3. a fã numero 1

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De repente começou a esfriar. Esquisito, visto que normalmente os dias atingiam 27, 28 graus. Essa mudança só o surpreendeu quando ele percebeu que estavam meros 10 graus celsius.

Giovanna certamente estaria dormindo uma hora dessas, mas a parte da casa dela não tinha aquecimento. Sabia que o cobertor que havia deixado para ela não seria suficiente, se é que ela o tinha achado.

Bateu com os nós dos dedos indicador e médio, duas vezes. Abriu a porta logo em seguida.

Ela dormia apagada segurando um livro, toda encolhida num baby doll rosé. Alexandre não sabia se era a posição fetal na qual estava deitada, mas daquele ponto de vista a bunda dela era enorme e bem coladinha ao short curto.

Reprimiu seus pensamentos se culpando por eles e em segundos balançou a cabeça distraindo a imagem que estava pregada agora no fundo de sua mente. Ainda tentando raciocinar e esquecer de o que tinha visto. Ele procedeu com os cobertores em mão, esticando ambos os 2 em cima dela, deixando uma terceira opção no pé da cama. Brasileiros não estão acostumados com tanto frio. O que dirá uma carioca.

Tirou o livro da mão dela cuidadosamente e ficou com medo de acordá-la por isso. Ficou estático assim que tirou o objeto de suas mãos, e observou enquanto ela se ajeitava na cama, se esticando mais e ficando mais confortável, agora sem o livro em mãos e toda cobertinha.

Alexandre deu um sorriso leve observando que tinha ajudado a menina que deveria estar congelando. A observou dormindo por mais alguns segundos. Era tão angelical, tão calma, tão tranquila.

Por um homem to sentiu vontade de esquentá-la com seu próprio corpo, se perguntando como seria se entrasse debaixo das cobertas com ela.

Engoliu a seco ao perceber o quão esquisito seria se ela acordasse e o visse ali, encarando ela, enquanto dormia. Deixou o livro em cima da cômoda oposta a ela, que dormia do lado esquerdo, e saiu sorrateiramente encostando a porta atrás de si. A fechou cautelosamente para não acordar Giovanna.

Seguiu em rumo ao seu quarto e deitou em sua cama, ao lado de sua esposa. E pela primeira vez, se revirou de lado a lado sem conseguir pregar os olhos nem por um minuto. As visões atravessam sua mente e a culpa já batia em sua porta.

Alexandre subitamente se arrependeu de oferecer ajuda a filha do amigo. Mas agora não havia nada a ser feito. Precisava encarar isso até o fim.

Na manhã seguinte, Giovanna acordou bem tarde. O fuso horário havia passado por cima dela como um caminhão.
Alexandre observou a calça jeans e a blusa casual.

— Você não tem um moletom? — Ele questionou, antes mesmo de dar bom dia.

— Ammm.. Não eu.. Não havia espaço na mala. — Ela disse desconcertada colocando as mãos no bolso.

Ele se levantou imediatamente e buscou um moletom no armário. Deu na mão dela e ela logo se vestiu.

— Cadê sua esposa?

— Vocês vão se conhecer hoje a noite, no jantar. Ela fica o dia inteiro fora, só vem pra casa pra dormir. Ah, e aos finais de semana também, talvez você a veja.

— O nome dela é Karen, né? — A garota perguntou, interessada.

— Sim. Está pronta? Estamos de saída.

Giovanna assentiu rapidamente e subiu as escadas para pegar sua bolsa.

Quando saiu da casa, Alexandre já estava dentro de sua Mercedes AMG GT prateada. O carro estava ligado, e ela corria para alcançá-lo.

Saíram da casa e Alexandre dirigia silenciosamente enquanto a garota ao lado dele não parava de falar.

— Aqui é tão lindo! Ah! Você tem spotify? — Giovanna tocava a tela do painel dele vendo os aplicativos do carro.

the prophecyWhere stories live. Discover now