Dias difíceis

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— Preciso te perguntar uma coisa... — disse ao me sentar no sofá, ao lado de Louis. Ele se virou em minha direção e ergueu as sobrancelhas — Eu tentei deixar pra lá, mas... Não consigo mais, Louis.

— Quer saber o porquê de existir uma pasta sobre o seu namoradinho. — disse com um pequeno sorriso nos lábios — Estou certo?

— C-como? — balancei a cabeça — Como você sabe?

— Foi apenas um palpite. — deu de ombros, virando-se para a TV novamente - pelo o que pude ouvir, passava o noticiário — Precisava me certificar de que ele
era confiável.

— O que?

— Ele me parece bem suspeito.

— Como é? — praticamente gritei, recebendo um revirar de olhos do Alfa — O Sam não...

— Não se pode confiar em ninguém, Ômega. — disse seriamente, inclinando-se minimamente para fitar meus olhos — O investiguei por um bom tempo e não achei nada. Na verdade a vida dele é bem entediante.

— Ele é filho de outro Alfa.

— Parece que sim.

— Pode investigar algo pra mim? — ele me lançou um olhar desconfiado — É importante.

— Posso tentar.

— Meu pai nunca foi realmente sincero sobre o que houve com a minha mãe e... Eu preciso saber o que aconteceu. — Louis piscou seus olhos, parecendo surpreso — Pode tentar descobrir algo?

Ele engoliu seco algumas vezes e então assentiu.

— Vou ver o que posso fazer.

— Obrigado, Louis. — sorri fracamente e desviei o olhar para a TV - estavam noticiando uma matéria sobre o vírus contagioso que se espalhou pelo mundo e destruiu boa parte da cidade há alguns anos — Isso não é nada bom.

— Parece estar se espalhando novamente. — Louis comentou. O olhei no mesmo instante, sentindo meu coração se acelerar — Merda!

O vírus era extremamente contagioso e quando se iniciou, todos pensaram se tratar de um apocalipse zumbi, visto que se assemelhava. Ao ser contaminado, a pessoa aparentemente parecia bem, mas após cerca de 15 horas, o vírus se manifestava. Depois disso nada poderia ser feito. O contaminado se tornava frio e agressivo. Atacava todos a sua volta com uma ira e uma força descomunal. Não havia cura.

— Precisamos evitar contato com outras pessoas, pelo menos por enquanto. — disse Louis. O encarei ainda assustado e assenti — Ei, está tudo bem. — se aproximou ao notar minha expressão assustada — Ainda podem controlar. — sua voz parecia distante. Engoli em seco e ergui meu olhar, encontrando seus olhos azuis tão próximos dos meus - eram lindos — Harry?

Eu não disse nada, apenas pisquei meus olhos e assenti com a cabeça. Encarei Louis mais uma vez. Ele me olhava de uma forma tão doce e...

— Seus olhos são tão lindos. — deixei escapar. Apenas fui me dar conta do que havia dito, quando a expressão preocupada do Alfa foi substituída por uma surpresa — Ahn... É que eu adoro azul, sabe...

Por um momento, pensei ter visto suas bochechas corarem.

— Mesmo? — um sorriso cafajeste curvou seus lábios — Os seus até que são bonitinhos.

Revirei os olhos.

— Odeio você, sabia? — me levantei depressa, ouvindo sua risada soar.

— Não odeia não. — retrucou. Virei-me para ele e o fitei por alguns instantes. Senti minha garganta seca e meu corpo quente. Louis pareceu notar meu desconforto. Seu sorriso se desfez e logo ele estava em minha frente, analisando meus olhos — Harry! O que está acontecendo?

Wildfire l.s (ABO)Where stories live. Discover now