Capítulo 29

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CARSON

— Vamos, Carson. Por favor! É só chamá-la para uma noite aqui em casa. Nós podemos beber e tal... — o Zac pede escorado na porta do meu quarto, implorando por coisas que eu não posso fazer.

Eu mal cheguei do trabalho e ele já está aqui, inventando coisas durante a semana.

— Zac, ela não vai querer vir, além do mais, eu sou chefe dela e não aceito que ela apareça de ressaca no trabalho.

Sua cara de coitado não me comove.

— Qual é! É pelo seu irmão!

— E você não conseguiu ficar com ela na festa, onde todo mundo estava bêbado, imagina aqui em casa. Você é apaicnado mesmo pela Sue?

Parece que é só mais uma brincadeira dele, mas está insistindo muito nesse assunto esses dias.

— Eu tô falando que sempre gostei da Sue. Será que você não entende?

— Então porque você não larga de ser bobo e tenta conquista-la do jeito certo?

— Como se eu tivesse oportunidade. Poxa! Você não a traz para cá como antigamente.

— Já passamos o dia inteiro no escritório juntos. Por que eu vou trazer a Sue aqui pra casa? Antigamente era diferente. Nós só tínhamos uma relação de amizade. Agora nós trabalhamos juntos. Acho que ela não quer ficar 24 horas colada em mim e eu também não quero isso.

— Se vocês passaram 48 horas imagine 24h.

— As coisas mudaram, Zac. Nós somos adultos e no momento eu preciso descansar, entende? Eu passei o dia inteiro resolvendo as coisas da empresa. Você acha que é pouco?

— Sei lá. Você fica só sentado no computador. Mais cansativo é o meu trabalho.

Que cara de pau.

— Não compare as duas coisas. Não compare o meu cansaço mental com seu cansaço físico, sendo que você ainda é bem treinado para o que faz. Não vamos nem entrar nesse assunto. — deixo o Blazer e a camisa no cesto de roupa suja.

— Você acha que se eu ligar e chamar para sair, ela aceita?

— Sei lá.

— Você poderia falar bem de mim para ela, não é? Você só fala mal.

— Eu não falo bem, nem falo mal. Eu não falo. Entende?

— Você fica me colocando como vilão.

— Não tem nada a ver isso que você tá falando.

Dramático.

— Custa ajudar um irmão? — ele parece um coitado.

— Nem vem com essa história. Olha... — seguro a risada no peito. — Esse assunto já acabou. Saia daqui. Eu vou tomar um banho.

— Me dá o contato dela pelo menos.

— O contato? Mas ela disse que não é para te dar.

— Eu digo a ela que peguei escondido. Preciso conversar com ela.

Vai conseguir conquistar desse jeito...

— Por que você não a segue nas redes sociais?

— Eu sigo, mando mensagens, mas ela nunca responde.

— Ela não quer saber de você, Zac. Coloca isso na sua cabeça.

Isso é engraçado.

E ele está chateado.

— Ainda fica rindo! Isso é maldade, Carson. Já vi que não posso contar com você. Eu vou resolver a minha vida sozinho. Grande irmão, você. — ele sai do quarto.

Mas é muito dramático. Credo!

Ele não sabe chegar certo na mulher. A Sue é muito bruta. Ela não gosta de caras muito palhaços. Ela gosta de caras românticos. Eu acho. Não tenho certeza. Eu não presto atenção nos caras que ela fica, mas não é preciso observar muito para ver que meu irmão não faz o perfil dela não.

Tomo um banho, visto uma roupa mais leve e vou jantar.

A mãe e o pai estão ao redor da mesa. A mãe fala sobre a Chicago para o meu pai.

Ela ainda está assustada com a atitude da Chicago em procurá-la para falar aquelas mentiras, também diz estar envergonhada porque acreditou que a América era a vilã da história, mas quem vai culpar uma garota que chegou chorando?

— Então ainda bem que meu filho não aceitou casar com ela. — meu pai conclui, depois de ouvir o que a minha mãe contou.

— Por isso que essas coisas de casamento arranjado não prestam. — Zac reafirma. — Como é que vai casar com alguém que não conhece? Se mal a conhece e já é desse jeito, imagina a conhecendo? Nunca aceitaria amizade entre Carson e Sue.

Eu concordo.

— Com certeza nunca aceitaria. Eu não me arrependo nem um pouco de ter dispensado esse casamento.

— E como vão as coisas com a América?

— Vão muito bem, pai. Ela é uma pessoa tranquila e não enche meu saco. Ela é a pessoa perfeita para estar comigo. Quando estamos juntos temos uma ótima química. Então para mim está tudo perfeito.

A minha mãe sorri.

— Mas vamos ter que falar com os pais dela, porque se for para essa Chicago ficar atrapalhando o relacionamento de vocês, é melhor tomar algumas providências, não é?

— Não vamos deixar isso acontecer. A partir do momento que vocês dois têm um relacionamento, ela se torna também responsabilidade da nossa família. Queremos o bem dela, não que ela fique passando por esse tipo de coisa.

— Sim, pai e mãe. Vocês têm razão. Eu vou conversar com ela para saber se está tudo bem esses dias.

— A América não merece ficar passando por isso. — mãe repete.

— Ela quer dizer que a América me roubou dela.

— Dissimulada, não é! — mãe está indignada. — Ela nunca mais me procure, pois eu não vou escutar suas mentiras. É a primeira e a última vez que eu caio conversa. A Chicago caiu totalmente no meu conceito.

[•••]

Faço uma chamada de vídeo com a América.

Já sinto a sua falta.

Estamos no meio da semana e não nos encontramos desde o fim de semana.

Ela está tão bonita, deitada na cama, com os cabelos soltos e uma roupa levemente sensual.

Eu também estou deitado e seguro o celular enquanto conversamos.

— Já tô com saudades de você. Essa coisa de se ver de domingo em domingo não está ajudando com a saudade, sabia?

— Nem a chamada de vídeo? — ela pergunta com um sorriso contido.

— Não. Nem a chamada de vídeo funciona. Vamos nos ver amanhã? Eu posso sair mais cedo e venho para casa descansar um pouco a minha mente, depois nós saímos à noite. Você deixa o seu quarto trancado, é claro.

Ela dá risadas.

— Ai... só você mesmo para me fazer rir dessa desgraçada, viu.

— Você já contou para seus pais sobre o que a sua irmã fez? De conta para minha mãe?

— Contei.

— E aí? O que aconteceu?

Ela mostra os dentes cerrados.

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A ESPOSA SUBSTITUTA [COMPLETA]Where stories live. Discover now