Capítulo Quatro

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Ao acordar, eu parecia um zumbi, pois tive um sonho super estranho essa noite, que me fez ficar sem dormir.

- Sinto muito, mas vou ter que faltar hoje. - desligo o despertador.

Essa noite sonhei que estava numa floresta, com um vestido bem longo de cor azul marinho e uma sapatilha branca. Eu carregava uma lanterna, e de repente apareceu um urso enorme.

- Se você me atacar, vai virar carne de supermercado. - ameacei, e o urso me deixou passar.

Após atravessar a floresta, me via num campo florido, e Otávio estava lá. Estávamos caminhando juntos pelo campo de flores, até que Ricardo aparece e me puxa. Eu tentava gritar e bater nele, mas nada fazia com que ele me soltasse. Acordei ansiosa, como se esse pesadelo nunca terminasse.

- Pelo menos tenho terapia mais tarde. - deitei novamente.

Voltei a dormir, mas os pesadelos voltaram. Cerca de nove horas da manhã eu acordei novamente. Na maioria das vezes em que eu tenho um pesadelo, acordo gritando por minha mãe ou meu pai. Dessa vez não foi diferente. Rael ouviu e rapidamente veio até meu quarto.

- O que aconteceu, Mia? - acendeu a luz assustado.

- Pesadelo... - respondi desnorteada.

- Aquele idiota ainda te persegue, não é? - Ele se senta ao meu lado, e eu assenti que sim. - Está tudo bem agora. Ele não vai mais voltar, até porque ele não é louco. Eu acabo com a vida dele.

Então abracei Rael, levantei-me da cama e fui seguir a rotina que faço nos dias em que falto às aulas.

- Isso me parece bom. - digo enquanto abro meu guarda roupa em busca de um look perfeito.

Peguei uma legging, uma camiseta e uma blusa de frio, pois estava frio hoje. Tomei banho e desci as escadas para tomar café.

- Estranho acordar e não ter quase ninguém em casa. - puxo a cadeira da mesa para sentar.

Somente Rael, eu e o papai estamos em casa agora. Papai está dormindo, devido à longa noite de trabalho na indústria automotiva.

- Nossa, que geleia saborosa. - Passo a geleia de frutas vermelhas na torrada.

- Como você sabe se nem experimentou ainda? - questionou Rael.

- É simples, pela textura. Eu gosto dessa textura de geleia.

- Ah sim! - Ele sorri.

Não tenho o costume de mexer no celular enquanto estou comendo, mas dessa vez eu estava a espera do episódio mil e setenta e quatro de One Piece. O anime tem mil e setenta e nove, porém, no aplicativo que eu assisto, os episódios só vão até o mil e setenta e três. Quando olho as notificações, percebo que havia recebido uma mensagem de Otávio, cujo número nem estava salvo ainda. A mensagem dizia o seguinte:

"Olá, senhorita Mialara. Tudo bem contigo? Hoje tem culto na igreja que frequento. Gostaria de ir? Eu te busco."

Me deu um frio na barriga e um sentimento estranho. Mas era bom. Parecia uma felicidade bem grande, mas não consegui identificar.

Me sinto aliviada por ser um frio na barriga diferente de quando eu penso, lembro ou até mesmo de quando eu estava com Ricardo.

Com Ricardo era um frio na barriga acompanhado de medo, angústia, vontade de vomitar. Isso era tão ruim.

- Mia, o que está fazendo?

- Estou tentando me acalmar! Acabamos de ter uma briga! - Eu dizia, sem fôlego, balançando minhas mãos, com lágrimas no rosto.

Como Chegar Até Você Where stories live. Discover now