𝟎𝟏𝟕- 𝐀𝐬𝐭𝐫𝐨 𝐜𝐞𝐥𝐞𝐬𝐭𝐢𝐚𝐥

98 7 6
                                    

“ Um dia ainda
Ainda cometo
A loucura
De começar
A viver.

— Pedro Henriques Vicente.

THAYNÁ MARQUES'

— Me desculpe por ligar tão tarde. Papai não me deixou pegar o celular hoje. — Bela se desculpava do outro lado da tela, assim que atendi a ligação dela. — Mas, Feliz aniversário, mana! Eu te amo muito. Espero que tenha aproveitado seu dia hoje.

— Tudo bem, Bella. O que importa é que você ligou e pude te ver, minha pequena. — Sorri, vendo o sorriso dela crescer também.

— Eu comprei um presente escondido. A vó Marina me ajudou. — Falou, saindo do alcance da tela, até aparecer com um saco de presente na mão. — Vem buscar amanhã?

— Eu vou ver, tudo bem? Mas obrigado por lembrar de mim, Bella.

— Sinto sua falta, sabia? — Disse, com os olhos cheios d'água, me fazendo sentir um pouco culpado. As ações do meu pai fizeram com que eu me afastasse de tudo o que amo e gosto. E a Bella era incluída nesse pacote.

— Me desculpa por estar distante. Eu prometo que amanhã vou te ver. Mas a gente…não precisa ficar aí, sabe. Não me sinto confortável na casa da sua mãe.

— Eu peço se posso ir na pracinha amanhã e a gente se encontra lá, pode ser?

— Combinado, Bella.

— Agora eu preciso desligar. Boa noite, mana. Eu te amo!

— Boa noite, Bella. Também lhe amo muito.

Ela logo desligou a chamada, me fazendo suspirar um pouco de alívio. Eu amo a Bella, mas conversar com ela fazia com que eu me sentisse culpada pelo nosso afastamento causado pelo meu pai. E hoje foi um dia bom. Eu não queria estragá-lo.

Tudo o que eu queria era um pouquinho de paz.

Sai do meu quarto, descendo as escadas e observando a casa um tanto escura. Ainda não era tarde, no máximo onze da noite, mas considerando a minha rotina e a do Bi, já era hora de estarmos dormindo. O que não aconteceu.

Ao chegar na cozinha, uma luz fraca iluminava o ambiente, e avistei Gabriel, tomando água e deixando a porta da geladeira aberta a Deus dará.

— Fecha a porta da geladeira, Gabriel.

— Puta merda, que susto, Thayná! — Colocou a mão no peito, parecendo realmente assustado. E eu, do outro lado, acabava de rir da cena.

— Sinto muito, não foi a intenção te assustar. Eu só…vim perguntar se a gente podia dar uma volta? Sei que tá tarde, mas…

— Praia? — Perguntou, e eu assenti. — Tudo bem. Eu só vou pegar um agasalho. Devia fazer o mesmo. O frio lá fora não é pra qualquer um.

Ele largou o copo na pia, saindo do ambiente em seguida, sendo parado por mim, que agarrei a mão dele, o fazendo virar.

— Obrigado por tudo, Bi. Sempre serei grata pelas coisas que faz por mim. — Digo, vendo seu sorriso vacilar no rosto.

— Credo, Parece até despedida. Para com isso, Thata. — Deixou um beijo rápido no topo da minha cabeça, antes de se retirar dali.

Minutos depois dele sair dali, eu fui para meu quarto, colocando uma calça de moletom preta do Flamengo e uma blusa de frio que fazia conjunto. Isso era um desvio de caráter. Mas o meu contrato me impedia de usar coisas de times rivais, ou teria que pagar uma multa.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚Where stories live. Discover now