Prólogo

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Uns chamam de Universo, outros chamam de destino, mas eu chamo de graça, pois foi por ela que fui salva. Todos os dias eu me pego pensando em como eu sobrevivi a tanta coisa, apesar de tão pouca idade. Fico pensando em quantas pessoas passaram pela mesma situação e não tiveram a mesma sorte, por desistirem no meio da caminhada. Se tem alguém ao qual eu devo agradecer, esse alguém é Deus.

Eu sou uma garota que mora no interior de São Paulo, cidade vizinha de Holambra, Dom Vital. Mas não sou daqui. Prazer, sou Mialara Kyoto. Tenho 16 anos, sou autista e nasci no Japão. Sou a filha mais nova e tenho outros dois irmãos: Rael, o mais velho, e Lucas, o irmão do meio. Minha mãe, possuía o nome de Kiyomi Kyoto, mas adicionou Cecília antes de Kiyomi assim que chegou ao Brasil, ela é japonesa, e meu pai, Urakeme Tanaka é brasileiro, mas ambos possuem parentes brasileiros e japoneses.

Certa vez, meu pai foi passar uns tempos no Japão para trabalhar, e foi naquela empresa que ele conheceu minha mãe. Então eles começaram a namorar, depois noivaram, casaram e viveram uma linda história de conto de fadas. Tinham uma estabilidade maravilhosa quando Rael nasceu, podendo matriculá-lo nas melhores escolas de Tóquio. Contudo, se planejaram para ter mais filhos, e cinco anos depois, nasceu Lucas, e três anos após ele nascer, eu nasci.

Todavia, no ano de 2010, a empresa em que meus pais trabalhavam, faliu, e como havia todo um preconceito com descendentes de outros países, eles se viram sem saída, e decidiram vir para o Brasil. Na época, eu tinha 3 anos, Lucas tinha 6 e Rael tinha 11. No meio desse sufoco, meus pais buscaram a Deus para se reerguer e até hoje estão firmados na igreja.

Rael é o filho inteligente, que fala japonês, inglês e português fluentemente, o orgulho da família. Lucas é o “filho atentado”, que aos seis anos de idade, pegou uma cobra pelo pescoço no jardim e jogou em cima de uma das nossas tias que é muito chata.
Obs: Ela está bem, só levou um susto, mesmo.
Eu sou a filha que segundo eles é a mais mimada, mas eu acredito que meus pais acabam mimando todos nós na mesma proporção.

Esse é o diário da minha vida. Espero que através dele e da minha história, mais pessoas se aproximem de Deus.

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