24. Opressões conflitantes .

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        Continuei a encarar Welmer por um tempo, ele me olhava com ternura, e pelo que seus olhos vívidos davam a entender, tudo o que ele queria era apenas o meu bem, ele apenas queria que eu fosse feliz. Mesmo que para isso tivesse que ir em contradição as regras impostas por Emfor. Por isso uma parte minha sabia que ele entendia, de certa forma, que o meu interior apenas iria se apaziguar quando eu soubesse que fiz de tudo para ajudar-los. Os ajudar em desfazer a divisa, e ajudar recomeçar a viverem em paz. Todos juntos. Mesmo que de alguma forma eu não consiga acabar com algumas opressões conflitantes

Welmer sustentou meu olhar, ate escutar vozes vindo de dentro da casa. Ele rapidamente desviou seu olhar agora esperançoso, em direção a casa, e mesmo não podendo ver seu rosto com a mesmo perfeição que pudera antes, notei que em seu rosto surgiu um leve sinal de augúrio, e um grande e belo sorriso se estampou em seu rosto agora reluzente, pois quem ele escurara era nada mais que sua amada.

-Celloy... _escutei Welmer sussurrar com doçura, pouco antes de seu sorriso se alargar mais, e ele lentamente começar a andar. Eu o observei caminhar de uma forma diferente, agora de um jeito mais intenso e sobrecarregado talvez ansioso por querer ver Celloy. Depois de dar alguns passos, ele logo se lembrou que me deixara para trás, e voltou-se para mim com uma expressão Fascinada, por quem ele havia acabado de pronunciar o nome._-Venha pequena, deixe-me lhe ajudar, irei mostrar ela a você, quero que conheça Celloy, _falou ele me ajudando a levantar, deixando para trás a relva úmida._-como você já sabe ela é... 

-Sua alma gemia? _perguntei levantando uma sobrancelha e o interrompendo, com um pequeno sorriso torto em meu rosto, me deixava feliz ver-lo sorridente e radiante pela chegada de Celloy. Pois deveria ser árduo ficarem algum tempo, mesmo que pequeno, longe um do outro._

-Correto.

Seu sorriso nem ao menos oscilou, ele apenas segurou minha mão e me conduziu entre meu jardim, ate a porta de minha cozinha. Assim que passei pela porta, pude ver três anjos que eu nunca vira antes, eles estavam em meio a minha sala. Pelo que parecia Celloy estava de costas para a entrada da cozinha, que dava para a sala. Eu apenas acreditava que era ela, pois seu belo e comprido cabelo loiro, era mais vívido em meio ao dos outros anjos. 

Um deles se encontrava dando um rápido abraço em Emmy então dificultava ver suas expressões e feições. Apenas podia observar seu cabelo despojado e cacheado cor ônix  bracejar, por conta de seus movimentos. E uma outra anjo, prostrada meio de lado, entre Emfor e Celloy. Com um pequeno sorriso rubro em seu rosto singular. Suas feições eram elegantes, seu pequeno sorriso posicionado um pouco abaixo das maçãs de seu rosto, que eram um pouco mais salientes que as de Emfor. Que agora nos olhava entrar na sala. Ela agora pronunciava mentalmente, apenas para mim, seus nomes.

Pelo que havia entendido de seus pensamentos fragmentados e nada claros. A anjo de olhos amendoados verde esmeralda, se chamava Greathe. E o nome do que apenas agora pudera ver direito suas feições, cujo os olhos eram cor topázio escuro, com um olhar mais que profundo e onisciente, era chamado de Noah. Greathe e seus cabelos castanhos avermelhados completamente cacheados atraiam meu olhar, pois seus pequenos cachos modulavam perfeitamente seu rosto peculiar. 

Assim que atravessamos completamente a cozinha em direção a sala, notei instantaneamente Celloy se virar. Seu cabelo loiro claro se movimentou suavemente ao voltar-se. E seus grandes olhos cinzentos se iluminaram de uma maneira terna ao ver Welmer se aproximar. E seus lábios era o que mais se ressaltava em seu rosto pequeno, seus lábios eram rosados com um sorriso impetuoso. Que assim que seu olhar encontrou o de Welmer, expressou um sorriso amável. Seu sorriso grande e seu rosto redondo e pequeno, parecia uma controvérsia do rosto de Welmer.

Ela  parecia muito feliz  e alegre talvez ate animada por finalmente ver Welmer.  Assim que ele a viu sorrir daquela maneira meiga, ele soltou minha mão e em seguida correu para os braços Celloy. Sabia que o jeito que ela sorria fazia seu coração oscilar ou ate parar, da mesma forma que o sorriso de Damon fazia comigo. Eles se dedicaram a um abraço doce e prolongado, desprovido de tristezas, desconsolos, aflições e dor. Apenas um longo, amável e afetuoso abraço, que ate talvez podia ser um pouco angustiado. Não parecia haver palavras para descrever o tamanho do sentimento que irradiava deles. Parecia algo tão simples como um abraço, mas envolvido em um significado um pouco excêntrico e anormal de um belo amor. Repentinamente senti pequenas lagrimas surgirem, junto ao vazio enorme em meu interior, assim que as notei, as limpei rapidamente para que ninguém as notasse, e passassem despercebidas... mas eu nunca fora talentosa em esconder nenhum de meus sentimentos.

-Esta chorando pequenina?_perguntou Noah, sua voz extremamente grosa se mostrava um pouco preocupada. Agora ao lado de Greathe. Noah com um braço em torno da cintura dela, de uma maneira amorosa. Pensei por alguns segundos que eles se completavam._

-Certamente._respondeu Greathe calmamente aos meus pensamentos._

Em um pequeno espaço de tempo, já havia se aberto um grande buraco em meu peito, sentia em mim um vazio profundo. Era extremamente doloroso não poder ter Damon, da mesma maneira que eles tinham a si mesmos, perto deles constantemente. Notei que acada segundo estava sendo mais doloroso e torturante, mas por mais que fosse doloroso, eu também não queria desmoronar novamente, queria ser forte como Emmy estava sendo. Mas mesmo que ela não demostrasse o quanto doía nela, sabia que era dolorosa para ela também. Eu seria forte por mais difícil que fosse fazer isso, eu o faria. Mas apesar de conter minhas lagrimas ser quase impossível. Notei que Welmer e Celloy já não estavam mais abraçados da mesma maneira, agora eles estavam apenas de mãos entrelaçadas, notava que Celloy me olhava com um misto de ternura e inquietação. Emfor me olhava preocupada, na verdade, todos na sala, me olhavam extremamente preocupados. De qualquer forma eu não queria atrair esse tipo de atenção. E o pior é que sabia que estava corada ao extremo, então simplesmente tentei me esforçar para abrir um pequeno sorriso, mesmo que pequeno e torto. Então em uma tentativa falha tentei forçar um pequeno sorriso. 

Emfor sem me dar nenhuma chance de um sorriso perfeito, veio em minha direção e me abraçou. Não queria chorar em seu peito, não queria preencher seu coração de preocupações. Mas era quase impossível... era doloroso de mais, queria ser forte mas como? Tentei esvaziar minha mente, mas tudo o que eu conseguira, era voltar a pensar que era incapaz de quebrar uma regra imposta por ela. Emfor escutou meus pensamentos e se afastou alguns centímetros de mim, para poder olhar em meus olhos, ela levou suas mãos ate meu rosto. E o tomou entre suas mãos. preocupada e temerosa agora ela me encarava fixamente, e eu sustentava seu olhar repleto por angústias.



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