Marília, cê tava bebaça

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{Maraisa}

No dia seguinte, encontrei brevemente com Danilo à noite, quando ele veio até minha casa para trocar o curativo da minha mão. Eu havia dito que não era necessário, pois minha mão já estava em processo de cicatrização, mas ele fez questão de cuidar do curativo. Não poderia contrariar o doutor né? Antes de dormir, Danilo enviou uma mensagem desejando boa noite com os mesmos dizeres:

Boa noite, baixinha ❤️

Chegou o final de semana e, como eu só ia trabalhar no domingo, decidi visitar Maiara e Matheus para conferir como estava o meu sobrinho (a). Acabei passando grande parte do dia na companhia deles. Quando foi a noite, Marília insistiu para a gente sair e eu acabei aceitando o convite e seguimos para o bar, eu, ela e a Criss.

Acordei com uma ressaca terrível, sentindo enjoo e com o estômago revirado. Mesmo assim, fui para a clínica cumprir minhas obrigações e agradeci por não ter atendimentos complicados. Ao final do expediente, voltei para casa desejando apenas deitar na cama e dormir. Passei o restante do dia "morta" no sofá ao lado de Marília, que estava na mesma situação ou até pior do que eu.

— AH não, Marília! É a sua vez de ir atender a porta. — Reclamei quando alguém tocou a campainha.

— Por que eu? — Ela questionou.

— Porque eu já sai de casa hoje, já fui trabalhar e você ficou literalmente deitada. — Expliquei para ela que revirou os olhos com o que eu falei.

— Não, amiga.. Isso não é justificativa. — Marília negou.

— Já vai!!!. — Olhei para a porta e elevei um pouco o tom de voz ao ouvir a campainha tocar novamente. Olhei Marília, que me encarava, e sorri para ela. — Já que ninguém quer ir por livre e espontânea vontade, vamos resolver isso de maneira justa. Vamos no par ou ímpar. — Propus, levantando a mão com o punho cerrado e Marília riu. — Par.

— Ímpar. — Ela falou escondendo uma das mãos.

— Um, dois, três. — Falamos juntas e revelamos os dedos.

— Deu par, eu ganhei!! Pode ir abrir a porta. — Comentei, indicando a porta e Marília se ergueu resmungando, pois já tinha perdido o sofá no jogo de par ou ímpar e caminhou lentamente em direção à porta.

Fiquei observando a porta enquanto Marília a abria. Eu pensei que fosse Danilo, pois o interfone da portaria não tocou para anunciar visitantes. Quando a porta se abriu, confirmei minha suspeita: era Danilo e Caramelo.

Sorri ao ver ele cumprimentando Marília. Nós não nos encontramos durante o final de semana e quase não trocamos mensagens pelo celular, já que ele ficou de plantão por dois dias no hospital.

Caramelo saiu a frente e veio ao meu encontro. Pulou as patinhas da frente no sofá e eu acariciei sua cabeça.

— Oi carinha.. como você está? — O cachorro lambeu minha mão enquanto eu falava com ele.

Desviei o olhar do cão para Danilo, que se aproximava e parou à minha frente. Ele se agachou e depositou um beijo em meu rosto.

Um largo sorriso se formou em meu rosto diante daquele gesto.

— Eu passo dois dias direto sem dormir e vocês que estão mortas? — Danilo falou se erguendo.

— Morta nós estávamos mais cedo, agora estamos até bem. — Ele soltou uma risada com o que eu disse.

— Imagina como vocês estavam então.

Marília passou por nós e se deitou no outro sofá.

— Eu perdi o sofá que a Maraisa está deitada no par ou ímpar. Como ele é mais espaçoso, vocês se ajeitam nele. — Ela disse, apontando para o meu sofá e se ajeitou, deitando-se no outro sofá.

Quer meu para sempre?Where stories live. Discover now