5. Distrações .

206 16 1
                                    


Eu sai do meu quarto um pouco apressada para poder aproveitar os primeiros raios de sol do dia, e fui direto para a cozinha, para poder sair pela porta dos fundos que ficava em canto do comodo. A cozinha não era muito grande, nela havia muitos tons amadeirados por a maioria dos lados e era um pouco escura, mas em uma das paredes havia um janela enorme que quando aberta iluminava todo o espaço, cuja sua visão dava para a floresta a poucos metros trás de minha casa. Eu mal havia começado a decorar e ajeitar meu quarto e o resto dos outros comodos, então a cozinha estava quase completamente vazia, como o restante da casa em um todo. Quando saí notei que o dia lá fora estava realmente lindo, uma brisa leve e fresca soprava por entre a relva molhada da floresta a minha frente, a mesma brisa traspassava as rosas de meu jardim chegando ate mim, me trazendo o familiar cheiro de rosas e terra molhada misturadas em um armonioso perfume. Fechei os olhos para melhor apreciar o som que vinha da floresta e o canto dos passaros ao meu redor, era evidente que tudo estava vivo, até mesmo a terra, até mesmo as plantas. Depois de um breve periodo de tempo eu os abri novamente e continuei em direção ao jardim, enquanto o observava reparei que havia apenas um pé de rosas brancas em meio a uma grande variação de rosas vermelhas, as observei por um tempo, mas logo em seguida voltei minha atenção a floresta, que naquele momento parecia me convidar a adentra-la.

Quando notei a onde meus pés, mesmo que inconcientemente, já haviam me levando, indo para longe de minha casa e em direção a floresta, decidi então continuar, mas antes entrei correndo em casa para poder pegar uma cesta, que eu mesma havia feito para colher flores. Ela estava posicionada em cima da mesa de granito, com algumas flores ainda postas nela dsde a ultima escursão ao bosque. Dentro da cesta havia terra umida colocada por mim lá, eu a colocava ali para poder colher mudas das flores que mais me chamavam atenção, sem que com a demora da viajem acabassem por se murcharem ou morrerem. A pegeui rapidamente, deixando cair sem querer alguns grãos de terra na mesa, mas nõ dei antenção a isso e voltei novamente para o lugar onde estava antes mas dessa vez sem parar, apenas continuei.

-Mas que belo dia! _Exclamei para mim mesma, enquanto penetrava a floresta, tentando ao máximo deixar as lembranças frequentes de meu sonho de lado, tentei fazer o mesmo com as recordações do meu dia passado._

Caminhei... caminhei e caminhei mais, perdida em pensamentos, mesmo lutando contra eles não conseguia parar de me deixar levar por devaneios. Em quase toda parte que eu via flores eu as colhia e as posicionava corretamente em meu pequeno cesto já repleto de varias flores. Já colhera diversas, tais como Rosas laranjas e amarelas, pequenas florezinhas azuis, violetas, orquídeas, cravos, camélias, gardênias jasminoides, lírios, margaridas e diversas mais...

Continuei andado pois não queria voar, eu tinha que estirar um pouco minhas pernas também, e era mais facil aproveitar a paisagem pelo solo. Enquanto andava distraida dei de cara com um rio que quase parecia cortar a floresta ao meio, ele era tão cristalino que dava ate para ver perfeitamente os peixinhos que nadavam contra uma correnteza fraca. No mesmo momento veio ate mim uma vontade enorme de experimentar a sensação da quela água totalmente pura em meu corpo ainda um pouco tenso. Então coloquei o cestinho completamente preenchido por flores de diversas cores no chão, a relva era verde-claro era muito macia e plana, um otimo lugar para por a cesta.

A deixei inerte no chão por perto e me aproximei do rio, chegando bem cerca dele. Esitei por temer a temperatura dele, mas entrei rapidamente ao recordar do desejo de sentir a água, mesma que gelada, a minha volta, era um rio não muito fundo e apenas uma parte de minha cintura ficou para fora da água enquando estava de pé, eu me ajoelhei, para poder por meu rosto dentro da água que não era tão gélida quanto esperava que fosse, pois ao mesmo tempo que passavam correntezas um pouco mais frias em seguida vinham umas mais quentinhas, era uma ótima mistura porpoecionando uma otima sensação, assim que entrei quase completamente dentro do rio deixando apenas uma parte de minha cabeçã para fora, decidi prender a respiração para poder submergir o restante, dentro do rio tentei novamente fechar meus olhos, apenas aproveitar o momento e não pensar em mais nada, esse era um ótimo meio de conseguir me distrair um pouco, e acalmar meus pensamentos. Eu não gostava de não fazer nada, era mais do tipo que gostava de ficar ocupada com algo, fazendo algo de útil, mas neste caso não havia como tentar lutar contra isso. Então apenas me deixei levar pela bela musica abafada que vinha do canto dos pássaros acima da água, e pela sensação relachante das ondas mistas do rio.

