian soube que Theor me mataria? Ele não contaria assim. -digo.
— Ele ouviu a conversa dele com a feérica, ela havia falado que o veneno estava no vinho, Cassian não viu a feérica pois ela se misturou mas viu ele. —ele caminha até mim— mas agora os dois estão mortos.
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Corte De Trevas E Sombras | •Acotar
FantasyMavis, uma jovem leitora nordestina que vive sua vida difícil em seu estado, a única escapatória são seus amigos com páginas e letras digitadas em tinta. Azriel, um mestre espião frio e calculista que está sozinho desde que pode se lembrar, até que...