CAPÍTULO XII: Sangue & Vinho.

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A noite é linda. Estrelas, o céu azul, o sangue escorrendo. No maravilhoso céu, um pontinho branco não tão brilhante planava. Poderia estar blefando, mas parecia querer atropelar-me. Um helicóptero policial. Ainda não saíram da minha cola? Estou começando a crer que há fetiches.

- Prendam-no!

Afirmou, furiosamente, o capitão da polícia. Eu salvo Nova Iorque e sou recompensado com este tratamento? Que cruel... Não sou um vilão! Sou um artista em ascensão! E estava tingindo de vermelho o mais maravilhoso entre os quadros: O Mundo.

Tsk... Eu odeio brigar com fracotes. Onde estava o Poseidon prometido? Ninguém morto até aquele momento fora poderoso. Meus contedores estavam em dez porcento, mas eu, tranquilamente, mataria-os dentro uma capacidade humana. É importante utiliza-los. Eu sou patético em minha... Auto-domagem. Os únicos capazes de suportar foram Cardan, Paul e Lawrence. E, sinceramente, foda-se, seria uma completa perda de tempo gastar meu tempo e habilidades com a civil. Em uma hora se iniciaria o do jogo dos mets e, não sou fanático, porém seria um crime perder este jogo. Estralando levemente meu pescoço, transformei-me em uma águia. Águia careca, é claro. Voando até o helicóptero, delicadamente aterrissei, retornando a minha forma primitiva. A metamorfose não é amplamente utilizada em minhas batalhas, porém, lembrem-se, ela existe.

- Diga a sua esposa que mandei um beijinho.

Afinando minha voz, lancei um beijo no ar, rindo como um rato fantasma. Abraçando o helicóptero em meus dez dedos, tornei-o estilhaços. Esmaguei em minhas mãos. O helicóptero e os generosos trabalhadores que ali residiam. Nada restou, se não a hélice e todo o sangue policial, que choveu sobre meu corpo. Os caras da lei e o próprio pássaro mecânico, evaporaram como se jamais existentes. Seria uma ótima cobertura para doces. Morango ou groselha. Quem perceberia? Com a mesma hélice, desenhei sobre as paredes de certo local. Que, infelizmente, não seria capaz de identificar. O desenho era uma marca d'água, minha marca d'água. Não simboliza minha imaturidade ou algo semelhante... Na realidade, são tudo o que sei desenhar. A junção de um pênis e um cartoonesco coração. O oficial novo símbolo da paz. Passione não manifestou-se, mas conseguia lê-lo perfeitamente. Estava magoado por seu amiguinho? Matasse-me desta vez. Consideravelmente contente, acenei para ele, além de repórteres e civis que assistiam-me loucamente.

- Arrivederci!

[ . . .]

- Lye coeurery... Seccer loyer sedy.

Valkyrie, eu e os inescapáveis devaneios. Iluminado pelo luar, sem reais razões, retornava aos meus pesadelos. Aquela maldita música que jamais deveria existir. Aquela criatura nojenta... Não existia mais nada. Jamais existiu. Deveria estar morto... Precisava estar morto. Eu só queria chapar, enlouquecer, pensar em tudo o que não fosse seu corpo e estilhaços. Ainda coberto do sangue dos cadáveres, quase por magia, meus dedos e minha boca eram seduzidos pela explosiva guitarra. Nos jornais e noticiários, como sempre, eu era o centro. O dia de hoje fora mágico para minha carreira. Destruir seu terrível teatro e o povo de Manhattan não agradava aos tiras. Cinco de seus membros também não gostaram tanto, como puderam ver. Foi um momento produtivo e excitante. Viveria com Nova Iorque e com o mundo toda a minha fabulosa utopia. E viveríamos felizes para sempre.

- Vejo como não sente nada.

Zombou Cardan, surgindo dos infernos. Ele não morava lá. Temia que não soubesse deste fato. E eu não minto. Não há sentimento. Era uma música qualquer, escrita por mim. É criminoso cantar o que compõem? Não há necessidade de realismo em uma música.

- É só uma música escrota. E você nem consegue traduzir perfeitamente.

Francamente, o único não-demônio capaz de compreender e, ligeiramente, comunicar-se. Não há ser humano que conheça o idioma e, se ouvissem minhas palavras, assumiriam ser russo ou alemão. Melhor assim. O ideal é que ninguém descubra a minha existência. Sem a máscara, eu não existo.

Between Sex and BloodWhere stories live. Discover now