51 - Ser fúnebre

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   Depois de ter treinado durante toda a noite, Sorah estava exausta e suas asas batiam devagar deixando seu voo lento, seu companheiro de viagem também não estava em melhores condições, com o corpo todo dolorido por ter ficado aprisionado ao tron...

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   Depois de ter treinado durante toda a noite, Sorah estava exausta e suas asas batiam devagar deixando seu voo lento, seu companheiro de viagem também não estava em melhores condições, com o corpo todo dolorido por ter ficado aprisionado ao tronco, Urion mantinha-se voando um pouco à frente da amiga.

   No horizonte o sol começava a surgir e a luz invadia o mundo magico, a viagem de volta para casa ainda estava longe de terminar e em meio a monótona manhã um raio trevoso cortou os céus e em velocidade interceptou os viajantes. O susto os paralisou e encarando as sombras com uma feição de medo, eles viram um ser fúnebre revelar a sua face, seu corpo negro era manchando por tons de roxo escuro e seus olhos exalavam um branco intenso.

   Com grande temor daquele ser desconhecido, Sorah e Urion ficaram paralisados de medo, tomado por um surto de coragem o garoto empurrou a amiga enquanto tramava:

   — Esse cara deve ser perigoso, fuja Sorah, deixa que eu o enfrento!

   — Eu não vou te deixar sozinho. — Retomando sua posição, a garota impôs. — Vamos enfrentá-lo juntos.

   Esboçando um sorriso no canto da boca, o ser fúnebre debochou deles:

   — Não briguem crianças, ou o papai vai ter que puni-los.

   "Papai" a palavra havia fixado na mente dos dois garotos e ao mesmo tempo em que eles tentavam encaixar a informação a mesma não fazia sentido algum. Impaciente diante de tantas dúvidas, Urion enfrentou o ser fúnebre ao gritar:

   — Você não é meu pai seu maníaco! — Ainda mais alto ele questionou. — Quem é você?

   — Os filhos que desobedecem ao pai acabam com o bumbum quente. — Espalhando uma fumaça negra das mãos, o ser fúnebre se revelou. — Mas como eu sou bonzinho, vou te perdoar dessa vez e de bônus irei responder a sua pergunta. Eu sou o Genitor o pai de todos!

   Mesmo com a resposta, aquela informação parecia inútil, pois não fazia sentido algum, a única certeza que tinham em relação ao ser desconhecido era que ele parecia ser bastante perigoso. Encarando Genitor com uma feição de preocupação, Urion disse:

   — Tem certeza de que iremos enfrentá-lo? Ele parece ser bem malvado. — Num tom baixinho, ele comentou. — Não seria melhor tentarmos fugir dele.

   — Nas condições que estamos seria praticamente impossível conseguirmos escapar dele, mal estamos batendo as assas de tanta exaustão. — Sorah contrapôs a proposta do amigo ao comentar. — Se fugirmos, ele tentará nos pegar e isso vai ser uma tarefa bem fácil, é melhor lutarmos juntos do que sermos pegos separados.

   — Você tem razão. — Urion tentou mostrar empolgação mesmo diante de uma luta impossível. — Vamos ao ataque!

   Os dois estavam decididos a unir forças contra Genitor, vendo os garotos se esforçando para voar em sua direção, o ser fúnebre debochou:

   — Esses filhos estão cada vez mais rebeldes, eu vou ter que dar-lhes uma lição.

   A aura negra que ficava em volta de Genitor começou a tomar forma como se fossem ramos feito de sombra, depois de moldados eles começaram a ir em velocidade na direção de Sorah e Urion. Os dois garotos tentavam desviar dos golpes, mesmo tomados pela exaustão seus corpos continuavam se esforçando para esquivar dos ramos sombrios.

   Vários ramos juntaram-se formando um único mais robusto, esse ramo cortou o ar em velocidade e atingiu em cheio o corpo de Sorah, a pobre garota foi lançada em direção ao solo. Vendo a companheira ser derrotada, Urion gritou na esperança de que ela pudesse responder-lhe, fato esse que não aconteceu, a garota continuava a cair, a luz de seu corpo dissipava-se lentamente e sua forma humana voltou a predominar.

   Abrindo os olhos, Sorah via seu amigo gritando por seu nome, mas suas forças pareciam esgotadas, mesmo se esforçando para transformar-se em ser magico novamente, toda aquela luta parecia inútil. O desespero tomou conta de seu corpo quando ela visualizou um dos ramos sombrios prender um dos pés de Urion, o garoto estava impossibilitado de fugir e em seguida vários outros ramos laçou todo o seu corpo imobilizando-o totalmente, sufocando ele desmaiou.

   Com uma vitória fácil, Genitor dava risadas sarcásticas em comemoração, imobilizando Urion em seus ramos sombrios, ele voltou a encarar Sorah que estava caída, em pensamentos enfatizou, "eu não preciso de mais uma Esperança, essa garota não me interessa, minha presa aqui é apenas esse gordinho da família Nution."

   Com seu objetivo cumprido, o ser fúnebre pegou sua presa e abandonou aquele lugar.

   Abrindo os olhos, Sorah viu a sombra de seu companheiro sendo levado por Genitor, ela não tinha mais forças para tentar uma nova investida e coube-lhe apenas assistir seu amigo ser raptado diante de seus olhos que nesse instante derramaram-se em lagrimas.

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