Respirei fundo enquanto esticava a mão para chamar um táxi. Pensei não estar com sorte, mas suspirei aliviada assim que o veículo amarelo parou em minha frente.O motorista foi simpático e desceu para me ajudar com as duas malas que eu carregava. As colocou no porta-malas enquanto eu adentrei o veículo e me sentei no banco de trás.
—Para onde vai, senhorita? — perguntou simpático e eu tateei os bolsos traseiros da calça jeans à procura do pedaço de papel.
— Aqui, esse endereço aqui. — lhe estiquei o papel e ele pegou, balançando a cabeça em concordância.
Era um domingo, às seis horas da manhã e eu sentia meu corpo tremer de anseio e medo. Meu subconsciente me questionava a toda hora se havia feito a escolha certa e eu tentava me convencer que sim.
Estava em um país que não era o meu, em um ambiente que não estava acostumada, com pessoas à minha volta, que eu não conhecia.
Depois de uns vinte minutos, o taxista estacionou em frente a uma casa típica estadunidense e me disse que era aquele endereço que constava no papel.
Agradeci e desci do veículo, como me ajudou com as malas antes, também desceu para me ajudar agora. Tirei o dinheiro da bolsa e o paguei pelo serviço prestado.
Assim que ele saiu com o carro, respirei fundo e agarrei as duas malas de rodinha, arrastando-as até a porta da casa. Procurei por uma campanha e logo a achei, pressionei uma vez e esperei que alguém viesse abrir a porta branca de madeira.
Observei os arredores e todas as casas eram semelhantes, mas essa era diferente por ter alguns brinquedos espalhados pelo gramado, ri nasalado ao pensar naquela muralha brincando ali com a filha.
Saí de meus devaneios assim que ouvi a porta ser destrancada e logo aberta, revelando um Luke surpreso.
— Surpresa! — comentei sorrindo nervosa e me assustei quando ele me abraçou repentinamente. — Não usa toda sua força comigo, vai me quebrar!
Comentei com dificuldade e falta de ar, por receber um abraço tão apertado e caloroso como aquele. Ele desfez um pouco o abraço e segurou meu rosto, olhando cada detalhe.
— Eu senti tanto a sua falta! — confessou e me abraçou de novo.
— Não faz nem uma semana desde que você veio embora! — falei, tentando parecer indiferente, mas só Deus sabe o quanto eu sofri de saudade nesses dias.
— Papai!
Fomos intertompidos por uma voz infantil vindo de dentro da casa, Luke se virou rapidamente para olhar a filha e após me olhou de volta, indicando que eu entrasse na casa.
Assim eu fiz, limpei os tênis no tapete e adentrei a casa, me deparando com uma garotinha baixinha no meio da sala de estar, me olhando envergonhada.
Ela vestia um pijama de unicórnios e seu cabelo estava todo bagunçado, eu gostaria de rir de tanta fofura, mas fiquei com medo dela se sentir constrangida.
— Samantha, essa é a Cecília. E Cecília, essa é a Samantha, o meu bem mais precioso. — Luke nos apresentou e eu segui para mais perto da garota, me abaixando a sua altura.
— Oi, Samantha! Tudo bem com você? — perguntei e a garota abriu os abraços para me dar um abraço e eu sorri.
— Tia Cecília, você é namorada do meu pai? — perguntou de forma embolada, mas por já ter convivência com crianças, consegui entender o que ela perguntou.
— É...bom... — eu não sabia como responder a essa pergunta, já que nunca oficializamos nada, então troquei olhares com Hobbs e ele tomou as rédias da situação.
— Ela é a namorada do papai sim, e a partir de agora, vai morar com a gente, tá bom? — ele falou, se abaixando a nossa altura.
— Tá bom! —a garotinha concordou sorridente e saiu correndo para outro cômodo da casa, nos deixando sozinhos.
