9. e se ela quiser?

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— Bom dia. — A deliciosa voz dele a fez despertar do transe. Giovanna tomava seu café da manhã na sacada, e ele estava se aproximando para sentar ao lado dela.

— Bom dia. — Giovanna retribuiu um sorriso leve.

Ainda estava de pijama, com as pernas cruzadas em cima da mesa. Aproveitava para tomar um sol já que a casa era tão fria.

— Dormiu bem? — Ele se inclinou na direção dela. Sempre fazia isso, sempre ficava perto demais. E ela tentava, jurava que tentava ficar longe.

— Não muito. Meus vizinhos são mega barulhentos, eles brigaram até de madrugada. Eu acho que a esposa dele tava meio brava ontem, mas não conta pra ele que eu ouvi tudo.

Alexandre deu uma risadinha.
Colocou o cabelo dela para trás e acariciou seu pescoço, o dedão colado em sua bochecha acariciando enquanto entrava com os dedos para o cabelo dela.

— Nero.. — Ela suspirou, tentando negar.

— Eu estou completamente apaixonado por você. — Ele falou tranquilamente olhando nos olhos dela.

Giovanna o encarava sem conseguir dizer absolutamente nada.

— Eu me sinto bem quando eu tô com você. Eu gosto do seu jeito, da sua personalidade, do seu humor. Eu gosto de como você me vê, de como a gente se dá bem junto. Você é inteligente, linda, engraçada. Maravilhosa.

Alexandre a olhava nos olhos, completamente sério. Não vacilava nem por um segundo olhando para ela.

— Eu nunca senti isso antes. E eu juro que tentei evitar de todas as maneiras possíveis, eu jamais faria isso com o seu pai. Não foi o que eu prometi, como eu prometi que cuidaria de você. Mas eu não consigo fingir que não aconteceu.

Giovanna o olhava sem saber o que dizer.

— Você não sai da minha cabeça. Desde ontem, desde o primeiro beijo. Eu não sei se eu estou sendo.. Velho.. Em dizer isso. — Ele riu fraco, um pouco vulnerável. — Talvez seja muito tempo sem estar com alguém que me faça sentir vivo de verdade. Mas.. Ontem foi muito, muito bom.

Giovanna engoliu a seco e olhou para baixo, fugindo do olhar dele. Tinha certeza que estava corada, e não precisava nem se olhar no espelho para confirmar. Sentia seu rosto todo queimar, como chamas.

— Você gostou? — Ele levantou o queixo de Giovanna, obrigando ela a olhar em seus olhos.

Observou enquanto ela respirava fundo, quase perdendo as estribeiras.
Assentiu.

— Me responde direito, Giovanna. Você tem boca e sabe muito bem usar, eu sei disso melhor do que ninguém agora.

Ela riu mordendo o lábio inferior.
Cafajeste.

— Foi bom pra você também? — Ele fez questão de perguntar de novo.

Giovanna tomou todo o ar que precisava.

— Foi ótimo, Nero. Foi.. Delicioso. Eu não consegui pregar o olho essa noite pensando em cada toque teu.

Era a vez dele de engolir a seco agora. Ele só queria beijar a boca dela e deixar esse papo pra depois.
Fez um gesto com a mão convidando a garota para se sentar em seu colo.

the prophecyWhere stories live. Discover now