Ao chegar a mansão, todos já haviam se retirado aos aposentos, exceto Gertrude, que sendo a governanta da casa e a criada mais antiga, sempre teve o hábito de esperar todos os senhores da casa irem dormir, antes de se retirar. Phillip sabia que a velha mulher o estava esperando.
- Pode se retirar Gertrude, não há necessidade de ficar me esperando. - falou gesticulando sem olhar para a criada.
- Mas senhor, chegou uma mensagem.
- De quem é? - perguntou sem ligar muito para a conversa e retirando o casaco.
- Lady Eleanor Thornton.
Algo poderia piorar? Não bastasse a situação que estava vivendo com Elizabeth, justamente por causa de Eleanor, e agora ela ainda queria contata-lo?
- Deixe em cima da mesa do meu escritório, já estou indo para lá, e pode se retirar para os seus aposentos, se precisar de algo eu mesmo posso fazer. - tentou falar de forma branda, mas soube que não conseguia enganá-la, ela o conhecia desde criança.
Apoiou-se próximo a janela observando a luz da lua cheia nos jardins, era uma rara noite sem chuvas em Londres, o clima andava estranhamente bom nos últimos tempos, ao contrário dos sentimentos e emoções de Phillip que andavam em um completo turbilhão. Ele se direcionou ao escritório, e viu o pequeno papel em sua escrivaninha, sentou-se em sua cadeira e começou a lê-lo.
Meu querido Phillip,
Não me peça para não ama-lo, é o mesmo que tirar de mim a vida, e se você insistir nessa ideia de que eu devo me afastar e te esquecer, em nome desse casamento de fachada que você tanto quer proteger, eu gritarei ao mundo que te amo, que seu casamento é uma farsa, que você ainda me ama, e por causa dessa armação não pode viver comigo. E se ainda assim, você insistir que devo te esquecer, então, serei obrigada a acabar com tudo, porque você Phillip é minha vida, é sem você, não a nenhuma razão para eu existir. Prefiro morrer a não ter você, e prefiro que você morra se prefere não estar comigo.
Da sua amada Eleanor Beaumont.
Era isso, Eleanor estava completamente fora de si, e ao ler o aquilo, fez ainda mais sentido ela ter procurado Elizabeth sem ao menos lhe dar satisfações, e ter feito parecer que ele ainda a amava como antes, aquilo era muito mais que uma simples mensagem, era uma ameaça, tanto a vida dela, quanto a vida de Phillip, e quem sabe, até mesmo a vida de Elizabeth.
Phillip ficou imerso em um misto de raiva, preocupação e frustração. Ele sabia que Eleanor sempre fora intensa em suas emoções, mas essa carta ultrapassava todos os limites. O peso de suas escolhas passadas agora voltava para assombrá-lo de maneira avassaladora.
O Marquês Beaumont permaneceu alguns instantes, encarando a carta como se ela fosse uma sentença de prisão. Sentiu um nó apertar em seu peito, e uma sensação de impotência o envolveu. Eleanor estava disposta a tudo, e ele sabia que precisava agir com cuidado para evitar um escândalo ainda maior.
Precisava vela, de forma cautelosa e não provoca-la, e precisava fazer isso de modo que não incomodasse Elizabeth, no seu atual estado, não poderia preocupá-la com tais coisas. Mas precisava deixar alguém ciente, sabia que Eleanor poderia armar para ele, e se desfazer de um escanda-lo sem testemunhas seria algo praticamente impossível.
Edward e Arthur, eles poderiam ajudar, eram astutos e sagazes, e poderiam agir sem que ela soubesse.
Phillip decidiu procurar Edward e Arthur para compartilhar a carta recebida e discutir estratégias para lidar com Eleanor. Sabia que precisava da ajuda deles, homens de confiança que poderiam agir nos bastidores sem envolver Elizabeth diretamente.
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O Marquês
RomanceMais uma temporada se inicia em Londres, para Lady Elizabeth Wentworth isso era sinônimo de mais um ano tentando fugir do casamento. Ela anseia por mais do que os rigores da alta sociedade podem oferecer. Contudo, a chegada de um enigmático marquês...