— Eu sou sua namorada, é? — perguntei quando me levantei e ele se aproximou.
— Querida, você veio de outro país atrás de mim, acho que até pulamos a etapa do namoro! — brincou rindo e me beijou.
— Papai, tô com fome! — Samanta disse, voltando para a sala.
— Ah, o papai também!
-
— Tia Cecília, você sabe fazer maria chiquinha? — perguntou, enquanto andávamos para o seu quarto.
— Eu sei sim, você quer que eu faça em você?
— Sim, por favor! — pediu, me fazendo sentar em sua cama enquanto ela pegava as coisas necessárias.
Ela é uma criança muito inteligente para os seus quatro anos. Assim que ela trouxe e me entregou tudo o que seria necessário para o seu penteado de maria chiquinha, se sentou na minha perna e ficamos de frente a um espelho oval.
Comecei a fazer o seu penteado, arrumando seu cabelo bagunçado e ela me contou tudo que havia acontecido na escolinha naquela semana.
— E ele te bateu? — perguntei atenta ao assunto.
— Não, eu que bati nele! — riu vitoriosa e eu ri divertida. — Olha como eu sou forte, igual ao papai!
A garotinha me mostrou o meu minúsculo muque e eu sorri, concordando com a sua fala.
— O papai não é muito bom com penteados, não é, filha? — Luke perguntou assim que chegou na porta do quarto da filha.
— A tia Cecília é melhor! — ela confessou e eu sorri convencida, beijando sua bochecha.
— A tia Cecília é realmente muito boa. — Luke concordou e se abaixou para pegar a filha, que já havia corrido para seus braços. — Agora você vai descer para assitir desenho enquanto a tia Cecília vai desfazer as malas, tá bom?
A garota balançou a cabeça e me olhou, me mandando um beijinho antes do pai a soltar no chão e ela correr para a sala.
— Vem, suas malas já estão no nosso quarto! — me pegou pela mão e nós andamos até o fim do corredor, mais específicamente, duas portas depois do quarto de Samantha.
— Estou tão cansada... não dormi no vôo porque fiquei com medo do avião cair e eu morrer dormindo. — confessei, quando entramos no quarto e eu fui em direção as malas que ele havia colocado sobre a cama, para facilitar na hora de abrir.
— Não pode dormir agora, tem que se acostumar com o fuso! — explicou enquanto abria o guarda-roupas gigantesco e voltou para perto de mim. — Vou te ajudar a guardar suas coisas, depois a gente toma um banho juntinhos e desce para assistir um filminho com a Samantha...o que acha? — perguntou, me deixando beijinhos pelo pescoço e fazendo um carinho minha cintura.
— Eu acho perfeito! — murmurei e selei nossos lábios. — Eu estava com tanta saudade de você.
Nós abraçamos e ficamos juntinhos por um tempo, aproveitando o calor um do outro para ter certeza de que aquilo estava de fato acontecendo e que não era um cenário imaginário antes de dormir.
a: affe, vocês são muito mimados!!!! dois capítulos numa noite, tem que me dar valor, hein!!!
o que acharam? agora veremos muito de Samantha e Cecília juntas, a dupla imbatível!
madrasta e enteada juntinhas, aaaa 😫
vou aproveitar e explicar um negócio pra vocês: de acordo com a wiki que eu vi no Google, a Samantha nasceu em 2010, um ano antes de Operação Rio, mas ficaria muito chato ela ter só um aninho, então como é uma fic, resolvi mudar a idade da nossa queridinha de 1 para 4 aninhos, assim consigo trabalhar muito melhor 🩷
boa noiteee, fiquem com Deus, até amanhã para atualização de Mina Ralé e Run or Run!!! 🩷🪻
YOU ARE READING
INEFÁVEL - LUKE HOBBS
Romanceinefável adjetivo de dois gêneros 1. que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível. 2. que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador. Com a chegada de Hobbs e sua equipe no Brasil...