Quando voltei a abrir meus olhos, mesmo eu não ter estado dormindo todo esse tempo, não notara que o sol já estava a algums poucas horas para se por no horizonte, realmente não queria me mexer, estava parada na mesma posição a tanto tempo que meu corpo todo estava desacostumado com movimentos, então decidi ir bem de vagar até a margem onde eu tentei me levantar e comecei a andar lentamente em direção ao lado onde estava meu cesto repleto de flores ainda muito vividas. Eu cambaleei um pouco mas cheguei onde queria, sai um pouco tonta do rio já que havia conseguido deixar minha mente totalmente em branco, sem pensar em nada e nem lembrar. Então resolvi me esticar um pouco antes de voltar em direção a casa, também estiquei minhas asas já que fazia um tempo que também não as mexia, eu percebia que mesmo elas estivessem a poucos segundos completamente encobertas pela água, elas nunca ficavam pesadas pela água, nem sequer ficavam realmente molhadas, apenas umidas .

Escutei um som estranho... um som de um animal, e me virei rapidamente para olhar, o som vinha do outro lado do rio, assim que eu olhei para lá estranhei, vi uma grande corça, totalmete branca com apenas os olhos negros, eu me surpreendi de inicio, mas em seguida me acalmei pois vi que era apenas um animal inofensivo, nada de assustador como um demônio ou um anjo negro. Era apenas uma corça... que não parava de me encarar, retribui e sustentei seu olhar por um tempo, mas depois me virei andei alguns passos para pegar caminho a minha cesta. Eu queria muito acariciar aquele animal, mas também queria realmente ir para casa, para voltar a me perder em pensamentos como antes, ainda estava um pouco anestesiada então quando me abaixei para pegar a cesta minha visão escureceu um pouco por conta do movimento brusco, balancei minha cabeça então quando minha visão ficou perfeita novamente comecei a andar de volta para casa, pelo caminho de onde havia vindo.

-Não vá! _Escutei alguém falar, me virei rapidamente em direção ao som, um som doce, aveludado e um pouco agudo, como um tilintar de sininhos, eu tentei achar a origem do som, mas não sabia se era a corça branca que havia se comunicado mentalmente comigo, ou outro anjo que estava fora de minha visão do outro lado do rio._ - Por favor, venha comigo, não vá embora... _Insistiu a mesma bela voz._

Assim que escutei novamente aquela voz, soube que vinha da corça branca que estava se comunicando comigo de alguma forma, provavelmente mentalmente. A bela corça branca começou a se virar dando as costas para mim, ela começou a andar e me olhou fazendo um gesto para que eu a seguisse, então eu a segui sem nada dizer, ultrapassei o rio rapidamente atras dela, que agora começava a correr, com o cesto de flores ainda em minha mão me perguntava por que ela precisaria de minha ajuda, não era muito comum os animais da floresta virem ate nós anjos pedindo ajuda. Eu queria voar mas preferi esperar, não queria perder de vista a corça, que disparava por entre as arvores grossas.

- Espere! por favor espere! qual é o problema? _Gritei mas a corça nada respondeu, apenas continuou a correr, eu a segui sem perde-la uma vez se quer de vista mesmo apesar de sua velocidade._

Já estava començando a escurecer, depois de correr atrás dela por um certo período de tempo, o sol já havia se posto e agora restava apenas uma fraca iluminação, e eu ficava com cada vez com mais receio do lugar onde estava começando a entrar seguindo a corsa, o lugar era muito parecido ao do meu pesadelo, era repleto de arvores grosas e compridas, nebuloso, um pouco escuro, notei que realmente havia começado a surguir muita nevoa graças a falta de luz naquele lugar, senti um arrepio percorrer por todo o meu corpo quando senti novamente a mesma sensação estranha, de como se eu fosse desaparecer.

Assim que percebi que realmente era o mesmo cenário, ou pelo menos muito parecido, parei de perseguir a corça branca a deixando correr sozinha para longe de minha visão. Paralisada pelo cenário do sonho ser tão semelhante ao de onde me encontrava no momento, deixei a cesta escorregar por entre meus dedos e cair no chão, não via nem ouvia mais a corça em lugar nenhum, ela desaparecera completamente de meu campo de visão. Eu estava cravada no chão, temerosa e sem me mover, queria sair voando daquele lugar muito angustiante, mas como no sonho, não sentia minhas asas, aquele lugar e aquelas sensações eram realmente iguais as do meu sonho, não sabia o por que de a corça ter me trazido até aquele lugar, apenas sabia que estava sozinha e com medo. Comecei a pedir ajuda mentalmente para qualquer anjo que fosse, Emfor... Emmy... estava començando a entrar em desespero... O que estava acontecendo?


PralayaWhere stories live. Discover now