𝟎𝟎𝟐- 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨

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“ Ser amigo é um jeito bonito e raro de ser eterno na vida de alguém ”

— Diego Vinicius.

THAYNÁ MARQUES'

Após voltar da faculdade, eu havia decido que iria para a festa, depois de tantas e tantas mensagens do Gabriel insistindo para que eu fosse.

Nós não nos conhecíamos muito, na verdade nós conhecemos hoje. Mas Gabriel agia como se fôssemos amigos de longa data. E eu gostava, mas na mesma proporção que me deixava desconfiada dessa aproximação.

Acho que esse era um jeito meu de ser. Desde pequena, sempre fui muito desconfiada do mundo. E isso foi depois do meu pai me deserdar como filha dele. A Partir disso, eu soube que se não podia confiar no meu próprio pai, não iria confiar em ninguém. Era errado a minha forma de pensar, eu sabia. Mas também já me evitou muitas desilusões.

Nunca coloquei expectativa ou confiança, e por este motivo não me decepcionou tanto quando a “traição” chegou.

Me olhei no espelho, avaliando a minha roupa, mas não gostando muito do resultado, ou talvez desgostando de mim mesma.

Meu corpo não era o padrão, sabe? Ele não era magro, mas também não chegava a ser acima do peso.Era um meio termo, mas que mesmo assim, me deixava um pouco insegura e insatisfeita.

A minha mente repetia que eu não deveria me cobrar tanto, mas às vezes era inevitável. Eu me cobrava sem nem perceber às vezes. Era só um mecanismo, que me dizia que eu tinha que ser aquilo, tinha que suprir as necessidades, tinha que ser alguém adorável, bonita. E sem perceber, eu já estava colocando pressão em mim mesma.

— Precisa de ajuda? — A voz da minha mãe soou, me fazendo olhá-la encostada no batente da porta. Eu sorri e concordei, e ela veio até mim de bom grado.

— Acho que o vestido preto e uma jaqueta ficariam bem. E as botas de couro dariam um charme, fazendo ser algo básico, mas também chamativo e elegante.

— Obrigada, mãe.

— Aonde vai?

— Sair com uns amigos do estágio.

— É sério?

— Uhum. O Gabriel, no caso Gabigol, me convidou para um resenha na casa de um dos meninos do elenco. — Falei de forma despreocupada, ajeitando meu cabelo.

— Ele parece legal e interessado em você.

— Não viaja, mãe. E para de ficar emocionada.

— Vai dizer que ele não é atraente?

— Ele é, mas entre nós não rola…sabe? Eu já não estou no padrão de jogadores, e muito menos do Gabriel.

— Você devia parar com essa sua autoestima baixa. Você pode ser o padrão de alguém sim, Thayná.

Desviei o olhar, não querendo prolongar o assunto, mas também pensando muito nele.

— Ele me apelidou de Iná e disse que eu deveria conhecer o Gabriel de verdade. O que isso quer dizer?

— Que ele se interessou, eu sinto. — Deixou um beijo no topo da minha cabeça, dando um tchauzinho e se retirando dali.

Às vezes eu pensava que minha mãe era muito apressada com as coisas. Ela dizia que não gostava de perder tempo, e por isso agia sempre no impulso. Mas eu achava esse modo de viver errado. Pensava que os relacionamentos dela não davam certo, porque ela era intensa demais, amava rápido demais, e se decepcionou demais em todos os fins. Eu não a julgava por querer viver algo com alguém, mas também não entendia a necessidade dela querer sempre estar com alguém. Mas tudo sempre resultava em uma coisa: Problemas. Tanto para ela, quanto pra mim. As coisas sempre sobravam para mim.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz