Capítulo 17 - Balão

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Camila's POV| Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2024, Rio de Janeiro, Brasil.

Dois dias haviam passado desde o meu desespero e pesadelo acordada, embora tudo aquilo tenha acontecido, minha relação com Lauren continua igual, minha melhor amiga acabou dormindo na minha casa nos últimos dias então se eu tinha algum plano de realizar o meu desejo - e o de Lauren -, acabou indo por água abaixo.

Eu ainda não tive coragem de falar com Normani sobre camisinhas e muito menos de ir comprar, era vergonhoso demais saber que a pessoa do caixa ia ter certeza do que eu faria com aquilo.

E se.. É ISSO!

Uma ideia brilhante passou pela minha cabeça e se desse certo, eu seria genial, se desse errado, não mudaria absolutamente nada.

Eu nunca tinha comprado camisinha antes, e quando eu tive minha primeira vez e as poucas vezes que me relacionei sexualmente com alguém, a camisinha já estava lá, e foi extremamente desconfortável, mas eu ignorei na hora. Para evitar me sentir desconfortável, eu pesquisei no pai dos burros - Google - qual seria a camisinha ideal para cada pessoa. Quem diria que algum dia eu estaria pesquisando sobre isso...

Peguei meu celular e mandei mensagem pra minha melhor amiga, que por acaso estava em algum lugar dessas ruas do Rio de Janeiro com a minha namorada.

Piranha Paulistana: Você quer que eu faça O QUÊ?

Eu: Por favor, me ajuda! Eu tenho vergonha.

Piranha Paulistana: Eu não vou comprar camisinha pra você, se vira! Eu namoro uma mulher que não tem pênis, já imaginou o que ela pensaria se me visse com uma camisinha nas mãos?

Eu: Aí você fala que é pra mim!

Piranha Paulistana: Quem vai transar é você, vá comprar você! Se vira!

Eu: Maniiii

Eu: Mani

Eu: eii psiu

Eu: Normani

Piranha Paulistana: MEU DEUS COISA CHATAAAAAAAAAAAAAA

Eu: me ajuda 😁

Piranha Paulistana: Tá, mas eu não vou comprar! Tenho uma ideia!

Piranha Paulistana: Vou mandar a Lauren ir comprar algo e gravo o áudio, aí você ouve na frente do atendente.

Eu: Tá bom! Te amo! Fala pra Lauren que tô com saudades dela 🥲

Piranha Paulistana: Eu não, não gosto de gays.

***

Meu caminho até a farmácia foi preenchido por pedidos mudos para que aquilo desse certo. Eu sairia de lá com aquela caixa de camisinhas de qualquer forma, mas se eu saísse com vergonha ficaria ainda mais na cara o que eu ia fazer! Se bem que eu tava comprando o item mais específico do mundo...

Avisei Normani quando passei pela porta  para que ela pudesse mandar o áudio.

O plano era o seguinte; ela mandaria um áudio falando que precisava de uma caixa de camisinhas pra fazer balões, mas os balões estouravam muito fácil, por isso as camisinhas, que eram mais resistentes. Então o atendente ficaria confuso, imaginando porque caralhos ela queria balões de camisinhas e esqueceria minha cara e que eu estava de fato comprando camisinha para poder transar com minha namorada sem perigo algum.

Mas o destino - Normani - era um grande filho de uma puta.

Peguei a caixa das camisinhas e levei até o caixa, já sob o olhar divertido do moço do caixa. Larguei meu celular desbloqueado na conversa com Normani em cima do balcão, ao lado das camisinhas, após ouvir o "bip" do moço passando a caixa, chegou notificação do áudio da minha querida amiga. Como quem não queria nada, eu dei play em um volume baixo, mas o suficiente para que eu e o moço da caixa conseguíssemos ouvir, então fingi pegar o dinheiro dentro da minha carteira.

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