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ELA

Não sei como Olga conseguiu convencer Teresa sobre eu simplesmente ter sumido, mas conseguiu. Minha irmã usa um colar com uma pedra de safira no pescoço, ela cutuca com os dedos brancos e finos durante a viagem no taxi.

–O que você acha? - Ela me pergunta, encarando o pingente que cai entre seus seios quase inexistentes.

–É lindo. - Encaro a janela afora. - O que Olga disse para você?

Posso sentir minha irmã ficando tensa no carro ao nosso lado.

–Ela falou que você e Dale precisavam de um momentos juntos.

Viro meu rosto, encontrando uma Teresa distraída em seus próprios pensamentos, sobre como será sua vida agora que tem dois mil dólares pendurados no pescoço.

–Apenas isso? - Minha pergunta sai em tom de supresa, não poderia ter sido tão fácil.

–Maria, o que você tem com esse menino é problema seu. E eu não queria confusões de Abuela durante esse final de semana. - Ela me olha, se forçando a um sorriso. - Não estou chateada com você, não tinha como você saber o que aconteceria.

Ela sorri, um tom de pêssego acendendo em suas bochechas.

–Foi muito bonito, Arthur falando sobre minha bondade. Os pais dele foram perfeitos, foi tudo lindo. Não sei se é a melhor hora, mas sinto que gostaram mais de mim do que de George.

–Isso não é uma competição. - Digo, triste por Lou. Acho que os pais dela não aceitaram muito bem. - Ninguém estranhou nossa falta?

A testa de minha irmã se franze.

–Na verdade ninguém perguntou sobre vocês dois. - Ela parece procurar respostas em meu rosto enigmático. - Mas então, o que houve? Onde você estava?

Coloco uma mecha do cabelo atrás da orelha e hesito algumas vezes, não sabendo se devo contar a verdade para ela.

–Você contará para Abuela?

Minha irmã fica em silêncio, pensativa.

–Maria, não posso jurar segredo sem saber de absolutamente nada do que fizeram. E se você tiver cometido um crime?

Tatuar a pele não era ilegal no estado da califónia, mas minha pele pinica com mais intensidade só de imaginar a reação de minha avó se descobrisse.

–Prefiro que você não saiba de nada. - Bile sobe por minha garganta. Não quero mais lembrar desse fim de semana. Descobrir tudo que aconteceu me deu a sensação de distanciamento. Ele está me empurrando, com medo de que eu vá embora por conta própria.

–Eu não poderei contar para ela o pouco que sei, de toda forma. Isso faria de mim uma cúmplice, então mesmo sem saber de nada, ocultarei que você não estava presente.

Não a agradeço, pois sinto que ela está fazendo isso para si.

–Duvido que ela queira saber de mais alguma coisa do que esse colar. - O comentário sai com mais desdém do que eu pretendia. - Desculpa, só estou mal humorada. É um lindo colar.

Ela assente e se força a sorrir outra vez. Seguimos caladas até em casa, onde Abuela comemora a chegada desse novo namoro em nossa casa, como se o Papa em pessoa tivesse abençoado Teresa.

 Seguimos caladas até em casa, onde Abuela comemora a chegada desse novo namoro em nossa casa, como se o Papa em pessoa tivesse abençoado Teresa

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