𝟎𝟏𝟑- 𝐅𝐨𝐜𝐨 𝐧𝐨 𝐨𝐛𝐣𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨

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“ Em quantos livros me afoguei
Para entender
Que nada pode doer mais
Do que a minha Própria realidade?”


GABRIEL BARBOSA'

A pior parte de se importar com alguém, era vê-la sofrer. Você se sente impotente, porque não conseguia arrancar a dor dela, e nem fazer isso que ela sente passar. Você se sente inútil.

E ver a Thata sofrer fazia com que eu me sentisse assim, porque obviamente me importo com ela. Não ligou se nós conhecemos a tão pouco tempo. Ligo para o que sinto, e o que permanece aqui dentro do peito.

E um sentimento bom fica aqui, sabe.

Eu gosto de ver ela feliz e me sinto bem se a vejo bem. Se ela fica triste, eu me sinto horrível, porque não consigo fazer nada.

Portanto, permaneci no abraço com ela, esperando, que de alguma forma, isso fosse o suficiente para que ela ficasse bem, mesmo sabendo que talvez não fosse.

A Thata era sozinha, não tinha amigos e muito menos família. Eu esperava que ela se sentisse bem comigo, e encontrasse um apoio em mim.

Sou todo fudido? Sim, mas eu seria um pouquinho melhor desde que ela se sentisse segura comigo.

A Iná faz eu me sentir bem, tem sempre os melhores conselhos, sabe me fazer rir, e eu gostaria que eu pudesse ser o mesmo que ela é pra mim, entende?

Mesmo que eu esteja todo errado, quebrado, e um pouco inconsequente, eu gostaria de ser alguém digno de confiança, alguém que soubesse que está ali por ela e para ela.

Eu só…sei lá, queria que ela sentisse que eu era o certo, mesmo sendo errado.

Era muito ruim da minha parte?

Levei a Thata pra casa, e me certifiquei de que ela ficaria bem assim que a deixei em seu quarto. Fui pra cozinha me aventurar a fazer um lanche e um suco pra ela, acompanhado de um chocolate e uma pequena florzinha que tirei do jardim.

Fiquei extremamente tentado a desistir da ideia de ir, porque não sabia como agir. Nunca havia feito isso antes, e agora me sentia estranho em relação a isso, e definitivamente me deixava com um frio estranho na barriga.

De qualquer jeito, decidi que iria ir, afinal precisava que ela se alegrasse pelo menos um pouquinho. Que ela voltasse a ter aquele típico sorriso enorme e lindo, que tanto me alegra em dias ruins, e que tanto me acalmou quando tudo parecia agitado e desabando.

— Thata? — Bati na porta, ouvindo a permissão dela para entrar, e eu entrei de fininho com a bandeja em mãos. — Trouxe pra você.

— Não precisava, Bi.

— Precisa sim, pô. Tu não comeu nada desde o almoço. — A relembrei, fazendo ela revirar os olhos de forma descontraída. — Não quero que minha psicóloga predileta passe mal, só porque sei que um amigo inconsequente esqueceu de alimentá-la. — Ela riu, me fazendo sorrir, e até esquecer o que eu dizia anteriormente.

— Você é uma figura, Bi. — Um apelido tão simples, que todo mundo me chamava, mas que parecia soar tão fácil nos lábios dela.

— Ahã. E por este motivo, lhe obrigo a comer meu humilde lanchinho, porque quase botei fogo na cozinha por conta dele. — Digo, fazendo careta ao lembrar do pano de louça, que nessa altura do campeonato, só restavam cinzas.

— Bem que eu senti um cheirinho de queimado vindo de lá de baixo. — Riu.

— Olha, eu não fiz estragou lá, tá? — Ela riu, me olhando de forma debochada. — Assassinei um pano de louça? Sim, mas é só um detalhe.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Where stories live. Discover now