61 - Um despertar lendário

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   Sozinho, perdido em pensamentos, Filius sofria com a solidão de mais uma vez não ter uma linhagem viva e com isso martelando em sua cabeça seus olhos cansados procuravam focar no que fazer e em como reverter tudo

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   Sozinho, perdido em pensamentos, Filius sofria com a solidão de mais uma vez não ter uma linhagem viva e com isso martelando em sua cabeça seus olhos cansados procuravam focar no que fazer e em como reverter tudo. As cabeças sobre os buracos eram sua obsessão, ele mirava todos aqueles rostos e se imaginava feliz como se todos ali fossem sua família, caminhando entre as vítimas de suas ações imaginando seus sonhos realizados sua mente flutuava, mas ao encarar a realidade toda a felicidade sumia, ele não queria mais sentir-se assim e para que tudo se tornasse realidade a magia deveria ser realizada. Ainda que faltasse muitos DNA para serem coletados sua cabeça perturbada não aguentava mais esperar para realizar seu sonho, mesmo que fosse uma realização parcial naquele momento era melhor que nada, pois sua alma necessitava de consolo após a perda de sua família, de seus genitores.

   A fim de acabar com as dores que apertavam seu peito, ele olhou no rosto de sua futura família e então respirou fundo ao arquear as mãos vagarosamente e juntá-las num círculo, que a ao soprar no centro ele recitou carregado de emoção na voz:

­   — "Fitas das origens divina."

   Assim que seus lábios se fecharam os códigos mágicos de todos os seres soterrados saíram de seus corpos em uma forma helicoidal percorreram o ambiente numa crescente iluminação e explodiram ao entrar no corpo de Filius causando um vasto clarão.

   Com os olhos incrédulos sobre a imagem que pintava sua pupila, Silfo assistiu toda a cena de longe sem saber como intervir na situação, com passos curtos ele aproximava-se para ter uma visão melhor e aos poucos a luz foi cessando e a imagem de Filius revelou-se. Uma pele lisa e escamosa que metamorfoseava entre o branco e o dourado, o cabelo escuro tornou-se prateado e destemeroso a gravidade flutuando perpetuamente, sobre a sua cabeça uma meia auréola dourada girava celeremente, levantando os seus olhos brancos o anelado preto entregou o olhar, ele viu a presença de Silfo.

   Encarnando-se entre o apagar de luzes os olhos de Silfo tremiam, a presença avassaladora o pressionava o julgava como um oponente indigno para travar uma batalha daquela proporção. O primeiro passo de Filius abalou o solo e fez a estrutura do salão subterrâneo trincar e soltar lascas de pedra, ao segurar um desses pedriscos na mão Silfo distraiu-se por um breve segundo e não percebeu a aproximação rápida e olhos nos olhos, Filius abriu os lábios arrastados ao falar:

­  — Eu sei que é meu irmão e que devemos proteger a família, porém eu nunca o perdoarei por ter destruído os nossos pais, assim julgo que a sua vida não deve mais existir!

   Num suspirar, a mão escamosa agarrou o pescoço de Silfo impedindo-o de respirar, seus olhos miravam a face do inimigo impiedoso de perto e o temor corria gelando o sangue de suas veias, era como se o seu corpo estivesse paralisado, pois mesmo usando o máximo de sua força a pressão exercida em sua garganta o dominava e o impedia de reagir.

   Um breve alívio e o ar voltou a entrar pelas narinas de Silfo e supriu seu corpo, ele foi lançado para longe como se fosse um nada e enquanto flutuava executou a sua última inspiração antes que os olhos trevosos o mirassem novamente ao invocar:

Há MagiaWhere stories live. Discover now