𝟎𝟎𝟑- 𝐏𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐨

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As palavras não foram ditas, mas decididamente estavam lá, em algum ponto ”

A Menina Que Roubava Livros

GABRIEL BARBOSA'

Hoje era segunda-feira, dia de ter consulta com a Thayná logo no primeiro horário do dia.

Confesso, estava animado.

Thayná me transmitia confiança, segurança, um apoio. Eu a conhecia há exatos três dias, mas me sentia bem e confiante com ela. Me sentia seguro para contar minhas frustrações e desabafos, como nunca me senti em dois anos com a Cíntia no cargo de psicóloga do time.

A Iná era diferente. Era delicada, e fazia as perguntas certas, além de te deixar confortável para contar qualquer coisa.

Os meninos do elenco que fizeram consulta com ela, deram uma chuva de elogios. Sempre exaltando a forma como ela fazia eles se sentirem bem, e além de tudo, prontos, seguros.

Além de tudo, a Iná era uma amiga. Por isso, acho que tínhamos mais confiança com ela. O ambiente ficava leve, e a gente via a delicadeza e gentileza com a qual ela trabalhava conosco.

Agora eram sete e pouco da manhã, e eu me preparava para bater na porta do consultório da Thayná. Assim que bati, a mesma abriu e deu um sorriso gentil, me dando passagem para entrar.

— Bom dia, Iná!

— Bom dia, Gabriel. Senta aí. — Apontou para cadeira, e se sentou atrás da mesa. Me sentei, pensando no que dizer. Esse lance de desabafar era uma incógnita para mim. — Como está se sentindo hoje? No geral assim.

— Bom, considerando que eu tô vivo e ainda tô jogando, acho que eu estou bem. Apenas triste pelo meu amigo João Gomes sair do time, mas bom, só isso. — Respondi, me recostando na cadeira, e vendo a postura séria da Iná.

Ela dava medo assim, que horror.

— Sabe que pode me dizer as coisas, né? Eu estou aqui para te ouvir e te aconselhar, te ajudar a tirar o peso da mente gritante e dos pensamentos pesados demais para serem carregados por uma pessoa sozinha.

— Puta que pariu, você é o que? Deus é mais, me senti coagido. — Rimos juntos, e ela negou com a cabeça. — Bom, eu sei de tudo isso mas… sei lá, eu não sei como te dizer. Não tenho costume de desabafo ou coisa do tipo.

— Bem, a gente começa por assuntos mais leves e vamos aprofundando a cada consulta, pode ser? — Concordo. — Como foi as suas férias, Gabi? Como passou o natal e o ano novo?

— As férias foram boas, de verdade. O Natal eu passei com os meus pais e foi divertido. Pelo menos passei um tempo com eles. — Ela concordou e deu um sorriso, esperando que eu prosseguisse. — No ano novo, o Raphael Veiga e a Lena convidaram eu e a minha irmã para passar o ano novo com eles, e foi…bom.

— Quer me contar um pouco dessa sua… relação com a Helena? — Fiquei um pouco pensativo, mordendo os lábios e me perguntando o que de fato ela esperava que eu dissesse.

— A gente se conheceu pela internet, e começamos a conversar. Eu fui convidado para um desfile e ela tava lá. Ouso dizer que era a modelo mais linda e incrível que tinha ali naquela merda entediante. — Soltei um suspiro, seguido de um riso nervoso. — Um tempo depois, ela veio pro Rio e a gente conversou muito e meio que a amizade veio forte, sabe? Ela deixou claro que não queria ficar comigo porque eu era amigo dela, já que na época, eu só queria ficar mesmo com ela. Mas isso até perceber que o que eu queria não era só um desejo, eu realmente estava gostando dela.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Where stories live. Discover now