𝟎𝟎𝟓- 𝐒𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫

115 6 0
                                    

" Sentir demais é sempre uma tortura miserável. "

- Pedro Miranda.

THAYNÁ MARQUES'

Hoje era dia de jogo contra o Nova Iguaçu, e eu me preparava mentalmente para ter que usar uma camiseta do Flamengo.

Na verdade, todos os dias a partir de hoje, já recebi um kit de uniforme do Flamengo, e duas variações de camiseta para jogo.

Tinha como piorar?

- Vai usar camisa do Mengo, vai usar camisa do Mengo! - Gabriel debocha de mim, enquanto se encostava na cadeira despojadamente.

Estávamos na minha sala, após uma consulta rápida com ele de pré-jogo. Fiz com todos do elenco, e tudo parecia bem com eles.

Gabriel não estava escalado para esse jogo, assim como Arrascaeta também não. Creio que isso deve ser porque o técnico deve estar querendo poupar os jogadores para a Supercopa, que aconteceria em sete dias.

- Belo amigo, hein, Gabriel.

- Oxi, é por ser seu amigo que estou feliz de você usar essa camiseta.

- Eu diria inimigo.

- Parou, Iná, sou seu melhor amigo.

- É o único, né.

- Você tem milhares de meninas e meninos do elenco pra fazer amizade. Mas não faz porque tem vergonha.

- Tem razão.

- Sempre tenho, né. - Riu.

- Se acha menos.

- Aliás, comecei a ler o livro que me emprestou.

Depois daquele dia de praia, emprestei o livro a ele. Gabriel não parecia ser do tipo que lia livros, mas naquele dia, ele realmente parecia empolgado para ler aquele.

- E o que achou? - Cruzei os braços, vendo ele sorrir, pensativo.

- É profundo. Eu demorei muito para terminar o capítulo um, e agora tô no dois. Mas o que mais achei legal no um, foi a frase da metáfora que Augustus diz. - Diz, e sorri orgulhosa, por ver que ele realmente lia o livro e se lembrava dos detalhes importantes. - Tipo, faz sentido se pararmos para pensar. Colocar a coisa que mata entre os dentes, mas não dar a ela o poder de completar o serviço. Faz sentido, pra mim

- Esse é só o começo. Tudo fica melhor ou pior ao longo do livro.

- Pior? Porque?

- Depende do ponto de vista. Cada pessoa tem a sua opinião sobre o que acontece. Pra mim não foi bom, mas também me surpreendeu e me fez entender o porquê.

- Cara, eu preciso terminar logo.

- Precisa mesmo. Aquele livro muda totalmente a sua perspectiva da vida.

- Iná, não fique falando isso, porque eu fico ansioso. - Disse, esfregando as mãos no rosto.

- Tarde demais, amigo. Vou sentar do lado do banco de reservas, e poderei conversar sobre spoilers enquanto vejo o jogo patético do rival.

- Patético é o seu time, Thayná.

- Vamos ver na Supercopa.

...

Jogos que não eram do meu time sempre me desinteressaram. Eu não via aquela emoção, ou a adrenalina e o medo de fazer algo errado, sabe.

Mas futebol era futebol, não é? Quando vejo um passe errado, um erro do árbitro, já né dá a louca, sei lá.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Where stories live. Discover now