“ Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir. "
— Anônimo?
THAYNÁ MARQUES'
Depois do dia puxado de treino, eu e Thata viemos para a praia de noite, com os nossos lanches e as estrelas.
Sentia que ela precisava conversar.
Eu entendia o fato de que ela não sabia como conversar. Até porque, ela nunca teve ninguém que estivesse ali pra ela, para a aconselhar, para lhe ouvir desabafar. E com o tempo, ela se acostumou e se fechou totalmente. Mas eu gostaria de mostrar pra ela que eu estava ali agora pra ela.
— Peço que compartilhe os seus pensamentos, e eu direi os meus. — Digo, fazendo seu rosto virar para mim.
Neste momento, já havíamos devorado o lanche, e agora estávamos deitados na areia lado a lado, com certo perigo de pegar uma leptospirose, mas isso era irrelevante diante da vista encantadora e convidativa que tínhamos das estrelas.
— Não é um pensamento muito bom e nem interessante.
— As coisas não precisam fazer sentido ou ser interessante entre nós, Thata.
— Eu saí da casa da minha mãe ontem. — Ela revelou, desviando o olhar .
— Porque?
— Não me sentia em casa, sabe? Parecia que eu era um peso, uma desconhecida. E quando vi que ali não me cabia mais, eu saí.
— E o que isso tem a ver com a marca na sua bochecha? — Indaguei, querendo saber o que era aquilo, mesmo que já tivesse uma ideia. As marcas de dedos ali eram evidentes. Alguém a acertou, e eu queria saber quem. — Não quero te pressionar a contar, mas desabafar é bom.
— Meu pai. — Respondeu tão baixo, que se não estivesse perto dela, eu provavelmente não iria escutar. — Minha mãe e ele se juntaram ontem para me julgar, e quando respondo as provocações, ele… — Perdeu o fôlego, e deu um suspiro baixo e exausto. — Me acertou no rosto, e meio que isso interferiu ainda mais na decisão de sair daquela casa.
Silêncio…
Eu não sabia como reagir.
Diria o que?, “Sinto muito que seu pai seja um bosta, que literalmente te bateu”?
— É a sua vez de compartilhar um pensamento.
— Onde dormiu na noite passada, considerado que saiu de casa à noite?
— Peguei um hotel. Até achar uma casa será assim.
— Fica na minha. — Respondi sério, agora virando para olhá-la. Seu olhar era julgador e divertido, como se não acreditasse na proposta feita. Era claro que ela não aceitaria. Mas eu sou insistente. — Sério, Tha. Você é minha melhor amiga, e sempre me ajudou muito. O que custa eu te dar uma moradia até você se estabilizar?
— Não vou te incomodar?
— Nunca, dragãozinho.
Assim nos viramos novamente para observar as estrelas, meio alheios a tudo, mas muito concentrados nas estrelas que brilhavam de forma intensa no céu esta noite.
— Acho que esse lance de mar e estrelas já é nosso. — Ela diz, me fazendo rir um pouco.
— Esse é o nosso “sempre”. — Fiz menção a parte do livro.
— É, pode ser.
…
Após a nossa sessão de terapia, no nosso lugar preferido e no horário certo, a gente foi buscar as coisas da Tha no hotel em que ela estava, e aí fomos para a minha casa.
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𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 - 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚
Fanfiction⚽...𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 ( 𝐆𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐨𝐬𝐚 ) Thayná Marques é uma menina com um passado triste e intrigante, e que com o passar dos anos, foi virando um trauma significativo em sua vida, a deixando completamente fora dos eixos. Mas a...