Acordei no meio da noite, quando ouvi a voz de Samantha baixinho no quarto, percebi ela tentando escalar a cama que era alta para o seu tamanho.—Tia Cecília...— me chamou baixinho, passando a mão no meu braço.— Não consigo acordar o papai.
— Oi, querida, aconteceu algo? — perguntei após despertar completamente e acendi o abajur que tinha do meu lado da cama.
— Não consigo dormir... — murmurou de forma embolada e chorosa e eu me levantei para levá-la de volta ao quarto.
— Vamos lá então, vou te contar outra história e aí eu fico com você até você dormir, pode ser? — perguntei baixinho e ela concordou, segurando minha mão, saindo do quarto e indo para o dela.
— Seu pai te contou a história da Aurora antes de dormir, qual você quer ouvir agora? — perguntei, acendendo a luz do quarto e a vendo correr para a prateleira de livros infantis que havia ali.
— Esse — puxou um dos diversos livros e me entregou, enquanto corria para sua cama e se cobria.
Me sentei no chão, ao lado da cama, com o livro em mãos e observei a história, Branca de Neve e os sete anões. Comecei a contar a história, como fazia com meus alunos lá no Rio, de forma que ela ficasse envolvida com o conto.
De forma rápida, enquanto ouvia a história e recebia um carinho no cabelo, ouvi sua respiração mudar, de rápida, para uma mais serena e tranquila. Ela havia dormido.
Deixei o abajur ligado e me levantei, guardei o livro em seu devido lugar e saí do quarto, apagando a luz e me certificando que ela estava coberta de um jeito certo.
Fechei a porta com o maior cuidado do mundo para não fazer barulho e quando me virei, bati de frente com o peitoral de alguém.
— Que susto, Luke! — resmunguei, passando a mão no nariz.
—Passei a mão e não te achei na cama, pensei que tivesse sonhado que você estava aqui, então levantei para ver a Samantha. — falou baixinho e passou o braço pela minha cintura, me puxando de volta para o nosso quarto.
— Minha ficha não caiu também! — confessei e me sentei na beira da cama, bocejando. — Perdi o sono.
— Aconteceu algo com a Sam? — perguntou, se sentando atrás de mim na cama e colocando pro lado o cabelo que tampava meu pescoço.
— Ela veio aqui e me chamou, falando que não conseguiu te acordar e que estava sem sono. — expliquei e senti um beijinho no ombro e em seguida ele começou uma massagem. — Hmm, vou me acostumar assim.
— Espero que acostume mesmo. E você colocou ela pra dormir? — perguntou curioso.
— Sim, li uma história e logo ela pegou no sono. — respondi, jogando o pescoço para um lado, aproveitando muito mais a massagem.
— Ela gostou de você, e isso é muito bom. Fiquei apreensivo de vocês não se darem bem...mas que bom que isso não aconteceu. — confessou, respirando aliviado e eu sorri.
— Eu amo crianças, tenho um dom especial e automaticamente todas gostam de mim.
— Esse seu dom especial não funciona apenas com crianças. Automaticamente, quando te vi, gostei de você.
— Affe, que gado! — murmurei — Assim que eu gosto.
Ficamos em silêncio por alguns instantes e logo ele terminou a massagem, se deitou, apoiado na cabeceira da cama e eu me ajeitei entre suas pernas.
— Tem notícias da Elena? — perguntou fazendo um carinho no meu cabelo.
— Só consegui falar com ela anteontem. — respondi respirando fundo. — Mas não quis me dizer onde estava. Só disse que estava bem, que estava com saudades e que estava aproveitando com o Toretto.
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INEFÁVEL - LUKE HOBBS
Romanceinefável adjetivo de dois gêneros 1. que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível. 2. que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador. Com a chegada de Hobbs e sua equipe no Brasil...