Capítulo Cinco

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Otávio me levou para casa e meus pais o agradeceram. Contei como foi o culto e os olhos da mamãe brilharam.

— Meu amor! — Mamãe me abraça. — Há tanto tempo que não te vejo feliz assim.

— Eu decidi perdoar. Não vai ser fácil, mas Deus vai me ajudar.

No dia seguinte...

Mesma rotina de sempre, porém, dessa vez estou mais tranquila pois as férias estão chegando. Tomei meu banho para ir à escola, mas quando sentei em frente à escrivaninha, meu irmão do meio veio até mim:

— Mia, você não sabe o que eu descobri!

— Conte, conte! 

— Seu ex está de olho numa mulher... Só que, mano, ela é velha... E tem uma filha autista também, de nove anos. Meus amigos contaram porque viram ele na academia recentemente.

A princípio, a única coisa que eu pensei foi:

"E se ele se aproveitar dessa criança para fazer o mesmo que fez comigo?" 

Eu juro que se ele fizer alguma coisa com essa garotinha eu mato ele. Já imagino até as notícias nos jornais "Menina autista de 16 anos protege menina autista de 9, após tentativa de abuso sexual"

— Nossa... — Meu peito começa a doer. 

— Mana?? — caio no chão. — Mãe!! — Meu irmão saiu correndo. 

Já tive problemas relacionados ao cansaço excessivo, e até algumas dores no peito, mas dessa vez veio bem mais forte, a ponto de me deixar sem ar. Mamãe foi correndo até o meu quarto, me encontrando no chão. 

— Mia! Mia! O que aconteceu, meu amor? 

— Meu peito está doendo, estou ficando sem ar. 

— Urakeme!! Chame a ambulância! — Mamãe grita por papai, que havia acabado de chegar e estava sem entender nada. 

Naquele momento, senti minha vista escura, meu coração acelerado e perdi a audição. Só lembro de ter chegado no hospital carregada, e quando vi, havia vários fios ao meu redor. 

— Ah, meu Deus! — acordo assustada. 

— Calma, filha. Mamãe está aqui.

— O que aconteceu? — questiono, passando a mão na cabeça. 

— Bom dia! Vejo que a mocinha acordou. — disse um médico simpático. 

— O que aconteceu, doutor? — questiono novamente.

— Síncope Vasovagal. Fizemos alguns exames em você como eletrocardiograma, eletroencefalograma, e até mesmo exames do cérebro, que está normal. Isso pode ocorrer por diversos fatores como estresse, alta exposição ao Sol, pico de pressão, entre outros.

Fiquei abismada com tanta informação, nem sabia como reagir a isso do nada! 

— Mas... Já posso ir embora? — questiono, fazendo com que o médico e mamãe dêem risada. 

— Pode sim, mas termine de tomar o soro. — disse o médico, fazendo com que eu olhasse para cima e percebesse o soro.

Assim que cheguei em casa, a família toda estava lá, meu irmão nem foi para a escola, e meus pais fizeram eu ficar deitada o dia inteiro. 

Como Chegar Até Você Where stories live. Discover now