𝟎𝟏𝟒- 𝐎 𝐟𝐫𝐚𝐜𝐚𝐬𝐬𝐨 𝐪𝐮𝐞 é 𝐬𝐞𝐫 𝐞𝐮

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“ Tenho estado confuso ultimamente (sim)
Vendo minha juventude escapar (sim)
Você é como o Sol, você me acorda
Mas você me desgasta se eu tomar demais
Talvez eu precise de você ou irei quebrar

Somos jovens demais para isso?
Sinto que não posso me mover”

Softcore|| The Neighbourhood.


THAYNÁ MARQUES'


Acho que sempre em minha vida, tive uma maneira de lidar com tudo na minha vida, desde acontecimentos considerados bons, até os ruins. E sendo dessa forma, a de reprimir meus sentimentos, até que eles não existissem.

Ao longo da minha vida, nunca fui de ficar com muitos garotos ou me interessar por eles. Mas quando acontecia, se tornava um pesadelo. Era quase como uma coisa constante, essa de que eles sempre preferiam minhas colegas de sala, que na época considerava amigas. E na real, acho que isso aflorou mais a minha comparação constante com outras meninas, por nunca achar que podia ser desejada ou algo do tipo.

Sempre muito feia, sempre muito gorda, sempre muito desarrumada, ou sempre fora dos padrões da época.

Aquilo era uma merda, e eu me sentia tão insuficiente, que nunca achei que pudesse me interessar de novo por alguém.

E aconteceu. Só que a história se repete.

Gabriel nunca foi uma opção amorosa para mim. Sempre o considerei meu amigo, e isso segue. Mas agora, oficialmente sentindo tudo que tenho pra sentir, assumo que não posso negar que os sentimentos vem mudando um pouquinho.

Só que…é o Gabriel, né. Um cara confuso, que é apaixonado pela melhor amiga, e que na maior parte do tempo, tem milhares de mulheres aos seus pés, disputando um lugar na vida dele.

E mesmo que meus sentimentos por ele mudem, eu não acho que valha a pena. Eu tenho problemas demais, não quero que ele se torne um. Também não quero entrar em algo, que sei que vou perder. Não quero ser uma opção entre tantas, porque isso machuca. E eu já estou machucada demais.

Gabriel gosta da Helena mais do que deveria, e veja bem, ela é incrível. Muito melhor do que mim. Mais bonita, carismática, magra, tem um rosto bonito, teria todos os caras que quisesse aos seus pés, e acho que ela é uma mulher inspiradora, mas que faz eu me comparar aos horrores. Todo mundo prefere ela, no final, e eu não tenho como competir com isso.

Eu não sou nada, e acho que nunca vou ser.

Se não fosse amada nem pelos meus pais, eu poderia ser amada por quem?

E me sinto morrendo um pouquinho mais a cada dia, porque sinto que minha existência aqui já não é mais bem vinda. Me sinto vazia, muitas vezes sem vontade de viver, e tudo isso é uma merda. Me sinto sem esperança de um futuro melhor, ou de uma condição de vida melhor. E isso me parte o coração de tantas formas, que nem posso explicar. Só me sinto morrendo. Meu corpo às vezes parece fora de si, e a sensação de quase morte é constante. Acho que estou apenas sobrevivendo aqui. Isso não é viver. É vegetar. E acho que a morte seria melhor.

— Faz dois dias que nos vimos, mas estou com saudade, Mana. — Bella diz, enquanto conversávamos por chamada de vídeo.

— Sinto sua falta também, acredite. Mas eu tenho trabalho e faculdade, e está sendo difícil conciliar tudo, Bella. — Suspirei, tentando dizer pra mim mesma que isso não era uma desculpa, apenas para esconder o fato de que tenho medo de ir vê-la e acabar saindo de lá mais machucada e entristecida pelas palavras de meu pai.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Where stories live. Discover now