𝟎𝟎𝟔- 𝐓𝐫𝐨𝐜𝐚𝐝𝐚

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" E tudo o que eu fiz foi sangrar, enquanto tentava ser o soldado mais forte. "

You're Losing Me || Taylor Swift.

THAYNÁ MARQUES'

Hoje era dia da Supercopa, e eu não escondia a minha ansiedade incessante. Não pelo Flamengo, eca. Mas sim pelo Palmeiras.

Estávamos no estádio Mané Garrincha, e no momento, eu estava sentada num banco perto do vestiário do Flamengo com uma garrafa e celular em mãos. Analisava minha roupa, que sendo sincera, eu achava horrível. E me sentia uma traidora por usar uma camiseta do time rival em pleno jogo do meu verdão.

A camiseta era preta, com listras vermelhas nas laterais, e o escudo do Flamengo no peito. Na parte debaixo, ficava a sua escolha, e eu coloquei apenas uma calça jeans Wide leg e um tênis branco.

- Caraca, Iná, eu me sinto péssimo! - Gabi exclama, assim que abre as portas do vestiário.

- O que houve?

- Porque Hazel tem que se sentir uma granada, e tem medo de machucar o Augustus? Ela não vai morrer, não pode morrer. E dessa forma não machuca o Gus.

- Porque você acha que ela não pode morrer?

- Porque...eles são os principais e é uma história de romance, não?

- Romance nem sempre é a definição de um final feliz, Gabi. O romance é além disso. A Hazel tem o medo de machucar ele caso ela morresse, prova isso. Isso é um romance.

- Poxa, a vida seria muito melhor se todos os romances tivessem um felizes para sempre.

- Mas não é assim. Essa história de felizes para sempre é rara demais para se encontrar fora dos livros da Disney. - Digo, soltando um suspiro. Gabriel se sentou ao meu lado, brincando com os dedos em total nervosismo. - Eu costumo pensar que esse livro retrata um amor verdadeiro da vida real. Eles se amam e é bonito de se ver, mas às vezes o medo cega a gente, e é isso o que acontece com a Hazel. Seu amor era grande demais, e ela não quer que o Gus se machuque novamente.

- Você já teve uma desilusão amorosa, Marques? - Me chamou pelo sobrenome, ainda sem me encarar, e eu agradecia de certa forma, porque não sabia o que dizer. Eu já tive muitas desilusões amorosas no passado, mas nada tão relevantes.. - Você sempre fala as coisas com certeza, como se já tivesse sentido aquilo, e eu fico confuso. Você é incrível, como alguém consegue te fazer sofrer?.

Soltei um riso baixo, nervoso. Gabriel ao contrário de mim, me encarava com o seu olhar sonhador e curioso, esperando quaisquer que fossem as minhas respostas. Achei, de repente, que talvez ele estivesse brincando, não sei. Mas seu olhar entregava o quão sério era sua pergunta.

-Uma pessoa ser incrível, não privá-la de ser machucada, Gabi. Não importa o quão genial aquela pessoa seja, sempre vai ter alguém para machucá-la. - Suspiro, vendo ele ficar quieto por alguns instantes. - Mas respondendo a sua pergunta, eu não diria que é uma desilusão no sentido romântico. Mas às vezes alguns pais conseguem nos desapontar bem mais que alguém estranho e de fora.

- Sinto muito por isso, Thata. - Abaixa o olhar, brincando com os dedos novamente.

Silêncio.

Silêncio e mais silêncio.

O clima pesou, e nós não sabíamos mais o que dizer ou fazer. O silêncio era uma opção mais útil, mas rápida e fácil.

Wesley gritou Gabriel, avisando que ele precisava ir, e o camisa dez não escondia que estava nervoso pelo jogo, pelo título, e até pela nossa conversa anterior.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora