15. portão de embarque

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Passaram a noite inteira juntos, a madrugada também. Os cochilos eram poucos, e o sol já estava nascendo. Seu corpo estava todo dolorido, o corpo dele estava todo marcado.

Giovanna ficou olhando para Alexandre e sentiu um aperto no peito. Uma saudade que não tinha explicação, porque ainda nem sequer tinha ido embora.

E por que estava indo embora mesmo?

Ela acariciou o peitoral dele, olhando o homem dormir tranquilamente, provavelmente exausto. Ele tinha acabado com ela, do jeito que tinha prometido. E como tinha prometido, de fato, seria bem difícil esquecer essa noite. O toque intenso dele, a forma como a beijava e não tirava os olhos dos seus enquanto fodiam de mãos dadas. Os beijos pelo corpo inteiro. Giovanna sentia o arrepio só de se lembrar dele acordado.

Acariciou sua bochecha, fazendo carinho na barba grisalha. Queria muito se afastar pra entender quais sentimentos eram aqueles. De onde vinham, para onde iam. Como ela iria falar para seu pai que estava completamente apaixonada pelo melhor amigo dele? A hora que seu pai compreendesse que estavam transando.. Uma briga feia viria pela frente, essa era a única certeza.

Tentou fazer planos. Alexandre com certeza não a deixaria voltar pro Brasil, se eles ficassem juntos. Pelo menos não sozinha. Conseguia vê-lo facilmente voltando por ela, que era tão apegada na família. Ou então, ela se mudando e passando por tudo isso com a família, mas estando ao lado dele.

Ela suspirou e deu um selinho em sua boca.
Alexandre abriu os olhos preguiçosamente, extremamente cansado. Deu um sorrisinho com o canto da boca e fechou os olhos de novo. Desceu a mão pela cintura dela, a puxando para seu colo.

Giovanna riu baixinho sentindo o homem colocando ela por cima de seu corpo.

— Vai dormir, Nero.. — Ela sussurrou, sentindo o homem comandar os movimentos de seus quadris, esfregando os corpos deles dois.

— Vou ter muito tempo pra dormir quando você estiver longe. Por enquanto, eu preciso esgotar a saudade que eu já sinto de você. — Ele confessou, com a voz rouca de quem acabara de acordar.

Gostava do fato de ela estar molhada e toda gozada por horas e horas. Cada vez que ele se recuperava eles continuavam, e Giovanna parecia não se cansar nunca.

Ela levou a mão até o meio deles dois e encaixou os corpos, tirando um gemido baixo da boca dele.

Aquele homem era definitivamente o mais gostoso com quem já tinha ficado. O melhor na cama. O melhor gemido, melhor pegada, o melhor beijo. Ele era.. Perfeito.

Passou a rebolar em seu colo, tirando gemidos dele. Adorava isso, proporcionar prazer e fazer ele alcançar seu ápice. Poucas coisas eram tão deliciosas quanto ver esse cara gozando dentro dela, morrendo de tesão.
Por esse cara ela teria que brigar com sua família, e o processo não seria fácil.

— Já tá com saudade de mim, Nero? — Ela sussurrava brincalhona no ouvido esquerdo dele, enquanto mordia seu lóbulo e descia beijos pelo pescoço dele.

Alexandre empurrava o corpo contra o dela, atingindo mais fundo.

— Fica comigo, Giovanna. — Ele pediu num sussurro, beijando a boca dela.

Ela se segurou na cabeceira da cama e correspondeu, com dificuldades de continuar. Sentia os dedos dele pressionando seu clítoris do jeito mais gostoso possível. Sentiu que ia gozar e acabar com a brincadeira antes do previsto, então tentou parar, mas ele não deixou.

Trocou as posições e ficou no controle, até fazer com que ela gozasse bem gostoso, molhando os lençóis da cama, e seus corpos de quebra.

Quando o despertador tocou, os dois abriram os olhos. Se olharam por alguns segundos, até que Giovanna finalmente se espreguiçasse e saísse dali o mais rápido possível.
Alexandre procedeu a tomar um banho, se arrumar, e esperar por ela no carro.

Assim que ela entrou, depois de deixar uma mala no banco de trás, ele partiu em direção ao aeroporto. Ficou quieto, porque não tinha muito o que dizer. Queria saber se ela voltaria, e se não se enganava, achava que ela tinha chego em sua casa com mais coisas. Talvez ela tivesse deixado algumas delas na casa? Ele só saberia quando voltasse. Não queria perguntar.

Já tinha deixado claro como a queria, que faria o possível e o impossível pra estar com ela. Agora era uma questão de Giovanna o escolher de volta.

Estacionaram o carro e foram até o atendimento digital, porque tinham que imprimir a passagem dela. Giovanna tomou o controle do dispositivo, já que ela tinha as informações em seu e-mail. Já havia feito o check-in online, só precisava do cartão de embarque.

— Nero?! — Uma voz cortou todo o raciocínio dela.

Giovanna levantou a cabeça olhando na mesma direção que Alexandre.

— O que você tá fazendo aqui? — A ruiva se aproximou beijando o rosto dele, um beijo em cada lado do rosto. — Já faz um tempo que não te vejo na empresa.

— O home office é um caminho sem volta, Ma. — Ele riu leve. — É mais eficaz pra eles, mais tranquilo pra mim. — Ele deu de ombros.

— Tá sumido demais. — A mulher acariciou com as mãos o braço dele, e Giovanna fez questão de registrar essa informação. Deu as costas e continuou tentando imprimir seu cartão.

— Essa semana, estarei lá. Mês de fechamento, você sabe como é..

— Tem que fazer o pessoal mostrar serviço. — A ruiva olhava para ele admirada. — A Karen tá aqui? — Ela olhou para os lados buscando um pouco aflita, com um certo medo.

— Não, ela.. Eu estou acompanhando a Giovanna. — Alexandre apresentou as duas. — Ela é filha do Hilton, aquele com quem fechamos negócios no Brasil umas.. Quinhentas mil vezes. Você se lembra dele? Muito amigo meu!

— Claro que sim. Um prazer, Giovanna! — A mulher esticou a mão para ela. — Você lembra seu pai.

Giovanna sorriu leve.

— Prazer. Me desculpa, mas levei mais tempo do que precisava e se eu não me apressar eu vou perder o avião. — Ela forçou um sorriso. — Obrigada pela ajuda, Nero. — Ela olhou para o grisalho com rapidez, aquele era seu adeus. — Um prazer conhecer você. — Giovanna desviou o olhar para a ruiva, se afastando com um sorriso genérico no rosto.

Tinha que achar seu portão de embarque e sumir dali o mais rápido possível.

Sentia seu corpo todo acelerado. O coração, as pernas. Ela caminhava pelo aeroporto buscando o portão correto, mas seu sangue estava fervilhando. Não sabia o porquê, mas não tinha pensado em Alexandre com outras mulheres. Que burra. Ela achava mesmo que era exclusiva?

Quando achou o embarque, sentiu um alívio no estômago. Logo parou de andar e abriu a bolsa em busca de seus documentos.

Sentiu uma mão puxar seu braço com força.

— Você não vai se despedir de mim assim.

the prophecyWhere stories live. Discover now